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Conselho de sogra
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Conselho de sogra
António Costa levou a quase totalidade dos seus ministros a Idanha-a-Nova, Espanha à vista, para assinalar os 100 dias de governo e proclamar a valorização do território e a descentralização como pedras angulares do seu programa e da reforma do Estado.
Ali, de mais alto e mais longe, é que se vê melhor como só um país de ricos, deslumbrados ou mal governados, tem votado ao abandono a metade interior de si mesmo.
Idanha é apenas um dos cantos no retrato de todo o interior português. No quarto maior município, em área, já só encontramos sete habitantes por cada quilómetro quadrado (quando a média nacional é de 115,2 hab/km2). Desses, três têm 65 ou mais anos, e mais de metade da população raiana partiu para outras paragens, no litoral ou no estrangeiro, à procura de trabalho e pão.Nunca tão poucos portugueses se ocuparam das áreas produtivas tradicionais como a agricultura e a floresta, por exemplo. Aí, em poucos anos, perdemos quase metade da força de trabalho. Eram mais de 600 mil em 2007, hoje não chegam aos 350 mil.
Agora, o desafio colocado à Unidade de Missão para a Valorização do Interior, especialmente criada junto da Presidência do Conselho, é procurar inverter a fatalidade e trazer para a agenda política as oportunidades de um outro olhar sobre o chão que é nosso.O interior português goza de uma geografia privilegiada no contexto ibérico.
Nas regiões espanholas junto à fronteira vivem cerca de seis milhões de pessoas, sendo que as capitais dos distritos fronteiriços distam apenas entre 60 e 160 quilómetros das capitais das províncias vizinhas. O interior está pois mais perto do centro ibérico, um mercado com cerca de 60 milhões de consumidores e um gigantesco volume de trocas.
E vamos dar sempre ao mesmo: a necessidade de fixar populações e atrair investimento capaz de valorizar o que já temos e de criar riqueza e emprego. Eis a empreitada que espera a Unidade de Missão ontem empossada, a quem são confiados poderes de articulação transversal com todas as áreas de governação e da Administração Pública, em especial com as autarquias, que desempenham, no terreno, um papel essencial na gestão e valorização do território.
De uma unidade de missão esperam-se resultados. Cá estaremos para a avaliar, no final da legislatura, seja qual for o seu prazo de validade. Até lá, a minha sogra, que sabe de política, vai dizendo que mais vale a prática que a gramática.
06.03.2016
AFONSO CAMÕES
Jornal de Notícias
Ali, de mais alto e mais longe, é que se vê melhor como só um país de ricos, deslumbrados ou mal governados, tem votado ao abandono a metade interior de si mesmo.
Idanha é apenas um dos cantos no retrato de todo o interior português. No quarto maior município, em área, já só encontramos sete habitantes por cada quilómetro quadrado (quando a média nacional é de 115,2 hab/km2). Desses, três têm 65 ou mais anos, e mais de metade da população raiana partiu para outras paragens, no litoral ou no estrangeiro, à procura de trabalho e pão.Nunca tão poucos portugueses se ocuparam das áreas produtivas tradicionais como a agricultura e a floresta, por exemplo. Aí, em poucos anos, perdemos quase metade da força de trabalho. Eram mais de 600 mil em 2007, hoje não chegam aos 350 mil.
Agora, o desafio colocado à Unidade de Missão para a Valorização do Interior, especialmente criada junto da Presidência do Conselho, é procurar inverter a fatalidade e trazer para a agenda política as oportunidades de um outro olhar sobre o chão que é nosso.O interior português goza de uma geografia privilegiada no contexto ibérico.
Nas regiões espanholas junto à fronteira vivem cerca de seis milhões de pessoas, sendo que as capitais dos distritos fronteiriços distam apenas entre 60 e 160 quilómetros das capitais das províncias vizinhas. O interior está pois mais perto do centro ibérico, um mercado com cerca de 60 milhões de consumidores e um gigantesco volume de trocas.
E vamos dar sempre ao mesmo: a necessidade de fixar populações e atrair investimento capaz de valorizar o que já temos e de criar riqueza e emprego. Eis a empreitada que espera a Unidade de Missão ontem empossada, a quem são confiados poderes de articulação transversal com todas as áreas de governação e da Administração Pública, em especial com as autarquias, que desempenham, no terreno, um papel essencial na gestão e valorização do território.
De uma unidade de missão esperam-se resultados. Cá estaremos para a avaliar, no final da legislatura, seja qual for o seu prazo de validade. Até lá, a minha sogra, que sabe de política, vai dizendo que mais vale a prática que a gramática.
06.03.2016
AFONSO CAMÕES
Jornal de Notícias
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