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QUANTOS EFISAS CUSTA A VOSSA SOCIAL DEMOCRACIA?
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QUANTOS EFISAS CUSTA A VOSSA SOCIAL DEMOCRACIA?
Perante o absurdo, a “geringonça” vigora. Salta aos olhos de quem nela confia, roda com serenidade perante quem se lhe junta, avança com responsabilidade perante a realidade, mas acima de tudo funciona nos seus pressupostos: devolver dignidade aos Portugueses.
Os ponteiros do relógio apontam teimosamente no sentido da meia-noite. Na Sala do Plenário do Palácio de São Bento, os parlamentares agitam-se enquanto inauguram e revisitam argumentos. Entre os ornamentos que abraçam a história da nossa democracia decorre, inexorável, a discussão de um Orçamento de Estado que, em 2016, se afigura absolutamente em estreia: A esquerda permanece materialmente unida na defesa de uma alternativa que não só existe como, se advinha, cumprirá com os acordos bilateralmente assumidos entre si, os compromissos internacionalmente assumidos por Portugal e, acima de tudo, que folheia responsavelmente o jugo da férrea e cega austeridade.
Fito-me nas bancadas da direita. A Oeste tudo é novo, incerto e desnorteante.
Em tons de laranja interpreta-se, com desconcertante aleatoriedade, uma desajeitada tentativa de subordinação ao “decreto Passista” de revisitar uma Social Democracia não praticada no poder. O apelo pelo populismo pulsa e num ápice os deputados do PSD, atraídos pelo abismo do despesismo, elencam indisciplinadamente obras regionais e locais que os ajudarão a ser reeleitos.
A empedernida liderança é inflexível: nenhum eleito pode propor alterações que melhorem a mais importante Lei que norteia a nação. Orientação ferida de ligeira inconstitucionalidade e, por maioria de razão, nada que sustenha a São Caetana providência.
A humidade adensa-se no salão preenchendo o peito dos eleitos da subserviência do sistema. Certos que Wolfgang Schäuble e Passos não os escutam, seduzem-se e deleitam-se perante a ideia de que com António Costa na liderança Portugal pode mais. A sede por obra aperta. O eleitoralismo, sobrevivência da ainda liderança assim o obrigam. Os parlamentares da minoria de direita não se coíbem.
Que Boris Vian me perdoe pelo manifesto abuso literário, mas não existe surrealismo mais delicioso que este. O Terminal do Barreiro, o Porto de Sines, o Aeroporto do Montijo, a ligação de Santarém a Alcanede, o corredor ferroviário Aveiro-Viseu-Mangualde, o “IC99”, o “IP44”, a “A77”, o “desejo 666”, todos encontram confortável regaço na angustiada bancada. Pasmo-me perante a afirmação que vos relato - “Está na hora de começar a obra”, reclamam. Para trás ficam estudos prévios, protocolos endossados sem concertação, declarações de impacto ambiental, provimento orçamental, honestidade intelectual e os mínimos da decência parlamentar.
Duarte Marques ensaia embaraçado uma quase inteligente linha de oposição. Falha na medida que Paulo Baldaia mais tarde descreveria como o desesperado posicionamento de Pedro Passos – ou Portugal falha ou falhará a sua própria estratégia de reconquista do poder.
Os portugueses aprenderam que um banco, sem atividade durante quase 6 anos, é merecedor de uma feérica injeção de 90 milhões de euros na enferma saúde empresarial do amigo Relvas.
Invade-me o desejo ardente de que as exigências da bancada do PSD sejam quantificadas com a mesma solicitude.
Depois de BPN, BPP e BANIF é tempo de recorrer a uma nova unidade internacional de medição da irresponsabilidade facilitista da oposição – o relvoso EFISA.
No fundo, são dezenas de milhares de quilómetros de autoestradas e infindáveis milhares de milhões em metros quadrados de obras de devaneio liberal.
Perante o absurdo, a “geringonça” vigora. Salta aos olhos de quem nela confia, roda com serenidade perante quem se lhe junta, avança com responsabilidade perante a realidade, mas acima de tudo funciona nos seus pressupostos: devolver dignidade aos Portugueses.
E, por fim, cabe a nevrálgica questão: Afinal quantos Efisas são necessários para “bombar” todas as exigências despesistas desta revisitada social democracia?
Na recente entrevista à SIC, Passos Coelho falou de tudo, e de todos, menos de si. Não é fácil falar de uma atabalhoada inexistência política.
Deputado do Partido Socialista na Assembleia da República
Por André Pinotes Batista
Barreiro
10.03.2016 - 00:49
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