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O alcoolismo dos pais
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O alcoolismo dos pais
Infelizmente o alcoolismo é um problema que afeta muitas famílias, com características muito diferentes quer o progenitor alcoólico seja o pai, a mãe ou outro elemento da família. No mês do pai proponho refletirmos sobre o pai alcoólico. Alguns estereótipos e ideias prevalecem, fazendo com que o problema seja negado ou minimizado. Ouvimos frases como “não sou alcoólico porque não bebo todos os dias” ou “não sou alcoólico porque trabalho”. Muitas mulheres desculpabilizam os maridos, dizendo coisas como: “ele bebe mas não há problema por que não faz mal às crianças” ou “só me faz mal a mim mas nas crianças não toca”! Ideias destas escondem o problema e o sofrimento presente na vida de muitas crianças que crescem nesta situação.
Quando as crianças descrevem o “pai que bebe” há traços que estão sempre presentes: que são imprevisíveis, mudam de emoções e reagem sem qualquer lógica aparente. A maioria tem medo das explosões de raiva, dos gritos, das palavras sem nexo, do quebrar de objetos; o que numa hora é indiferente, horas depois pode ser desencadeador de atos de fúria; o que é proibido numa altura é aceitável noutras. Vivem na ambivalência de não querer que eles cheguem a casa e medo que fiquem na rua, que se metam em confusões ou tenham um acidente.
Muitas crianças acabam parentificadas, ou seja, há uma inversão de papéis em que os filhos assumem o papel de cuidador dos adultos. Separam brigas, pedem ajuda, cuidam (acalmam, dão banho, deitam-no, adormecem-no), protegem a mãe e os irmãos, aconselham, vigiam, controlam. Têm medo de sair com eles, medo de andar de carro e de terem um acidente. Por outro lado, acabam muitas vezes por acompanhá-los de forma a “controlá-los” para não beberem em demasia ou assegurar-se de que chegam bem a casa ou que se comportam condignamente. Sentem nojo e vergonha: pelo cheiro, pelas “figuras” que fazem, não querem ser vistas com eles nem que os colegas o reconheçam. Quando o descrevem, parece que falam de duas pessoas distintas: o pai sóbrio, que gostam e que respeitam e o “outro” que se transforma, que assusta, envergonha, que se comporta como uma criança ou como um imbecil.
Todos sabemos que as crianças aprendem principalmente com o que vivem e com os modelos que têm. Como vão resolver os problemas no futuro se, durante toda a vida, viram os adultos procurar um estado alterado para enfrentar o dia-a-dia? Quantas crianças crescem a achar que este é o comportamento “normal e esperado” de um pai de família? Conseguirão ser (ou encontrar) alguém diferente?
Um pai com comportamentos alcoólicos nunca será visto como figura estável, de respeito, coerente, que trás segurança e proteção. Ora temido, ora alvo de chacota.
O “pai que bebe” prejudica a família? Com certeza que sim.
Catarina Homem da Costa, Psicóloga Clínica
Diário de Notícias da Madeira
Terça, 22 de Março de 2016
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