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Desafio à segurança e à convivência
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Desafio à segurança e à convivência
Quando, pouco depois de proclamar o desejado califado em junho de 2014, o responsável das operações externas do Estado Islâmico (EI) decidiu criar uma rede para fazer atentados na Europa Ocidental, os arredores de Bruxelas converteram-se na sua base. E em algo mais. Em Bruxelas e arredores, como Molenbeek, existe há mais de uma década uma subcultura jihadista em cujo interior têm vindo a desenvolver-se com facilidade agentes de radicalização e recruta vinculados a entidades como a Sharia4Belgium. Em Molenbeek vivia e foi detida parte da unidade que o Grupo Islâmico Combatente Marroqui introduziu na rede do 11-M. E foi também ali que foi registada, em outubro de 2003, a data para o atentado em Madrid.
Não é estranho que a Bélgica seja o país da União Europeia onde a mobilização jihadista, estimulada na Síria e no Iraque, é mais intensa. Nenhum outro produziu tantos combatentes terroristas estrangeiros em relação à sua população total e à de ascendência muçulmana. Em concreto, 562 em fevereiro de 2016, tendo cerca de um quarto já regressado. Há um ano, o número de indivíduos detidos em prisões belgas por atividades relacionadas com o terrorismo jihadista era de 61, o quíntuplo do de 2014. Os atentados de 13 de novembro em Paris foram planeados na Síria mas preparados na Bélgica. Mas uma cidade belga, provavelmente Bruxelas, era a base inicialmente ambicionada pela rede europeia do EI. Isso ficou claro a 15 de janeiro de 2015, quando uma operação antiterrorista em Verviers frustrou os planos de uma célula de pelo menos dez terroristas, alguns combatentes estrangeiros que tinham regressado, vinculada com o EI. Célula que, ficou provado, formava parte dessa rede. Atentar em Bruxelas ou em Paris é tentar que os cidadãos europeus interiorizem o medo, modifiquem comportamentos e condicionem os dos seus governantes. E fazê-lo em dois países com amplas comunidades muçulmanas e segundas gerações mal adaptadas, uma estrutura social vulnerável à fratura que procuram os terroristas. Há que evitar que a islamofobia alastre, mas também estarmos cientes do desafio que representam para as nossas sociedades abertas os jihadistas e as suas atrocidades terroristas como os salafistas e as suas prédicas antidemocráticas.
Diretor do Programa de Terrorismo Global no Instituto Elcano
23 DE MARÇO DE 2016
00:02
Fernando Reinares
Diário de Notícias
Não é estranho que a Bélgica seja o país da União Europeia onde a mobilização jihadista, estimulada na Síria e no Iraque, é mais intensa. Nenhum outro produziu tantos combatentes terroristas estrangeiros em relação à sua população total e à de ascendência muçulmana. Em concreto, 562 em fevereiro de 2016, tendo cerca de um quarto já regressado. Há um ano, o número de indivíduos detidos em prisões belgas por atividades relacionadas com o terrorismo jihadista era de 61, o quíntuplo do de 2014. Os atentados de 13 de novembro em Paris foram planeados na Síria mas preparados na Bélgica. Mas uma cidade belga, provavelmente Bruxelas, era a base inicialmente ambicionada pela rede europeia do EI. Isso ficou claro a 15 de janeiro de 2015, quando uma operação antiterrorista em Verviers frustrou os planos de uma célula de pelo menos dez terroristas, alguns combatentes estrangeiros que tinham regressado, vinculada com o EI. Célula que, ficou provado, formava parte dessa rede. Atentar em Bruxelas ou em Paris é tentar que os cidadãos europeus interiorizem o medo, modifiquem comportamentos e condicionem os dos seus governantes. E fazê-lo em dois países com amplas comunidades muçulmanas e segundas gerações mal adaptadas, uma estrutura social vulnerável à fratura que procuram os terroristas. Há que evitar que a islamofobia alastre, mas também estarmos cientes do desafio que representam para as nossas sociedades abertas os jihadistas e as suas atrocidades terroristas como os salafistas e as suas prédicas antidemocráticas.
Diretor do Programa de Terrorismo Global no Instituto Elcano
23 DE MARÇO DE 2016
00:02
Fernando Reinares
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