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Chegou a hora de acordar
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Chegou a hora de acordar
Está na hora de o Ocidente acordar.
O que se passou nestes horríveis atentados em Bruxelas demonstra bem, passe a presunção, o que venho repetindo de há uns tempos para cá: a completa desadequação das organizações de defesa existentes na nossa civilização ou nos estados da comunidade dos povos que partilham os valores da civilização judaico-cristã.
A NATO é um bom exemplo. Nascida no período pós-II Guerra Mundial, atravessou a Guerra Fria e tinha na sua contraparte o Pacto de Varsóvia, entretanto desaparecido. O Pacto de Varsóvia desaparece por razões óbvias, pela queda da União Soviética, já as razões que põem em causa a desadequação da NATO eram menos óbvias, mas são agora cada vez mais evidentes.
A NATO é uma organização que pretende defender todos os países unidos pelo Atlântico, dos EUA ao Canadá, da Turquia à Grécia e tantos outros Estados do continente europeu, incluindo, naturalmente, da própria UE.
Ora, hoje em dia, as relações, nomeadamente entre o triângulo Europa, EUA e Rússia, são muito diferentes, como se sabe, como eram até à queda do Muro de Berlim. Os Estados Unidos, em particular com este Presidente, aproximaram-se muito de outras partes do mundo e distanciaram-se do continente europeu.
Por outro lado, a ONU. Há anos e anos à espera de reforma, quanto mais não seja ao nível do Conselho de Segurança e dos países que nele têm direito de veto, que ainda são aqueles considerados triunfadores na II Guerra Mundial e, portanto, com escolha feita em função do resultado desse conflito. Cada vez menos a ONU está presente e no que diz respeito à UE, praticamente nada, mesmo quando essa presença se justificaria. Esteve na guerra dos Balcãs, onde a intervenção não correu muito bem, mas desde aí, que me recorde, nada. E chamo à colação a ONU por pensar em tudo o que tem acontecido e o que está a acontecer com o drama dos refugiados e com a resposta que é preciso dar aos novos muros que se pretendem construir e ações de cariz mais repressivo que podem surgir.
Quanto à UE, a Política Comum de Segurança e Defesa está longe de ser efetiva. Tem estruturas militares de pequena dimensão, como os Eurocorps ou os Battlegroups. No entanto, é notório, pelo que se tem passado, em concreto desde os atentados de Paris e agora de Bruxelas, que a capacidade de resposta, mesmo política, só da UE é muito limitada. E há que optar, porque não podemos deixar de ter sistema de defesa.
Entre o fim do serviço militar obrigatório, as indecisões de armamento da NATO e o esforço nacional de cada país, a que se junta a deficiente partilha de informação entre os serviços secretos, tudo vai contribuindo para reforçar nos inimigos da nossa civilização a convicção de que levar a cabo as suas ações em território europeu é quase tão fácil como uma faca em manteiga mole. Discursos, temos muitos, mas ninguém quer ir de atentado em atentado, chorando mortos, lamentando feridos e sem saber o que fazer. Está na hora de o Ocidente acordar.
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/opiniao/colunistas/pedro_santana_lopes/detalhe/chegou_a_hora_de_acordar.html
25.03.2016 01:08
PEDRO SANTANA LOPES
Correio da Manhã
O que se passou nestes horríveis atentados em Bruxelas demonstra bem, passe a presunção, o que venho repetindo de há uns tempos para cá: a completa desadequação das organizações de defesa existentes na nossa civilização ou nos estados da comunidade dos povos que partilham os valores da civilização judaico-cristã.
A NATO é um bom exemplo. Nascida no período pós-II Guerra Mundial, atravessou a Guerra Fria e tinha na sua contraparte o Pacto de Varsóvia, entretanto desaparecido. O Pacto de Varsóvia desaparece por razões óbvias, pela queda da União Soviética, já as razões que põem em causa a desadequação da NATO eram menos óbvias, mas são agora cada vez mais evidentes.
A NATO é uma organização que pretende defender todos os países unidos pelo Atlântico, dos EUA ao Canadá, da Turquia à Grécia e tantos outros Estados do continente europeu, incluindo, naturalmente, da própria UE.
Ora, hoje em dia, as relações, nomeadamente entre o triângulo Europa, EUA e Rússia, são muito diferentes, como se sabe, como eram até à queda do Muro de Berlim. Os Estados Unidos, em particular com este Presidente, aproximaram-se muito de outras partes do mundo e distanciaram-se do continente europeu.
Por outro lado, a ONU. Há anos e anos à espera de reforma, quanto mais não seja ao nível do Conselho de Segurança e dos países que nele têm direito de veto, que ainda são aqueles considerados triunfadores na II Guerra Mundial e, portanto, com escolha feita em função do resultado desse conflito. Cada vez menos a ONU está presente e no que diz respeito à UE, praticamente nada, mesmo quando essa presença se justificaria. Esteve na guerra dos Balcãs, onde a intervenção não correu muito bem, mas desde aí, que me recorde, nada. E chamo à colação a ONU por pensar em tudo o que tem acontecido e o que está a acontecer com o drama dos refugiados e com a resposta que é preciso dar aos novos muros que se pretendem construir e ações de cariz mais repressivo que podem surgir.
Quanto à UE, a Política Comum de Segurança e Defesa está longe de ser efetiva. Tem estruturas militares de pequena dimensão, como os Eurocorps ou os Battlegroups. No entanto, é notório, pelo que se tem passado, em concreto desde os atentados de Paris e agora de Bruxelas, que a capacidade de resposta, mesmo política, só da UE é muito limitada. E há que optar, porque não podemos deixar de ter sistema de defesa.
Entre o fim do serviço militar obrigatório, as indecisões de armamento da NATO e o esforço nacional de cada país, a que se junta a deficiente partilha de informação entre os serviços secretos, tudo vai contribuindo para reforçar nos inimigos da nossa civilização a convicção de que levar a cabo as suas ações em território europeu é quase tão fácil como uma faca em manteiga mole. Discursos, temos muitos, mas ninguém quer ir de atentado em atentado, chorando mortos, lamentando feridos e sem saber o que fazer. Está na hora de o Ocidente acordar.
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/opiniao/colunistas/pedro_santana_lopes/detalhe/chegou_a_hora_de_acordar.html
25.03.2016 01:08
PEDRO SANTANA LOPES
Correio da Manhã
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