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Escolha arquitectura
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Escolha arquitectura
… é o mote de uma campanha promovida pela Secção Regional Sul (SRS) da Ordem dos Arquitetos (OA) para “afirmar a aproximação da arquitetura a um público alargado”.
À beira do congresso e das eleições para a OA, os dirigentes da SRS decidiram lançar-se em mais uma campanha nacional sobre a ideia que têm do trabalho do arquiteto. Será neste final de mandato que se propõem defender a existência de concursos e tudo fazer para aproximar o cidadão de uma arquitetura sempre bem posicionada no umbigo do arquiteto.
No conforto da ordem, uma secção regional pode tudo. Até desviar dinheiro das suas competências específicas para fazer política nacional. É sabido que tomar posições políticas sobre a turistificação de Lisboa, denunciar sistemas giratórios de consultas públicas ou pronunciar-se sobre projetos de impacto no âmbito do seu território – tudo competências que lhe estão atribuídas – implica confrontos com gente importante. É nesses momentos mais relevantes para o interesse público que a OA, toda a OA, se une em vénias, institucionalismos e formalidades, os mesmos em que se marimba quando os seus órgãos se guerreiam por visibilidades.
Mas o que escrevi até aqui não seria motivo relevante para ocupar esta coluna e maçar o leitor com o desvario de uma entidade que lhe é irrelevante, se não visse esta campanha como uma condenação da arquitetura.
Num ensaio sobre boas práticas, a SRS produz filmes de “estórias” entre arquitetos – terão sido escolhidos por concurso? – e clientes. Tudo conversa entre homens em que mulher não entra. Nem mulher nem equipa de projeto. Anuncia-se ainda um simulador para o custo de obras, de pouca utilidade num mercado desregulado, para que não se enfrente o problema real: os honorários de projeto, que a neoliberalização agressiva do setor veio estraçalhar.
Por mais louváveis que sejam os projetos e o trabalho das pessoas documentadas, e são-no, um espaço público da OA não deve menorizar a sua prática como se tratasse de uma revista cor--de-rosa. A arquitetura é muito mais do que a relação entre um Pedro cliente e um Paulo arquiteto, a sua prática repercute cada vez menos a quixotesca história do profissional liberal e serve para muito mais do que projetar a casa de quem tem dinheiro para a mandar construir.
29/03/2016
Tiago Mota Saraiva
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
À beira do congresso e das eleições para a OA, os dirigentes da SRS decidiram lançar-se em mais uma campanha nacional sobre a ideia que têm do trabalho do arquiteto. Será neste final de mandato que se propõem defender a existência de concursos e tudo fazer para aproximar o cidadão de uma arquitetura sempre bem posicionada no umbigo do arquiteto.
No conforto da ordem, uma secção regional pode tudo. Até desviar dinheiro das suas competências específicas para fazer política nacional. É sabido que tomar posições políticas sobre a turistificação de Lisboa, denunciar sistemas giratórios de consultas públicas ou pronunciar-se sobre projetos de impacto no âmbito do seu território – tudo competências que lhe estão atribuídas – implica confrontos com gente importante. É nesses momentos mais relevantes para o interesse público que a OA, toda a OA, se une em vénias, institucionalismos e formalidades, os mesmos em que se marimba quando os seus órgãos se guerreiam por visibilidades.
Mas o que escrevi até aqui não seria motivo relevante para ocupar esta coluna e maçar o leitor com o desvario de uma entidade que lhe é irrelevante, se não visse esta campanha como uma condenação da arquitetura.
Num ensaio sobre boas práticas, a SRS produz filmes de “estórias” entre arquitetos – terão sido escolhidos por concurso? – e clientes. Tudo conversa entre homens em que mulher não entra. Nem mulher nem equipa de projeto. Anuncia-se ainda um simulador para o custo de obras, de pouca utilidade num mercado desregulado, para que não se enfrente o problema real: os honorários de projeto, que a neoliberalização agressiva do setor veio estraçalhar.
Por mais louváveis que sejam os projetos e o trabalho das pessoas documentadas, e são-no, um espaço público da OA não deve menorizar a sua prática como se tratasse de uma revista cor--de-rosa. A arquitetura é muito mais do que a relação entre um Pedro cliente e um Paulo arquiteto, a sua prática repercute cada vez menos a quixotesca história do profissional liberal e serve para muito mais do que projetar a casa de quem tem dinheiro para a mandar construir.
29/03/2016
Tiago Mota Saraiva
opiniao@newsplex.pt
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