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A crucificação de Passos antes da falsa consagração
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A crucificação de Passos antes da falsa consagração
Existe uma ressaca do poder e é um processo violentíssimo na maior parte dos casos. A ideia republicana de que se deixa de ser ministro, ter carro, motorista, secretárias, e no dia seguinte se passa naturalmente a andar de metro e ir ao multibanco pagar contas é falsa.
A maioria das pessoas que detiveram em algum momento o poder experimentam um sofrimento pessoal quando o abandonam. Para já, o poder tem alguns efeitos psicotrópicos e, depois, o mundo envolvente costuma ser muito simpático para os detentores do dito. Devem existir milhares de métodos para lidar com a ressaca do abandono do poder mas, aparentemente, Passos Coelho ainda não descobriu nenhum.
O líder do PSD acabou de ser eleito, em diretas, com uma votação “kimjongiliana”, mas parte para o congresso deste fim de semana em Espinho com uma imagem destroçada. Não só as contínuas invocações do passado não fazem nada pelo PSD enquanto partido de oposição ao governo do presente como até dão inesperados bálsamos para o primeiro-ministro se colocar na posição de “futuro” e gozar com o contraponto.
Passos é hoje um líder fragilizado. Rui Rio deu uma entrevista em que só faltou dizer que se fosse ao congresso rodar o automóvel, sairia de lá eleito líder. É verdade que os estatutos do partido mudaram e que a eleição de Cavaco Silva daquela forma seria hoje impossível - mas o sentido das palavras de Rio era o mesmo. Se fosse a Espinho, Rio iria “fazer sombra”. E, de facto, iria.
Passos Coelho não tem um novo discurso para apresentar. A “social-democracia”, vinda de um liberal assumido, não significa nada. Ficar à espera que aconteça uma crise faz dele, como disse Marques Mendes, uma personagem que secretamente deseja que as coisas corram mal ao país. Ou Passos Coelho se cura da ressaca e arranja uma narrativa coerente de oposição ou as coisas podem acabar mal - a menos que venha a tal crise de que está à espera para ressurgir. E isso é poucochinho.
31/03/2016
Ana Sá Lopes
Política
ana.lopes@ionline.pt
Jornal i
A maioria das pessoas que detiveram em algum momento o poder experimentam um sofrimento pessoal quando o abandonam. Para já, o poder tem alguns efeitos psicotrópicos e, depois, o mundo envolvente costuma ser muito simpático para os detentores do dito. Devem existir milhares de métodos para lidar com a ressaca do abandono do poder mas, aparentemente, Passos Coelho ainda não descobriu nenhum.
O líder do PSD acabou de ser eleito, em diretas, com uma votação “kimjongiliana”, mas parte para o congresso deste fim de semana em Espinho com uma imagem destroçada. Não só as contínuas invocações do passado não fazem nada pelo PSD enquanto partido de oposição ao governo do presente como até dão inesperados bálsamos para o primeiro-ministro se colocar na posição de “futuro” e gozar com o contraponto.
Passos é hoje um líder fragilizado. Rui Rio deu uma entrevista em que só faltou dizer que se fosse ao congresso rodar o automóvel, sairia de lá eleito líder. É verdade que os estatutos do partido mudaram e que a eleição de Cavaco Silva daquela forma seria hoje impossível - mas o sentido das palavras de Rio era o mesmo. Se fosse a Espinho, Rio iria “fazer sombra”. E, de facto, iria.
Passos Coelho não tem um novo discurso para apresentar. A “social-democracia”, vinda de um liberal assumido, não significa nada. Ficar à espera que aconteça uma crise faz dele, como disse Marques Mendes, uma personagem que secretamente deseja que as coisas corram mal ao país. Ou Passos Coelho se cura da ressaca e arranja uma narrativa coerente de oposição ou as coisas podem acabar mal - a menos que venha a tal crise de que está à espera para ressurgir. E isso é poucochinho.
31/03/2016
Ana Sá Lopes
Política
ana.lopes@ionline.pt
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