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O ataque a quem paga impostos
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O ataque a quem paga impostos
Offshores prejudicam os contribuintes que não podem escapar.
O dinheiro envolvido no escândalo dos Papéis do Panamá é uma gota de água no oceano do dinheiro movimentado nos paraísos fiscais, apesar de representar mais de 120 vezes a riqueza gerada em Portugal num ano.
Políticos corruptos, a velha nobreza europeia, empresários, banqueiros e novos milionários recorrem aos paraísos fiscais como forma de planeamento fiscal ou simplesmente como manobra de fuga fiscal.
E, na realidade, a maior parte do dinheiro nem vai para esses paraísos. Há milhares de empresas que não passam de uma caixa postal, com intermediários como a Mossack a ser barrigas de aluguer de centenas de entidades. Nas urbanizações mais luxuosas de Lisboa, Porto, ou Algarve a percentagem de casas pertencentes a empresas com sede em offshore é elevada.
Se não houvesse paraísos fiscais, os corruptos teriam mais dificuldade em lavar o dinheiro. Nos países ocidentais, os offshores prejudicam os contribuintes que não podem escapar aos impostos: reformados, trabalhadores por conta de outrem e detentores de pequenos negócios.
Será difícil haver coragem e vontade para acabar com os offshores, mas por uma questão de justiça, o Fisco deve taxar por igual o rendimento e o património, quer o titular seja residente ou ‘parqueado’ num offshore.
09.04.2016 01:45
ARMANDO ESTEVES PEREIRA
Diretor-adjunto
Correio da Manhã
O dinheiro envolvido no escândalo dos Papéis do Panamá é uma gota de água no oceano do dinheiro movimentado nos paraísos fiscais, apesar de representar mais de 120 vezes a riqueza gerada em Portugal num ano.
Políticos corruptos, a velha nobreza europeia, empresários, banqueiros e novos milionários recorrem aos paraísos fiscais como forma de planeamento fiscal ou simplesmente como manobra de fuga fiscal.
E, na realidade, a maior parte do dinheiro nem vai para esses paraísos. Há milhares de empresas que não passam de uma caixa postal, com intermediários como a Mossack a ser barrigas de aluguer de centenas de entidades. Nas urbanizações mais luxuosas de Lisboa, Porto, ou Algarve a percentagem de casas pertencentes a empresas com sede em offshore é elevada.
Se não houvesse paraísos fiscais, os corruptos teriam mais dificuldade em lavar o dinheiro. Nos países ocidentais, os offshores prejudicam os contribuintes que não podem escapar aos impostos: reformados, trabalhadores por conta de outrem e detentores de pequenos negócios.
Será difícil haver coragem e vontade para acabar com os offshores, mas por uma questão de justiça, o Fisco deve taxar por igual o rendimento e o património, quer o titular seja residente ou ‘parqueado’ num offshore.
09.04.2016 01:45
ARMANDO ESTEVES PEREIRA
Diretor-adjunto
Correio da Manhã
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