Estivadores prolongam greve e aquecem confronto com o Governo

Sindicato do Estivadores do Porto de Lisboa prolongou greve que devia terminar a 26 de Maio até 16 de Junho. Operadores decidiram avançar com despedimento colectivo e o conflito vai alastrar aos outros portos portugueses, com uma greve dos trabalhadores das administrações portuárias agendada para os dias 2 e 6 de Junho. Esta paralisação irá não só afectar o porto da capital, mas todos os restantes portos nacionais, incluindo Sines e Leixões. O presidente do Sindicato do Estivadores falou hoje em “terrorismo psicológico” e em “violação grosseira da lei da greve” relativamente à ameaça de despedimento colectivo dos estivadores. António Mariano também disse, no entanto, os estivadores estão dispostos a chegar a um acordo caso a empresa paralela que foi criada seja encerrada e resolvidas duas situações do contrato colectivo de trabalho. O dia tem sido marcado pela presença de polícia no terminal de contentores de Alcântara, em Lisboa, onde alguns camiões se dirigiram para retirar contentores. Cerca de quatro dezenas de estivadores estão presentes no local e têm vaiado os condutores dos camiões.

A agência de ‘rating’ Moody`s mantém o rating de Portugal em 'Ba1' com perspectiva estável e admite que o défice orçamental português atinja 3% do PIB este ano. Ou seja mais elevado do que a meta do Governo de 2,2%, dado que as previsões de crescimento Moody's são mais baixas. No entanto, na visão da agência norte-americana, o desvio deve ser contido, dado o intenso escrutínio orçamental a que Portugal está sujeito pela Comissão Europeia e sobretudo pelo pedido de medidas orçamentais adicionais para combater eventuais desvios. Ao longo dos últimos anos, o desempenho orçamental de Portugal tem repetidamente sido impactado negativamente pela ajuda pública ao sector bancário, destacam os economistas da Moody's que alertam que já este ano o Estado deve ser chamado a injectar mais capital na CGD. "Além das próprias finanças do Estado, a persistente fraqueza do sector bancário continua a ser um risco chave para notação de crédito de Portugal", diz a agência de notação financeira.

As bolsas europeias estão a viver um dia bom e Lisboa segue o movimento de subida com uma valorização de 0,73% do Índice PSI 20. Londres subia, há momentos, 0,82%, Paris 1,34%, Frankfurt 1,07%, Madrid 1,12% e Milão 1,76%. O Stoxx 600, índice que segue as maiores empresas europeias, subia 1,35%. Os títulos que mais ganham na praça da capital eram liderados pela Mota-Engil, que hoje apresentou resultados e novas encomendas, (+4,18%), seguem-se a Altri + 1,82%, a The Navigator Company, +1,82%, Galp + 1,63%, Sonae SGPS +1,33%. Nas descidas, a maior é a da Sonae Capital -3,35%, Pharol -1,60% e BCP -1,27%.

O indicador europeu de confiança dos consumidores subiu em Maio, a exemplo do que já tinha acontecido em Abril, revelam os últimos dados da Direcção-Geral de Assuntos Económicos e Financeiros da União Europeia. A estimativa rápida de EU revela que o indicador de confiança dos consumidores aumentou significativamente em Maio, quer na União Europeia, onde subiu 1.1 pontos e na zona euro onde cresceu 2.3 pontos. Em Abril, a confiança dos consumidores subira 0,5 pontos na UE e 0,4 pontos na zona euro.

A Justiça portuguesa receia que entre as informações que terão sido passadas por um veterano do Serviço de Informações de Segurança (SIS) a um agente de espionagem russo constem documentos de identificação portugueses. Em causa estão dados de cidadãos nacionais que podem ser usados para operações de espionagem e para agentes duplos. Os receios do Ministério Público e das secretas portuguesas surgem na sequência da investigação a suspeitas de transmissão de informações, a troco de dinheiro, por parte de um dos quadros mais antigos do SIS a um agente do SVR (ex-KGB). A denominada operação ‘Top Secret’ levou já à detenção do agente de informações português e de um russo supostamente ligado a um serviço de informações estrangeiro.

13:37 h
Francisco Ferreira da Silva
Económico