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Muitos anos a hipotecar gerações
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Muitos anos a hipotecar gerações
O responsável pela área da educação na OCDE, Andreas Schleicher, afirmou, em abril, que “os jovens portugueses tendem a ter boas prestações em tarefas que exigem uma reprodução de conteúdos. Mas não são tão bons quando se pede um uso mais criativo desses mesmos conteúdos. Nesse sentido, as escolas portuguesas ainda não fizeram a transição para o século XXI”.
Será que se trata de uma opinião avulsa sem dados que a sustentem? Será que tais afirmações deram azo a uma resposta dos responsáveis políticos ou a uma discussão pública sobre o problema levantado? Será que a maioria das pessoas (agentes de ensino, políticos, jornalistas, encarregados de educação, etc.) considera que é um assunto prioritário?
A resposta mais adequada a todas estas questões é Não. Ou seja,
1. Há dados que sustentam a opinião daquele alto responsável da OCDE e são várias as vozes que, há muitos anos, vêm alertando para o problema e apresentando propostas de alteração; 2. Tal problema não parece ser assumido como tal, pela maioria das “pessoas”.
Virá daí algum “mal ao mundo”? Obviamente que sim, até porque alguns dos mais graves problemas que o país atravessa são também fruto de um sistema de ensino que não consegue preparar para um mundo dinâmico onde, naturalmente, prevalece a imprevisibilidade.
Entretanto, parece que não se passa nada. Mais um ano em que se aproxima a época de exames dos alunos do secundário, cujos resultados, associados às notas internas, definem a entrada no ensino superior. Cada um, mais uma vez, vai tentar safar-se como pode, seja com aulas de apoio, explicações, livros de exame, suplementos nutricionais que prometem melhorar o desempenho, etc., etc.
É evidente que não há uma varinha mágica para mudar tudo de um dia para o outro. Contudo, é possível que existam algumas medidas “despoletadoras” de uma mudança ou, pelo menos, da indispensável discussão acerca do tema.
A título de exemplo, se queremos mudar efetivamente o ensino básico e secundário e libertar o potencial de alunos e professores das amarras de programas desajustados da realidade e de sistemas de avaliação que basicamente valorizam a reprodução, porque não alterar a forma de acesso ao ensino superior? As universidades (e os politécnicos) que definam o perfil dos alunos que querem, e selecionem os que têm as capacidades e as potencialidades pretendidas… e, consequentemente, sejam avaliadas e responsabilizadas pelo resultado das suas escolhas.
Contudo, para que essa avaliação seja um ato de gestão e não um mero exercício de poder, ou seja, para que o objetivo da avaliação seja o de provocar uma ação e ajudar a alcançar um objetivo, também é necessário que se procedam a alterações profundas na avaliação externa que é feita às instituições de ensino superior.
Não pode continuar a existir uma espécie de cruzada contra a diversidade institucional, impondo-se, seja “arbitrariamente”, seja em função de crenças pessoais ou quadros de referência “ultrapassados” que, por exemplo, os cursos sejam todos formatados pela mesma bitola e que a única investigação valorizada seja a que é realizada no âmbito da “ciência normal” caraterizada por T. S. Kuhn.
Não devemos esquecer, por exemplo, que há diferentes escolas de pensamento, que é necessário diversidade de oferta educacional e de investigação, para que não exista cristalização de processos e “atrofiamento intelectual”.
Enfim, certamente que, com o Europeu de Futebol a começar, as prioridades são outras … e assim se continua a hipotecar gerações, ou seja o futuro.
Helder Lopes
Diário de Notícias da Madeira
Quinta, 9 de Junho de 2016
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