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No precipício
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No precipício
consumo está a manter a máquina a funcionar, motivado pelo aumento salarial
Portugal continua a ser um dos países da eurozona que se encontra perto de cair numa nova crise. A economia tem dado sinais de debilidade desde Setembro do ano passado, o que aumenta o risco de ultrapassarmos os limites do deficit e o que leva ao aumento do já elevado peso da dívida pública. Para além disto, ainda vivemos sob elevado risco de perder o financiamento do programa de compras de dívida pública do Banco Central Europeu.
A única agência de notação financeira que mantém a avaliação de Portugal acima do “lixo” é a DBRS, e é isso que faz com que o Banco Central Europeu (BCE) não exclua Portugal do seu programa de compras de dívida pública. A boa notícia nisto tudo é que na última revisão, a agência canadiana manteve a perspectiva em “estável”, o que diminui um pouco este risco, e permite algum alívio durante os próximos meses. No entanto, os investidores continuam cautos relativamente ao risco país, e o yield dos títulos de dívida portuguesa a 10 anos, continua nos 3%, enquanto os outros países europeus têm sentido algum alívio nesse aspeto.
E realmente há razões para tanto ceticismo. A nossa economia tem perdido ritmo, e desde o verão de 2015 que cresceu uns tímidos 0,2% por trimestre. Isto torna-se particularmente mais preocupante, porque o investimento em equipamento e máquinas nas empresas caiu drasticamente no segundo semestre de 2015 e praticamente ainda não recuperou. A diminuição do desemprego também tem vindo a perder velocidade desde a mesma altura, e as exportações também estão a desacelerar, o que deixa a economia dependente do consumo interno. Realmente, parece que é o consumo interno que está a manter a máquina a funcionar, motivado pelos últimos aumentos no salário mínimo nacional e nos salários do sector publico. Mas, como a historia tem demonstrado, esta é uma solução de muito curto prazo, que leva ao aumento da dívida e que poderá levar o país a uma nova crise de dívida pública.
As mudanças nas politicas económicas também são responsáveis pela desconfiança dos investidores. O novo governo mudou drasticamente o sentido das politicas económicas e os resultados (bons ou maus) não tardarão a aparecer.
Olhando para a historia, os resultados deste tipo de medidas noutros países em situações idênticas não são nada animadores, mas o preço anormalmente baixo do petróleo pode dar um volte-face inesperado a esta situação.
Com uma economia preguiçosa, com níveis elevados de dívida pública e com a incerteza dos resultados das politicas económicas implementadas por este governo, Portugal continua à beira do precipício. A queda é iminente, e o único vento que sopra a favor é a crença de uma das quatro agencias de notação financeira que acredita que Portugal vive numa situação débil, mas que não vai ficar pior.
Luís Pedro Branco
Diário de Notícias da Madeira
Domingo, 19 de Junho de 2016
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