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Mensagem por Admin Qua Jun 22, 2016 11:17 am

Os factos honestos revelam que o Reino Unido era, em 1973, ano da adesão à CEE, "the sick man of Europe". Ora, o doente da Europa tornou-se numa das principais economias mundiais. E esse sucesso foi feito como membro da União.

A memória de uma senhora inglesa que conheci num breve encontro num carro em Londres ocorreu-me a propósito do histórico referendo de amanhã no Reino Unido. Há muitos anos, a convite do ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, visitei a estação de televisão por satélite Sky, poucos meses depois de ter começado a emitir. Em Heathrow esperava-me um carro do ministério com uma hospedeira, senhora que hoje se diria ter saído da série de TV “Downtown Abbey”, mas que naqueles anos parecia ser personagem do andar superior da série no mesmo estilo: “Upstairs, Downstairs”.

Disse-me a senhora quando entrei no carro: “Ah! So, you are from Portugal.” E logo desabafou inesperadamente com um suspiro e um olhar transfixo no passado: “You also had an Empire…” Não sei se pretendia ser diplomática ou se foi um genuíno suspiro de solidariedade perante alguém que supostamente teria saudades do império português.

O império está sempre presente em “Downtown Abbey”, que acompanha a vida de uma família ao longo de umas dezenas de anos. O “high concept” da série resulta, a meu ver, da junção do argumento da série “Upstairs, Downstairs” com o do filme “Cavalcade” (1933). O guião deste filme contou com a colaboração de Noël Coward, escritor, compositor, ator e guionista de um dos mais famosos filmes de sempre, “Brief Encounter” (1945), realizado por David Lean, que decorre durante a Segunda Guerra.

“Cavalcade” situa-se na mesma época que “Downtown Abbey”. Acompanha a vida britânica desde a véspera de ano novo de 1899 (por sinal o ano de nascimento de Coward) até 1933, vista através dos olhos de uma família da alta sociedade londrina. Os acontecimentos históricos vão marcando a vida da família: Guerra dos Boers, a morte da Rainha Vitória, Titanic, Grande Guerra 14-18.

O referendo de amanhã será mais um episódio marcante na vida britânica: o referendo que decidirá se o Reino Unido deixa a União Europeia ('Brexit') ou se continua no bloco ('remain'). As sondagens dão uma pequena vantagem ao 'remain' e as empresas de apostas revelam que os apostadores se inclinam maioritariamente a favor do 'remain'. O debate nacional, que muitos consideram ter sido “venenoso”, “indecente”, “divisionista”, foi interrompido, mas aprofundado ao nível da discussão da ética na política, pela comoção provocada pelo hediondo assassinato da deputada trabalhista Jo Cox por um indivíduo da extrema-direita.

Os argumentos falaciosos utlizados pelos populistas ‘Brexiteers’ e o discurso fraudulento dos seus incómodos parceiros xenófobos da extrema-direita, de novo me trouxeram à memória Noël Coward, na peça de teatro “Blith Spirit” (1941). Um dos personagens diz: “É desencorajante pensar que tantas pessoas ficam chocadas com a honestidade e que tão poucas ficam chocadas com a fraude, com o engano.”

The Mail on Sunday acusa os ‘Brexiteers’ de “fomentarem uma perigosa ilusão”, numa posição contrária à da maioria dos tablóides seus concorrentes. The Economist, que apoia o 'remain', contesta que os obstáculos ao crescimento da economia tenham origem em Bruxelas, como argumentam os ‘Brexiteers’ – como mais habitação, infraestruturas antiquadas, falta de capacidades profissionais –, e defende que relevam dos regulamentos britânicos que o Governo conservador não conseguiu desmantelar – o caderno especial gratuito de 20 páginas de The Economist explica tudo.

A campanha pela saída distorceu a realidade, escreveu The Times em editorial. “Não é verdade que o RU envia 350 milhões de libras por semana para Bruxelas… Não é verdade que imigração seja a principal causa de pressão no serviço nacional de saúde… Não é verdade que a Turquia esteja a um passo de se tornar membro da UE.” O jornal acrescenta que votar pela saída “seria um voto de desconfiança no projeto europeu tão devastador que iria sacudi-lo até ao seu mais profundo interior com consequências desconhecidas e possivelmente alarmantes.”

Os factos honestos revelam que o Reino Unido era, em 1973, ano da adesão à CEE, "the sick man of Europe". Ora, o doente da Europa tornou-se numa das principais economias mundiais. O desemprego é de apenas 5%. E esse sucesso foi feito como membro da União, com a vantagem dos ‘opt outs’ conseguidos pelo antigo primeiro-ministro conservador John Major e que dão ao RU (assim como à Dinamarca e Irlanda) um estatuto especial. Quanto aos imigrantes, a maioria tem qualificações superiores às dos britânicos. 

Mais importante que reconhecer os limites de Bruxelas é explicar o ‘upside’ de continuar a pertencer ao bloco europeu. O legado britânico é muito importante, em particular, o mercado único (em parceria com o francês Jacques Delors) e a integração dos países do leste europeu (em parceria com os alemães). 

Mas muitos britânicos parecem não acreditar nem aceitar que o RU há muito que não é um império que pode viver em “splendid isolation”, um estado de espírito que faz lembrar o “orgulhosamente sós” de Salazar. Como escreve o respeitado Philip Stephens do Financial Times (FT), já em 1952, o primeiro-ministro trabalhista Harold Macmillan pedira laços mais estreitos com a Europa: “Temos de considerar o estado do mundo hoje e amanhã, e não em termos de passado.”

As consequências de uma eventual mas improvável saída da UE seriam muito mais vastas que as económicas: também políticas, militares e reputacionais. Referindo a possibilidade de um novo referendo pela independência na Escócia caso ganhe o ‘Brexit’ (os escoceses são claramente pró UE) e a questão fronteiriça entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte (de novo alfândegas, etc.), o editorial de FT na semana passada concluía: “Este não é o tempo de reverter para Little England. Nós somos Great Britain. Temos um contributo a fazer para um mundo mais próspero, mais seguro. O voto deve ser ‘remain’”. A revista The Observer, a favor do ‘remain’, pergunta se os britânicos querem ser abertos e expansivos em pensamento e atos, e não fechados, insulares e pequenos. 

Grande parte da argumentação dos partidários do ‘remain’, liderados pelo primeiro-ministro David Cameron, focou-se muito na questão económica, procurando demonstrar que tanto o RU como a Europa irão perder poder económico fora da União. Só nos últimos dias da campanha Cameron foi buscar, como diz o FT, o “seu Winston interior”, referindo-se a Churchill. Na verdade, a UE é o resultado de um projeto político impulsionado por Churchill na Europa em cinzas do pós-guerra.

A UE, e as suas antecessoras, foram sempre mais que um projeto económico. Como escreve The Observer, foi um empreendimento idealista, que nasceu do desejo de nunca mais ver o continente destruído pela guerra.” Timothy Garton-Ash, do Guardian, escreveu: “Experiências pessoais dolorosas da Guerra, ocupação, Holocausto; ditaduras fascistas e comunistas; a ameaça Soviética que catalisou a solidariedade da Europa ocidental; o apoio generoso e enérgico da América à unificação europeia; e uma Alemanha ocidental que era a poderosa máquina de integração europeia, com a França lá no topo como condutor.”

Esta segunda-feira, vários jornais europeus usaram a primeira página para pedir aos britânicos, em inglês, que fiquem na UE. A alemã Der Spiegel sob o título “Please Don't Go” escreveu: "Este voto é sobre a preservação da competitividade da Europa em tempos de mudança e de disputa entre as potências mundiais. É acerca de nada menos que o futuro do projeto de paz iniciado em 1946 pelas nações que tinham sido inimigas num continente devastado.” O primeiro-ministro da Hungria publicou um anúncio de página inteira no Daily Mail a implorar aos britânicos para votarem 'remain'. Do primeiro-ministro de Portugal não tenho notícia de qualquer iniciativa semelhante ou sequer de uma declaração.

O título desta crónica – Liderem a Europa, Não Abandonem – é o título do manifesto do site InFacts, dedicado a defender a permanência do Reino Unido na UE. Argumenta que o RU é a segunda maior economia da União, possivelmente a maior dentro de uma geração, tem as forças armadas mais sofisticadas da Europa, as melhores agências de ‘intelligence’ e séculos de experiência diplomática. Deveria usar esses ativos para ajudar a resolver os problemas da Europa, liderando e não abandonando.

Se eu fosse britânico, votaria 'remain'. Como português, espero ansiosamente que aquela velha senhora inglesa vote 'remain'. 

O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.

00:05 h
Nuno Cintra Torres, Investigador e Professor Universitário
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