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Bem-vindos ao Terceiro Mundo
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Bem-vindos ao Terceiro Mundo
O governo quer distribuir preservativos em escolas do ensino básico quando as escolas pedem às crianças para trazerem o papel higiénico de casa porque não há dinheiro? Prioridades...
Um deputado socialista dizia recentemente: “aquilo que Mário Soares fez, ao trazer a democracia ocidental contra os ímpetos de revolucionários comunistas depois do 25 de abril, foi impedir que este país se transformasse numa Albânia”.
O deputado é capaz de ter razão, o que diz muito sobre as opções recentes de António Costa ao leme deste país. Portugal está cada vez mais próximo de tornar-se num país do terceiro mundo, similar à tal Albânia dos anos 70. Exemplos?
Para satisfazer os desejos megalómanos do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, estão a ser abatidas árvores com décadas de vida na praça do Saldanha. São estas as obras que, por exemplo, retiraram a faixa BUS à Avenida da República, atrofiando o trânsito e o regular funcionamento dos transportes públicos a que recorrem deficientes, crianças, idosos e os mais frágeis economicamente. E foi esse mesmo trânsito que obrigou os lisboetas a virarem-se para o metropolitano de tal modo que deixaram de haver bilhetes suficientes para a venda em máquinas. Eis Medina, amigo do ambiente e do turismo.
O metro ficar sem bilhetes por não conseguir compensar o trânsito das obras de Fernando Medina prova que as prioridades estão trocadas desde o início; em vez de canteiros e ciclovias, a autarquia devia melhorar em primeiro lugar a infra-estrutura dos transportes. Mais que uma vergonha face ao número de visitantes que a capital recebe, o que se passa hoje é o desprezo total pela vida dos lisboetas. Este tipo de exercício arbitrário do poder, não eleito e sem consulta, é digno do terceiro mundo. Mas há mais laivos de Albânia dos anos 70 na governação atual.
O governo quer distribuir preservativos nas escolas do ensino básico - não é só secundário; é o básico - quando as escolas pedem às famílias para cada criança trazer o seu papel higiénico de casa porque não há dinheiro. Os serviços públicos estão numa contenção tão brutal que não há orçamento para o papel higiénico, mas a prioridade do governo é distribuir preservativos a gente que só tem idade para fazer balões com o contraceptivo.
Mais importante que denunciar o que se passa, é importante perceber como é que se está a passar. Os partidos populistas como o Bloco de Esquerda, que se promovem como grandes defensores ‘das pessoas’, também são responsáveis por esta negligência governamental. Costa fez mal em abrir-lhes a porta, mas eles não deixam de fazer pior ao rebentar a casa.
A história do “imposto Mortágua” serviu, pura e simplesmente, para promoção da deputada e destaque do Bloco dentro da ‘geringonça’. O PCP, sendo o partido com mais património, não poderia tolerar a ideia como ela estava.
O imposto não tinha receita prevista, taxa prevista, nem valor mínimo a taxar. Era um fogo de vista, a ver se a direita vinha defender “os ricos” ou “a classe média” quando as exigências do memorando destruíram grande parte dessa classe média.
Era portanto importante, agora que o Bloco de Esquerda está a fazer a sua transição para partido de poder, que se lembrassem que governar implica mais que propaganda. A ver se não acabam como o PS de António Costa: a mandar árvores abaixo porque um autarca queria ser arquiteto quando era pequeno e a distribuir preservativos a crianças quando nem tem orçamento para lhes pagar o papel higiénico nas escolas.
É que se eu quisesse viver na Albânia, mudava-me.
07/10/2016
Sebastião Reis Bugalho
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
Um deputado socialista dizia recentemente: “aquilo que Mário Soares fez, ao trazer a democracia ocidental contra os ímpetos de revolucionários comunistas depois do 25 de abril, foi impedir que este país se transformasse numa Albânia”.
O deputado é capaz de ter razão, o que diz muito sobre as opções recentes de António Costa ao leme deste país. Portugal está cada vez mais próximo de tornar-se num país do terceiro mundo, similar à tal Albânia dos anos 70. Exemplos?
Para satisfazer os desejos megalómanos do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, estão a ser abatidas árvores com décadas de vida na praça do Saldanha. São estas as obras que, por exemplo, retiraram a faixa BUS à Avenida da República, atrofiando o trânsito e o regular funcionamento dos transportes públicos a que recorrem deficientes, crianças, idosos e os mais frágeis economicamente. E foi esse mesmo trânsito que obrigou os lisboetas a virarem-se para o metropolitano de tal modo que deixaram de haver bilhetes suficientes para a venda em máquinas. Eis Medina, amigo do ambiente e do turismo.
O metro ficar sem bilhetes por não conseguir compensar o trânsito das obras de Fernando Medina prova que as prioridades estão trocadas desde o início; em vez de canteiros e ciclovias, a autarquia devia melhorar em primeiro lugar a infra-estrutura dos transportes. Mais que uma vergonha face ao número de visitantes que a capital recebe, o que se passa hoje é o desprezo total pela vida dos lisboetas. Este tipo de exercício arbitrário do poder, não eleito e sem consulta, é digno do terceiro mundo. Mas há mais laivos de Albânia dos anos 70 na governação atual.
O governo quer distribuir preservativos nas escolas do ensino básico - não é só secundário; é o básico - quando as escolas pedem às famílias para cada criança trazer o seu papel higiénico de casa porque não há dinheiro. Os serviços públicos estão numa contenção tão brutal que não há orçamento para o papel higiénico, mas a prioridade do governo é distribuir preservativos a gente que só tem idade para fazer balões com o contraceptivo.
Mais importante que denunciar o que se passa, é importante perceber como é que se está a passar. Os partidos populistas como o Bloco de Esquerda, que se promovem como grandes defensores ‘das pessoas’, também são responsáveis por esta negligência governamental. Costa fez mal em abrir-lhes a porta, mas eles não deixam de fazer pior ao rebentar a casa.
A história do “imposto Mortágua” serviu, pura e simplesmente, para promoção da deputada e destaque do Bloco dentro da ‘geringonça’. O PCP, sendo o partido com mais património, não poderia tolerar a ideia como ela estava.
O imposto não tinha receita prevista, taxa prevista, nem valor mínimo a taxar. Era um fogo de vista, a ver se a direita vinha defender “os ricos” ou “a classe média” quando as exigências do memorando destruíram grande parte dessa classe média.
Era portanto importante, agora que o Bloco de Esquerda está a fazer a sua transição para partido de poder, que se lembrassem que governar implica mais que propaganda. A ver se não acabam como o PS de António Costa: a mandar árvores abaixo porque um autarca queria ser arquiteto quando era pequeno e a distribuir preservativos a crianças quando nem tem orçamento para lhes pagar o papel higiénico nas escolas.
É que se eu quisesse viver na Albânia, mudava-me.
07/10/2016
Sebastião Reis Bugalho
opiniao@newsplex.pt
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