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O país tem de saber o que quer
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O país tem de saber o que quer
Há longos anos que fazemos longos debates e daí criámos um consenso de que é preciso melhorar o pessoal político e atrair para a causa pública o melhor da sociedade civil. Mas cedemos com muita frequência à demagogia e recusamos falar sobre o estatuto remuneratório da classe política, fazendo de conta que não sabemos que a maioria dos diretores de órgãos de comunicação social tem um ordenado bruto superior ao do primeiro-ministro e que um diretor de um departamento da CGD já há muito ganha mais do que o Presidente da República.
O país que tem um ordenado mínimo de 530 euros e um ordenado médio inferior a 900 euros faz de conta que não sabe que os mais capazes conseguem ganhar 10, 20, 30 mil euros brutos no privado. Pede-lhes que adiram à causa pública, mas não está disponível para lhes pagar. Ainda assim, há muitos que cedem à sua consciência e aceitam ganhar menos para lutarem por aquilo em que acreditam. Na composição dos governos é sempre realçado o facto de haver ministros que chegam ao executivo sem cartão do partido e isso serve como pretexto para elogiar a sua escolha. De igual modo, quando foi conhecida a composição da administração da Caixa Geral de Depósitos houve uma quase unanimidade no elogio, por se tratar de uma administração profissional, livre do bloco de interesses, capaz de resolver o grave problema que persiste no banco público.
O que é de estranhar, ou talvez não, é a barreira que se cria de imediato a esses ministros independentes ou aos gestores profissionais que aceitam trocar o privado pelo público. Não costuma demorar muito para transformar os ministros independentes em incompetentes e os gestores profissionais em algo mais. No caso da CGD, governada há décadas, com os resultados que se conhecem, por um bloco de interesses de que fazem parte PS, PSD e CDS, não pode deixar de causar grande perplexidade o facto de, em apenas dois meses, termos passado de um grande ato de gestão governamental para o assumir de um erro político, que se prende unicamente com a perceção que se gerou na opinião pública de que havia um estatuto de benefício para os administradores.
O país tem de decidir o que é que quer. Quer uma Caixa governamentalizada, povoada com gente do Bloco Central e que é um braço armado dos governos, ou quer uma gestão profissional que faz da instituição um banco viável, obedecendo, ainda assim, às diretivas que emanam do executivo? E os governos, devem ser compostos por pessoal político que, em última instância, só lá pode chegar se antes tiver ido a votos, ou deve procurar incluir os melhores, mesmo que não tenham tido atividade política conhecida? Todas as posições são legítimas. Aquilo em que não devemos insistir é em querer uma coisa e o seu contrário.
14 DE NOVEMBRO DE 2016
00:01
Paulo Baldaia
Diário de Notícias
O país que tem um ordenado mínimo de 530 euros e um ordenado médio inferior a 900 euros faz de conta que não sabe que os mais capazes conseguem ganhar 10, 20, 30 mil euros brutos no privado. Pede-lhes que adiram à causa pública, mas não está disponível para lhes pagar. Ainda assim, há muitos que cedem à sua consciência e aceitam ganhar menos para lutarem por aquilo em que acreditam. Na composição dos governos é sempre realçado o facto de haver ministros que chegam ao executivo sem cartão do partido e isso serve como pretexto para elogiar a sua escolha. De igual modo, quando foi conhecida a composição da administração da Caixa Geral de Depósitos houve uma quase unanimidade no elogio, por se tratar de uma administração profissional, livre do bloco de interesses, capaz de resolver o grave problema que persiste no banco público.
O que é de estranhar, ou talvez não, é a barreira que se cria de imediato a esses ministros independentes ou aos gestores profissionais que aceitam trocar o privado pelo público. Não costuma demorar muito para transformar os ministros independentes em incompetentes e os gestores profissionais em algo mais. No caso da CGD, governada há décadas, com os resultados que se conhecem, por um bloco de interesses de que fazem parte PS, PSD e CDS, não pode deixar de causar grande perplexidade o facto de, em apenas dois meses, termos passado de um grande ato de gestão governamental para o assumir de um erro político, que se prende unicamente com a perceção que se gerou na opinião pública de que havia um estatuto de benefício para os administradores.
O país tem de decidir o que é que quer. Quer uma Caixa governamentalizada, povoada com gente do Bloco Central e que é um braço armado dos governos, ou quer uma gestão profissional que faz da instituição um banco viável, obedecendo, ainda assim, às diretivas que emanam do executivo? E os governos, devem ser compostos por pessoal político que, em última instância, só lá pode chegar se antes tiver ido a votos, ou deve procurar incluir os melhores, mesmo que não tenham tido atividade política conhecida? Todas as posições são legítimas. Aquilo em que não devemos insistir é em querer uma coisa e o seu contrário.
14 DE NOVEMBRO DE 2016
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Paulo Baldaia
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