Não bastam as boas notícias

O mais importante é a confiança na nossa economia e nas nossas empresas demonstrada pelos grandes investidores.

(Comente aqui o artigo de Ulisses Pereira)

A luz verde dada pela Comissão Europeia ao Orçamento português e, sobretudo, a divulgação do crescimento do PIB no 3.º trimestre como o maior da Zona Euro foram notícias bastante positivas para o nosso país. Apesar disso, os juros da dívida pública não param de subir (ultrapassaram os 3,7% no mercado secundário) e a nossa bolsa continua letárgica, sem mostrar qualquer entusiasmo.

As boas notícias são importantes. Mas, para o nosso mercado, mais importante é a confiança na nossa economia e nas nossas empresas demonstrada pelos grandes investidores. E quer o mercado accionista quer o mercado obrigacionista continuam sem mostrar qualquer interesse relevante por parte dos estrangeiros. Dizer-se bem é uma coisa, investir dinheiro é outra. E é desses sinais que eu continuo à espera.

Dada a serenidade que vive a nossa bolsa, até podemos pensar que estamos a níveis confortáveis mas, em bom rigor, estamos a apenas menos de 5% do mínimo dos últimos 20 anos! Adorava que as boas notícias macroeconómicas me fizessem abandonar o pessimismo que mantenho há mais de dois anos, mas, na realidade, serão as subidas na bolsa portuguesa que poderão mudar esse meu estado de espírito.

O grande sinal de curto e médio prazo seria a ruptura consistente da resistência na zona entre os 4.800 e os 4.850 pontos. Sempre que se aproximou dessa zona, o PSI fraquejou. É esse o sinal que preciso para deixar este papel de Velho do Restelo do qual já estou farto. Quero deixar este bolorento fato de urso para trás. Mas para isso não bastam boas notícias. É preciso dinheiro a entrar no nosso mercado e a fazer a nossa bolsa subir. Continuamos à espera.



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Analista Dif Brokers
ulisses.pereira@difbroker.com
21 de Novembro de 2016 às 09:55
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