Ana Paula Vitorino critica: Investimentos portuários do triénio 2012-2015 «não foram concretizados»

Ana Paula Vitorino deixou também críticas ao anterior Governo na entrevista que concedeu à Revista CARGO. A Ministra realçou que os investimentos previstos em matéria portuária para o triénio 2012-2015 «não foram concretizados». Contudo, mostra-se optimista ao referir que «não estamos atrasados» no que diz respeito ao desenvolvimento portuário nacional.

Uma das justificações para a nova estratégia do Governo para o aumento da competitividade dos Portos nacionais assenta na necessidade identificada de aumentar a capacidade portuária do País. Questionada pela Revista CARGO, a Ministra lembra que os crescimentos previstos para os últimos anos até «foram ultrapassados» mas não deixou de criticar a falta de investimento do anterior Governo.

«O plano anterior, que também foi apresentado por mim enquanto Secretária de Estado dos Transportes, previa crescimentos que foram cumpridos. Aliás, foram ultrapassados! Mas podíamos ter ido mais além. O problema é que havia investimentos previstos para 10 anos que no último triénio 2012-2015 não foram concretizados», salientou Ana Paula Vitorino, defendendo, porém, que «não estamos atrasados».

«Ainda assim, nós temos condições excelentes em termos europeus. E temos condições que não dependem dos investimentos ligados à questão geoestratégica. Nós estamos aqui num ponto de cruzamento entre as rotas Norte-Sul e Este-Oeste. E essa localização é privilegiada e ninguém nos retira, mesmo quando às vezes não há investimento», acrescentou a Ministra à CARGO.

«Mas temos que acelerar. O facto de não estarmos atrasados não quer dizer que não tenhamos que recuperar tempo. Este último triénio 2012-2015, em que nada se fez, é um triénio que temos que recuperar para atingir metas. E são metas ambiciosas! Quando digo que temos que estabelecer como meta aumentar, em 10 anos, 200% da carga contentorizada que é movimentada nos nossos Portos, é algo ambicioso. Mas é possível. E é possível se fizermos tudo atempadamente. É daquelas matérias em que empatar não vale a pena, não é como no futebol em que o empate é algo entre a vitória e a derrota. Em matéria portuária, qualquer empate é uma derrota! E nós não queremos empatar, queremos acelerar», concluiu.

 
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