Comboios transportam quase tantas pessoas como em 1967

Os transportes portugueses parecem estar cheios mas já estiveram relativamente mais. A partir da década de 90 começou a assistir-se a um fenómeno de abrandamento da utilização dos transportes públicos em Portugal.

Ao que a Pordata apurou, em 2015 o número de passageiros era de aproximadamente 130 milhões mas há 48 anos o número situava-se nos 138 milhões. Os portugueses foram abandonando os comboios e os autocarros e optando pelo uso do veículo pessoal, segundo a informação disponibilizada pela nova base de dados sobre transportes, lançada esta quinta-feira.

“É um tema que mexe com as nossas vidas. Apesar de os dados não terem voz, devem ser lidos e interpretados, porque têm uma história para contar. Estes números refletem-nos”, afirma Maria João Valente Rosa, diretora da Pordata.

Segundo os dados desta nova plataforma de estatísticas, citados pelo “Jornal de Notícias”, no ano de 1988 o número de passageiros chegou aos 230 milhões e a rede ferroviária possuía 3607 quilómetros. Mais tarde, assistiu-se a uma redução do tamanho, em prol de um melhor aproveitamento, dado que parte da rede não estava em uso.

A Pordata Portugal passa, assim, a contar com 18 temas e mais de 1.300 quadros estatísticos, sempre baseados em dados oficiais de fontes como o Instituto Nacional de Estatística e a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária sobre o transporte aéreo, ferroviário, marítimo, metropolitano e rodoviário.

“Todos nós, enquanto cidadãos, dependemos dos transportes diariamente, quer de forma directa, quer indireta. A entrada do novo tema ‘Transportes’ representa, por isso, mais um contributo para melhor conhecer Portugal e a sociedade em que vivemos, desta vez para compreender de que forma os transportes têm evoluído em Portugal”, pode ler-se no website da base de dados.

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Jornal Económico