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Produtividade, rendimento e factores de sucesso
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Produtividade, rendimento e factores de sucesso
Quando se fala de reformas laborais e de mudanças na administração pública, estaremos a dar o valor necessário a recursos humanos motivados, estimulados e reconhecidos?
Uma das maiores preocupações nas organizações e estruturas complexas dos nossos dias, tanto públicas como privadas, é a produtividade. Chegados a uma certa idade, é natural que reflictamos sobre este jugo. Também lhe chamam rendimento.
As nossas profissões são o fundamental do nosso dia-a-dia e nela empenhamos o melhor da nossa vida activa e alguns dos bens mais preciosos da nossa existência útil, em prejuízo de tantos momentos e fases dos “nossos” mais próximos; a proximidade laboral é a que mais nos ocupa, sem outra opção (para o comum dos mortais). Neste espaço – ou espaços – omnipresentes (abençoados aqueles que conseguem “desligar”…) temos expectativas, pretensões e ambições.
Por isso nos rendemos à produtividade e ao rendimento. De acordo com vários critérios e em conformidade com uma certa cultura, vamos sendo empurrados para avaliações de desempenho e de eficiência, tantas vezes imunes a um juízo de qualidade e de mérito, mesmo em actividades intelectuais. Somos apreciados em muitos segmentos, que evoluem gradualmente em sentido mais técnico e neutro. Somos acompanhados por barómetros comparativos e submetidos às opiniões e reacções daqueles que nos rodeiam e dos “consumidores”-destinatários das nossas produções e prestações. Comprometemo-nos com procedimentos, bitolas, diligências e resultados e obedecemos acriticamente, em nome de uma carreira e de um percurso.
Estamos mergulhados numa atmosfera que substitui burocracia de papel por quilómetros de diálogos eletrónicos e apresentações sofisticadas de trabalho e conhecimentos. Que converte capacidades em reproduções mecânicas que proporcionam, alegadamente, o sucesso e minimizam o risco. É assim que pretendem que se viva. Bastará?
Longe disso. Estes métodos não encontram razão de ser se se dispensar a motivação e o estímulo. Assim o afirmam cientificamente os “especialistas”; assim o compreendemos todos nós empiricamente. Trabalhar individualmente ou em colectivo será sempre mais eficaz se aqueles dois vectores se conjugarem em permanência. Nomeadamente em grupo, quando se joga com lideranças, hierarquias, antiguidades e recompensas, a motivação e o estímulo (a par do reconhecimento e da análise crítica) são a seiva da exigência, do rigor, do detalhe, do cumprimento. Nomeadamente com as idiossincrasias da minha geração, demasiado marcada pela necessidade de afirmação depois de intensa preparação, essas são as dinâmicas que nenhum gestor, nenhum director, nenhum coordenador, nenhum “chefe” pode descurar. Sob pena de eles próprios se descurarem a si próprio e à organização. E gerar depressão e frustração – justamente os adversários da produtividade e do rendimento.
Quando se fala de reformas laborais, de mudanças na filosofia da administração pública, gestão e promoções de carreira, aspirações remuneratórias e gratificação de factores variáveis, concluo sempre que o crucial é a formação e a valorização dos recursos humanos. Interessados, briosos e intensos, seja sob que prisma for, e, em consequência, reconhecidos. E pergunto: em regra, está a acontecer? Ou vivemos a ditadura do “emprego” (que será uma benesse acontecer), caminhando para uma depressão generalizada nos locais de trabalho enquanto espaços (por definição e contradefinição) de realização pessoal? Estamos a debater e a introduzir consciência das circunstâncias de superação? Ou rendemo-nos à inevitabilidade de uma marcha silente encostados ao muro da frustração?
Já agora, quando falamos de reformas e objectivos, pensemos nas pessoas. Será sempre mais fácil.
Professor de Direito da Universidade de Coimbra. Jurisconsulto.
Escreve à quinta-feira
23/03/2017
Ricardo Costa
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
Uma das maiores preocupações nas organizações e estruturas complexas dos nossos dias, tanto públicas como privadas, é a produtividade. Chegados a uma certa idade, é natural que reflictamos sobre este jugo. Também lhe chamam rendimento.
As nossas profissões são o fundamental do nosso dia-a-dia e nela empenhamos o melhor da nossa vida activa e alguns dos bens mais preciosos da nossa existência útil, em prejuízo de tantos momentos e fases dos “nossos” mais próximos; a proximidade laboral é a que mais nos ocupa, sem outra opção (para o comum dos mortais). Neste espaço – ou espaços – omnipresentes (abençoados aqueles que conseguem “desligar”…) temos expectativas, pretensões e ambições.
Por isso nos rendemos à produtividade e ao rendimento. De acordo com vários critérios e em conformidade com uma certa cultura, vamos sendo empurrados para avaliações de desempenho e de eficiência, tantas vezes imunes a um juízo de qualidade e de mérito, mesmo em actividades intelectuais. Somos apreciados em muitos segmentos, que evoluem gradualmente em sentido mais técnico e neutro. Somos acompanhados por barómetros comparativos e submetidos às opiniões e reacções daqueles que nos rodeiam e dos “consumidores”-destinatários das nossas produções e prestações. Comprometemo-nos com procedimentos, bitolas, diligências e resultados e obedecemos acriticamente, em nome de uma carreira e de um percurso.
Estamos mergulhados numa atmosfera que substitui burocracia de papel por quilómetros de diálogos eletrónicos e apresentações sofisticadas de trabalho e conhecimentos. Que converte capacidades em reproduções mecânicas que proporcionam, alegadamente, o sucesso e minimizam o risco. É assim que pretendem que se viva. Bastará?
Longe disso. Estes métodos não encontram razão de ser se se dispensar a motivação e o estímulo. Assim o afirmam cientificamente os “especialistas”; assim o compreendemos todos nós empiricamente. Trabalhar individualmente ou em colectivo será sempre mais eficaz se aqueles dois vectores se conjugarem em permanência. Nomeadamente em grupo, quando se joga com lideranças, hierarquias, antiguidades e recompensas, a motivação e o estímulo (a par do reconhecimento e da análise crítica) são a seiva da exigência, do rigor, do detalhe, do cumprimento. Nomeadamente com as idiossincrasias da minha geração, demasiado marcada pela necessidade de afirmação depois de intensa preparação, essas são as dinâmicas que nenhum gestor, nenhum director, nenhum coordenador, nenhum “chefe” pode descurar. Sob pena de eles próprios se descurarem a si próprio e à organização. E gerar depressão e frustração – justamente os adversários da produtividade e do rendimento.
Quando se fala de reformas laborais, de mudanças na filosofia da administração pública, gestão e promoções de carreira, aspirações remuneratórias e gratificação de factores variáveis, concluo sempre que o crucial é a formação e a valorização dos recursos humanos. Interessados, briosos e intensos, seja sob que prisma for, e, em consequência, reconhecidos. E pergunto: em regra, está a acontecer? Ou vivemos a ditadura do “emprego” (que será uma benesse acontecer), caminhando para uma depressão generalizada nos locais de trabalho enquanto espaços (por definição e contradefinição) de realização pessoal? Estamos a debater e a introduzir consciência das circunstâncias de superação? Ou rendemo-nos à inevitabilidade de uma marcha silente encostados ao muro da frustração?
Já agora, quando falamos de reformas e objectivos, pensemos nas pessoas. Será sempre mais fácil.
Professor de Direito da Universidade de Coimbra. Jurisconsulto.
Escreve à quinta-feira
23/03/2017
Ricardo Costa
opiniao@newsplex.pt
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