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Terminal de cruzeiros de Setúbal
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Terminal de cruzeiros de Setúbal
A propósito do anunciado desejo da Câmara Municipal de Setúbal, que quer um Terminal de Cruzeiros em Setúbal, ocorre-me um lembrete que devia fazer parte duma aprendizagem que julgávamos interiorizada e que recomenda aprender com os erros e não voltar a cometê-los.
Bem sei que, por ser demasiado genérica mais é esquecida. Mas também que, por ser tão atual no discurso político corrente, devia ser mais respeitada. Afinal quantas obras por aí há que nos revelam o desperdício de dinheiros públicos e privados, sem utilidade e fim à vista?
Por conseguinte aí temos na ordem do dia a desejada e prometida construção duma infraestrutura com vultuosos investimentos, que precisa de ser estudada com seriedade e rigor. Estudos que não podem ser justificação procurada pela lei dos grandes números, em que basta uma pequena percentagem para garantir uma procura esperada que torne um negócio viável e apetecido.
Não basta uma sensibilidade empírica aguçada por uma área de negócio em expansão, que se julga reunir todo o potencial para vingar como empreendimento, com contributo decisivo para a cidade e para a região. A meu ver, muito trabalho tem que ser desenvolvido para que se chegue a esse almejado objetivo: dotar Setúbal (e o seu porto, em particular) dum Terminal de Cruzeiros.
Não temos dúvidas sobre as potencialidades desta região e desta cidade, com enquadramento paisagístico ímpar e com uma oferta turística capaz de atrair gentes de outras paragens. O património histórico-cultural e a gastronomia contribuirão como atrativos para motivar o apetite e justificar uma visita. Tão pouco temos dúvidas sobre as facilidades portuárias que poderão ser oferecidas a navios e pessoas que demandem o Porto de Setúbal. Já não temos tantas certezas sobre a oportunidade económica de tal negócio uma vez que à cautela, há um longo trabalho a desenvolver para que se concretize esse sonho.
Num raciocínio avisado atrevo-me a perguntar se por acaso existe algum estudo de mercado que prometa, firmemente, comprometer operadores desta área de negócio. Sejam eles armadores (donos de navios de cruzeiro) ou agências de turismo que garantam fluxos consistentes de passageiros/turistas. Raciocínio que pode estar ferido pelo desconhecimento, mas que radica nalgumas dúvidas que podem estar subjacentes a questões, que parecendo menores podem ter influência determinante. Desde logo a perceção de que, devido à proximidade dum dos maiores portos de cruzeiros da Europa e do mundo, ser precisamente, Lisboa. E que poderá haver sobreposição no mercado disputado, uma vez que a região de Azeitão, Arrábida e Setúbal, já farão parte dos circuitos turísticos oferecidos para visitas ao passageiros dos navios que escalam Lisboa. Ou mesmo de outras variáveis a considerar no desenho da oportunidade considerada, sejam elas ao nível dum funcionamento autónomo e concorrencial ou duma possível complementaridade com o Porto de Lisboa. Isto porque, não nos esqueçamos que a breve trecho os dois portos terão uma gestão conjunta e têm que ser vistos como uma realidade integrada e interdependente, que procuram satisfazer tráfegos duma forma racional e adequada.
Certamente que, as promessas feitas pela Câmara de Setúbal terão suporte numa análise cuidada que aponte para a viabilidade deste negócio, que não se compadece com a errância igual a tantos outros projetos, em que se fizeram infraestruturas acreditando que as mesmas dinamizassem uma procura tantas vezes inexistente.
Não sendo perito na matéria, perdoe-se-me mais uma vez o atrevimento, acho que seria aconselhável alguma prudência e fazer-se um caminho progressivo, que passe por uma 1ª fase de atração de operadores turísticos, disponibilizando condições satisfatórias de fundeadouro no Porto de Setúbal, permitindo o desembarque dos passageiros através de barcos/lanchas, coisa que se faz em muitos outros portos demandados para o efeito, tomando-se o exemplo da Grécia e da Croácia, entre outros.
Não é por não haver cais de acostagem ou vulgo Terminal de Cruzeiros, que deixa de ser visitável a cidade e a região, assim a procura o justifique. E para que a mesma exista deve ser feito um trabalho prévio que passe por uma oferta estruturada, que seja participada e construída pelos múltiplos agentes individuais e coletivos da região, principalmente dos que têm responsabilidade ou fazem vida deste negócio.
Autor/fonte: José António Contradanças
http://www.cargoedicoes.pt/
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