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Os piratas-vampiros do êxodo migratório
Olhar Sines no Futuro :: Categoria :: Mundo :: Europa :: Mar Mediterrâneo
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Os piratas-vampiros do êxodo migratório
As novas armas do contrabando de imigrantes são barcos velhos. Um negócio desprezível e desumano.
Em pouco mais de uma semana, cerca de duas mil pessoas foram encontradas à deriva no Mediterrâneo. Não em pneumáticos mas em cargueiros impróprios para navegar. Cargueiros que, em lugar de irem para a sucata, são usados como “embalagem” gigante para centenas de imigrantes ansiosos de encontrarem uma saída para as guerras e outros males que dilaceram os seus países. É como se, num repente, os piratas-vampiros do êxodo migratório tivessem passado do transporte “a retalho” para as vendas “por atacado”: se um pneumático transporta um máximo de 100 a 150 pessoas em condições deploráveis, num cargueiro que é quase lixo é possível transportar até cinco a seis vezes mais. Ora com o acirrar dos conflitos e da violência em países como a Síria ou a Líbia, a par de uma vigilância mais defensiva dos mares, este “negócio” desprezível e inumano tenderá a aumentar e a criar uma situação dificilmente sustentável no Mediterrâneo. É como se uma enorme batalha estivesse ali em curso, usando como balas seres humanos. A cessação da Operação Mare Nostrum (que impediu muitos naufrágios e salvou mais de 150 mil vidas, segundo dados oficiais) e a sua substituição pela mais frágil operação Tritão, deixou caminho aberto a nova estratégia dos traficantes. E ela aí está, decerto para ficar. Se em 2014 tinham já chegado às costas italianas cerca de 160 mil imigrantes em frágeis embarcações, só na última semana de Dezembro chegaram dois mil em apenas dois cargueiros, que os traficantes conduzem até os deixarem seguir em piloto automático rumo ao destino, abandonando os imigrantes à sua sorte. O último destes barcos foi encontrado, simbolicamente, no primeiro dia do novo ano: tinha meio século de existência e foi construído para transportar gado. E em fim de vida transportou pessoas como gado: 450 seres humanos, na ânsia desesperada de um futuro. Sem refrear as guerras nos países de origem e tal tráfico inumano, este drama continuará insolúvel.
DIRECÇÃO EDITORIAL 03/01/2015 - 05:53
Público
Em pouco mais de uma semana, cerca de duas mil pessoas foram encontradas à deriva no Mediterrâneo. Não em pneumáticos mas em cargueiros impróprios para navegar. Cargueiros que, em lugar de irem para a sucata, são usados como “embalagem” gigante para centenas de imigrantes ansiosos de encontrarem uma saída para as guerras e outros males que dilaceram os seus países. É como se, num repente, os piratas-vampiros do êxodo migratório tivessem passado do transporte “a retalho” para as vendas “por atacado”: se um pneumático transporta um máximo de 100 a 150 pessoas em condições deploráveis, num cargueiro que é quase lixo é possível transportar até cinco a seis vezes mais. Ora com o acirrar dos conflitos e da violência em países como a Síria ou a Líbia, a par de uma vigilância mais defensiva dos mares, este “negócio” desprezível e inumano tenderá a aumentar e a criar uma situação dificilmente sustentável no Mediterrâneo. É como se uma enorme batalha estivesse ali em curso, usando como balas seres humanos. A cessação da Operação Mare Nostrum (que impediu muitos naufrágios e salvou mais de 150 mil vidas, segundo dados oficiais) e a sua substituição pela mais frágil operação Tritão, deixou caminho aberto a nova estratégia dos traficantes. E ela aí está, decerto para ficar. Se em 2014 tinham já chegado às costas italianas cerca de 160 mil imigrantes em frágeis embarcações, só na última semana de Dezembro chegaram dois mil em apenas dois cargueiros, que os traficantes conduzem até os deixarem seguir em piloto automático rumo ao destino, abandonando os imigrantes à sua sorte. O último destes barcos foi encontrado, simbolicamente, no primeiro dia do novo ano: tinha meio século de existência e foi construído para transportar gado. E em fim de vida transportou pessoas como gado: 450 seres humanos, na ânsia desesperada de um futuro. Sem refrear as guerras nos países de origem e tal tráfico inumano, este drama continuará insolúvel.
DIRECÇÃO EDITORIAL 03/01/2015 - 05:53
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