"A maior parte dos turistas chega por avião e é natural que passem por Lisboa ou pelo Porto"

Adolfo Mesquita Nunes, secretário de Estado do Turismo, foi um dos convidados para a VI Conferência dos Green Project Awards, que teve como tema a Economia Verde. Quando questionado sobre se as cidades estariam a crescer excessivamente, argumentou que isto se deve à dependência que temos do turismo estrangeiro, sendo que os turistas acabam sempre por passar ou por Lisboa ou pelo Porto, mesmo combinando regiões. Contudo, revelou que a região que mais está a crescer, em termos percentuais, é o Alentejo, uma realidade que acaba por mudar, quando falamos em termos absolutos.

"É normal que cada país com vocação turística tenha dentro de si dois ou três polos e as cidades são normalmente polos muito interessantes e atractivos para o turismo porque promovem o chamado short break que é um produto fácil de vender", afirmou. Ainda assim, ressalvou os desafios que o aumento repentino no número de turistas vem criar ao nível da gestão do espaço para as cidades ao nível da requalificação urbana, da criação de espaços ou da  gestão de tráfego. "No fundo é começar a governar as cidades pensando não só na população habitual, mesmo a população flutuante que trabalha e que vive depois fora, mas também com uma componente populacional muito forte, os pelo menos 15 milhões de turistas que recebemos por ano", disse, apelando para que o turismo seja encarado como um activo da economia, dado que os turistas estrangeiros deixam por hora mais de um milhão de euros na economia. "A nossa economia ressentia-se se ficássemos sem turismo".

"Não me parece que tenhamos chegado ao ponto em que temos turismo a mais e ainda bem que há algumas regiões que crescem menos do que outras", confessou, revelando-se convicto do facto de o Alentejo não querer no seu território o mesmo número e tipo de turistas do que as cidades como Lisboa e Porto. "Quer-se especializar, tal como os Açores se querem especializar como um destino ambientalmente sustentável. Ainda bem que temos diversos ritmos e tipos de turismo".

Por Rita Bernardo
10:49h - 27/01/2015