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Balanço em aberto
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Balanço em aberto
Em 1971, num livro em que se misturava a inteligência e a parcialidade do seu autor (As Crises e os Homens), Franco Nogueira alertava para o novo canto de sereia da Europa: o mercado comum. O antigo ministro de Salazar era o último soldado do Império. Em 1972, o governo de Marcelo Caetano iniciava o processo negocial de Lisboa com as comunidades, que seria retomado em democracia por Mário Soares, conduzindo ao ato dos Jerónimos em 1985, que agora evocamos.
No mundo real a lógica teórica do preto e branco é substituída pela profusão das cores, que por vezes confunde os olhos e a razão. A dicotomia de Franco Nogueira não resiste à prova dos factos. Em 1962, com as guerras africanas já começadas, e apenas dois anos após termos sido fundadores da EFTA, é o próprio Salazar que tenta franquear a porta da CEE, enfrentando a resistência da França gaullista.
O destino europeu de Portugal no final do século XX não foi um capricho. Foi uma necessidade estratégica. Contudo, o balanço destes 30 anos é apenas provisório. Depois de uma longa fase de convergência política, económica e social com o centro europeu, Portugal e muitos outros países reencontraram a sua maldição periférica. Desde 2008 que Lisboa não tem deixado de perder capacidade interventiva na construção europeia, devolvendo com juros tudo o que recebeu da Europa ao longo de décadas. As reformas estruturais de que mais necessitamos na Europa não são as dos países, mas sim as da própria União Europeia, e em especial as da zona euro.
Enquanto se pensar que é possível construir uma união monetária num perfil low cost, com um mísero orçamento de apenas 1% do PIB europeu, as esperanças de uma sólida ancoragem de Portugal numa Europa de mercados, mas também de valores e direitos, não passará de uma ilusão cada vez mais dolorosa e insustentável.
por Viriato Soromenho Marques
13.06.2015
Diário de Notícias
No mundo real a lógica teórica do preto e branco é substituída pela profusão das cores, que por vezes confunde os olhos e a razão. A dicotomia de Franco Nogueira não resiste à prova dos factos. Em 1962, com as guerras africanas já começadas, e apenas dois anos após termos sido fundadores da EFTA, é o próprio Salazar que tenta franquear a porta da CEE, enfrentando a resistência da França gaullista.
O destino europeu de Portugal no final do século XX não foi um capricho. Foi uma necessidade estratégica. Contudo, o balanço destes 30 anos é apenas provisório. Depois de uma longa fase de convergência política, económica e social com o centro europeu, Portugal e muitos outros países reencontraram a sua maldição periférica. Desde 2008 que Lisboa não tem deixado de perder capacidade interventiva na construção europeia, devolvendo com juros tudo o que recebeu da Europa ao longo de décadas. As reformas estruturais de que mais necessitamos na Europa não são as dos países, mas sim as da própria União Europeia, e em especial as da zona euro.
Enquanto se pensar que é possível construir uma união monetária num perfil low cost, com um mísero orçamento de apenas 1% do PIB europeu, as esperanças de uma sólida ancoragem de Portugal numa Europa de mercados, mas também de valores e direitos, não passará de uma ilusão cada vez mais dolorosa e insustentável.
por Viriato Soromenho Marques
13.06.2015
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