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O modelo económico não mudou o que devia!
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O modelo económico não mudou o que devia!
Apesar da melhoria registada nos últimos anos na composição do PIB, com um aumento do peso das exportações de 26% em 2010 para cerca de 40% em 2014 e de uma ligeira recuperação do investimento, basta a economia melhorar e a balança comercial tende a desequilibrar-se significativamente.
De acordo com os dados de abril, o défice comercial agravou-se neste período face ao período homólogo de 2014. As exportações cresceram em termos homólogos cerca de 10%, mas as importações aumentaram em termos homólogos cerca de 16%.
Esta é uma realidade preocupante, uma vez que revela que basta a economia voltar a crescer para que o endividamento externo aumente.
Já tenho referido em anteriores artigos que tão importante como exportar é substituir importações. Mas para tal é necessário investir. Investimento direcionado para setores de bens transacionáveis que ajudem o país a gerar valor acrescentado.
Continuo a ver nas lojas de retalho demasiados produtos alimentares importados, muitos dos quais poderiam ser produzidos em Portugal: frutas, legumes, produtos derivados de cereais, massas, arroz, peixe, entre outros.
Como é que é possível Portugal não ser autossuficiente em pescado? Pois, a frota pesqueira foi reduzida nas décadas de 80 e 90 do século passado, por imposição europeia e por manifesta falta de visão estratégica dos responsáveis de então.
Quando hoje ouço tantas pessoas a falar do mar (algumas com responsabilidades nas décadas de 80 e 90), das suas oportunidades e potencialidades, continuo a não perceber porque se reduziu o setor pesqueiro à dimensão atual.
Basta o rendimento disponível recuperar um pouco e as alternativas de poupança com risco reduzido terem rendibilidades baixas, os portugueses aumentam significativamente o seu apetite consumista, com reflexos negativos na balança comercial e no endividamento externo.
Parece que a compra em grande escala de títulos por parte do BCE, até agora (embora ainda só vamos no quarto mês) poucos reflexos teve na economia, para além da subida do consumo privado e da ligeira subida do índice de preços do consumidor que passou de negativo para positivo na Zona Euro. Mas será que os efeitos já são visíveis no investimento produtivo? Muito pouco.
Os números de abril das importações são preocupantes, pois são consequência do consumo e não do investimento. São ainda mais preocupantes quando em ano de eleições, quem está no poder e quem quer ir para lá tenta sempre agradar aos votantes, com uma redução do ritmo de reformas ou com promessas, que a serem cumpridas, traduzem-se normalmente num maior buraco orçamental.
A questão da redução da TSU é absurda. Se o sistema face às responsabilidades apresenta hoje pouca folga e défice no futuro, como é que se pode pensar em diminuir as receitas da Segurança Social? Uns dizem: aumentando o emprego. É verdade! Mas também é verdade que não se cria emprego por decreto.
Para criar emprego é necessário investimento. E para se realizarem investimentos é necessário atratividade, confiança, estabilidade, continuação das reformas, flexibilidade financeira, laboral, fiscal e acima de tudo haver mercado para se vender o que se vai produzir.
Gostava que os políticos não continuassem a "empurrar com a barriga" o que tem de ser feito. Gostava que não prometessem o impossível ou o que teremos de pagar mais tarde com juros. Gostava que não houvesse um 4.º resgate financeiro do país desde o 25 de Abril de 1974. Gostava que os programas económicos fossem realistas, com as "continhas" bem explicadas aos portugueses.
Economista
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
01 Julho 2015, 00:01 por Carlos Bastardo
Negócios
De acordo com os dados de abril, o défice comercial agravou-se neste período face ao período homólogo de 2014. As exportações cresceram em termos homólogos cerca de 10%, mas as importações aumentaram em termos homólogos cerca de 16%.
Esta é uma realidade preocupante, uma vez que revela que basta a economia voltar a crescer para que o endividamento externo aumente.
Já tenho referido em anteriores artigos que tão importante como exportar é substituir importações. Mas para tal é necessário investir. Investimento direcionado para setores de bens transacionáveis que ajudem o país a gerar valor acrescentado.
Continuo a ver nas lojas de retalho demasiados produtos alimentares importados, muitos dos quais poderiam ser produzidos em Portugal: frutas, legumes, produtos derivados de cereais, massas, arroz, peixe, entre outros.
Como é que é possível Portugal não ser autossuficiente em pescado? Pois, a frota pesqueira foi reduzida nas décadas de 80 e 90 do século passado, por imposição europeia e por manifesta falta de visão estratégica dos responsáveis de então.
Quando hoje ouço tantas pessoas a falar do mar (algumas com responsabilidades nas décadas de 80 e 90), das suas oportunidades e potencialidades, continuo a não perceber porque se reduziu o setor pesqueiro à dimensão atual.
Basta o rendimento disponível recuperar um pouco e as alternativas de poupança com risco reduzido terem rendibilidades baixas, os portugueses aumentam significativamente o seu apetite consumista, com reflexos negativos na balança comercial e no endividamento externo.
Parece que a compra em grande escala de títulos por parte do BCE, até agora (embora ainda só vamos no quarto mês) poucos reflexos teve na economia, para além da subida do consumo privado e da ligeira subida do índice de preços do consumidor que passou de negativo para positivo na Zona Euro. Mas será que os efeitos já são visíveis no investimento produtivo? Muito pouco.
Os números de abril das importações são preocupantes, pois são consequência do consumo e não do investimento. São ainda mais preocupantes quando em ano de eleições, quem está no poder e quem quer ir para lá tenta sempre agradar aos votantes, com uma redução do ritmo de reformas ou com promessas, que a serem cumpridas, traduzem-se normalmente num maior buraco orçamental.
A questão da redução da TSU é absurda. Se o sistema face às responsabilidades apresenta hoje pouca folga e défice no futuro, como é que se pode pensar em diminuir as receitas da Segurança Social? Uns dizem: aumentando o emprego. É verdade! Mas também é verdade que não se cria emprego por decreto.
Para criar emprego é necessário investimento. E para se realizarem investimentos é necessário atratividade, confiança, estabilidade, continuação das reformas, flexibilidade financeira, laboral, fiscal e acima de tudo haver mercado para se vender o que se vai produzir.
Gostava que os políticos não continuassem a "empurrar com a barriga" o que tem de ser feito. Gostava que não prometessem o impossível ou o que teremos de pagar mais tarde com juros. Gostava que não houvesse um 4.º resgate financeiro do país desde o 25 de Abril de 1974. Gostava que os programas económicos fossem realistas, com as "continhas" bem explicadas aos portugueses.
Economista
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
01 Julho 2015, 00:01 por Carlos Bastardo
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