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Um fundo soberano para Portugal?
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Um fundo soberano para Portugal?
As dificuldades que estão a atravessar outros países com economias tão frágeis e dependentes como a nossa deveriam levar-nos a procurar antecipadamente reforços financeiros estruturais para evitar situações semelhantes.
Em lugar de fomentar a criação de novos bancos públicos, que tão mal sucedidos têm sido em Espanha ou na Alemanha, deveríamos discutir a criação de um fundo soberano português. Sei que, dado o estado das finanças públicas do país, esta discussão é hoje mais teórica que prática, mas ilustra de forma clara a atitude que deveríamos adoptar para corrigir os abusos do passado e os desequilíbrios do presente que hoje nos colocam entre os países com maior dependência financeira externa.
À falta de matérias primas ou de outras riquezas temporais, um fundo soberano português deveria integrar uma parte, embora simbólica, do resultado das privatizações; os ativos dos bancos resgatados; os instrumentos de investimento público; e alguma parte dos rendimentos das atividades decorrentes de ativos públicos, como o turismo. A verdadeira relevância da criação deste fundo, muito além das dotações atualmente possíveis, seria a mudança de atitude em relação ao abuso na utilização de instrumentos financeiros para a importação sistemática de riqueza do futuro que tem provocado uma verdadeira expropriação das gerações vincendas.
Dado o altíssimo endividamento externo do país, a melhor aplicação de qualquer verba excedentária, no curto prazo, seria o pagamento da dívida acumulada. Mas o valor social e político da criação de um fundo soberano ultrapassaria qualquer rendimento financeiro. Seria uma mensagem forte para o país e para os nossos sócios europeus e um elemento inovador no âmbito das políticas públicas. Da mesma forma que a melhor receita para controlar o aumento da natalidade em África é diminuir a taxa de mortalidade para regrar o comportamento das pessoas, a melhor forma de controlar o crescimento da dívida é fomentar medidas contraintuitivas de poupança no extremo oposto do arsenal de instrumentos financeiros.
Da mesma forma que Portugal está disponível para partilhar a sua soberania com os outros países, no âmbito de uma integração europeia cada vez mais tangível no âmbito financeiro, também o deveria estar para assegurar a partilha intergeracional de recursos. Somos filhos da ausência de bons modelos e isso tem-nos condenado a ser sísifos económicos que só vivem para pagar as suas dívidas.
00:05 h
Xavier Rodríguez Martín
Económico
Em lugar de fomentar a criação de novos bancos públicos, que tão mal sucedidos têm sido em Espanha ou na Alemanha, deveríamos discutir a criação de um fundo soberano português. Sei que, dado o estado das finanças públicas do país, esta discussão é hoje mais teórica que prática, mas ilustra de forma clara a atitude que deveríamos adoptar para corrigir os abusos do passado e os desequilíbrios do presente que hoje nos colocam entre os países com maior dependência financeira externa.
À falta de matérias primas ou de outras riquezas temporais, um fundo soberano português deveria integrar uma parte, embora simbólica, do resultado das privatizações; os ativos dos bancos resgatados; os instrumentos de investimento público; e alguma parte dos rendimentos das atividades decorrentes de ativos públicos, como o turismo. A verdadeira relevância da criação deste fundo, muito além das dotações atualmente possíveis, seria a mudança de atitude em relação ao abuso na utilização de instrumentos financeiros para a importação sistemática de riqueza do futuro que tem provocado uma verdadeira expropriação das gerações vincendas.
Dado o altíssimo endividamento externo do país, a melhor aplicação de qualquer verba excedentária, no curto prazo, seria o pagamento da dívida acumulada. Mas o valor social e político da criação de um fundo soberano ultrapassaria qualquer rendimento financeiro. Seria uma mensagem forte para o país e para os nossos sócios europeus e um elemento inovador no âmbito das políticas públicas. Da mesma forma que a melhor receita para controlar o aumento da natalidade em África é diminuir a taxa de mortalidade para regrar o comportamento das pessoas, a melhor forma de controlar o crescimento da dívida é fomentar medidas contraintuitivas de poupança no extremo oposto do arsenal de instrumentos financeiros.
Da mesma forma que Portugal está disponível para partilhar a sua soberania com os outros países, no âmbito de uma integração europeia cada vez mais tangível no âmbito financeiro, também o deveria estar para assegurar a partilha intergeracional de recursos. Somos filhos da ausência de bons modelos e isso tem-nos condenado a ser sísifos económicos que só vivem para pagar as suas dívidas.
00:05 h
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