Beja ou lá o que é

Querido P.,escrevo-te a contar a minha visita de pré-campanha a Beja. Gostei muito, muito, muito! Estava com um algum medo, mas correu tudo bem. 

Não sei se o meu companheiro de lista já digeriu a escolha do partido: estava um bocadinho carrancudo! Mas os outros são todos muito queridos. Um deles é mesmo patusco: baixinho e gordinho e muito vermelho, parece que acabou de beber um garrafão de vinho!

De manhã, fomos visitar uma aldeia chamada Penhasco Grande ou lá o que é, onde vi os verdadeiros alentejanos. Adorei! São iguaizinhos a nós, com cabeça, braços e pernas e tudo. Super fofinhos!!!

Quando regressámos à cidade, fomos à praça de toiros. Sinceramente, não sei qual foi o interesse de me meterem numa praça vazia e tirarem tantas fotografias. Até fiquei um bocado chateada com isso!

Ainda passámos pelo museu Dona Beatriz ou lá o que é, mas não achei grande coisa. Tanto azulejo, tanto azulejo! Até parece uma casa de emigrantes. O que vale são as pinturas. Algumas ficavam mesmo bem na minha sala.

Fomos almoçar a um restaurante típico chamado “Salto da Raposa” ou lá o que é. Aí é que foi pior: serviram-me uma cabeça de borrego que me meteu cá um nojo! Mas não podia dar parte de fraca à frente dos outros: lá tive que comer aquela porcaria. Aposto que fizeram de propósito!

Depois do almoço, fomos visitar uma igrejinha do século XII ou lá o que é, numa rua a subir. Para além dos azulejos (que mania!), está cheia de dourados. Pareceu-me coisa de novo-rico!

De seguida, fomos ver as obras da Sé. Meteram-me um capacete na cabeça, um colete fluorescente e subimos até ao teto. Não é que parecia mesmo uma paraquedista! 

Ainda vi a torre do castelo, que é muito comprida e muito antiga, do tempo dos Romanos ou lá o que é. 
Visitámos a Segurança Social, a Cruz Vermelha, o Atlético de Beja, a Zona Amarela, a Caritas, uns lares de velhinhos… Uma grande “molenga” ou lá o que é (vês, já estou a ficar alentejana!!!). Tudo gente simpática!

O dia terminou com um grande jantar na “Titi Ernestina” ou lá o que é, onde os meus companheiros organizaram um encontro com grupos corais. Homenagearam-me com uma moda muito linda, chamada Alentejo, Alentejo, Terra Sagrada do Melão. Retribuí e cantarolei uma moda com eles (sabes como eu sou!), acompanhada à guitarra campestre ou lá o que é. Foi mágico!

Quando já ia a entrar para o carro, tive a maior alegria de todas: um grupo de jovens que ia a passar, assim que me viu, começou a gritar: “Baleizoeira! Baleizoeira!”. Pelos vistos, já me consideram uma deles! Estou ansiosa por voltar, para andar pelas ruas, feiras e mercados! Tenho a certeza de que vamos ganhar!

Um beijinho da tua amiga
N.

PSD: Também conheci um humorista chamado Crispim ou lá o que é. Disse-me que, para a próxima, me leva à praia da Messejana. Não sei é se use fato-de-banho ou biquíni…

António Bettencourt Professor
25-09-2015 10:11:29
Diário do Alentejo 
http://da.ambaal.pt/