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Um tripé cada vez mais coxo
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Um tripé cada vez mais coxo
À luz dos comentários dos accionistas de algumas das empresas mais emblemáticas do país sobre a conveniência de diminuir radicalmente a remuneração dos seus gestores, parece que a precariedade está a caminho de se instalar também nos postos de topo das empresas.
A radicalidade está na moda e parece estar a propagar-se da política à economia. Mas deixar voar a imaginação no domínio das propostas por parte de quem sabe que nunca terá a oportunidade de as implementar é muito diferente de gerir uma organização com o espírito de quem pratica um desporto radical. Passar da poesia das ideias à matemática da gestão exige doses acrescidas de realismo para garantir a sustentabilidade das empresas.
Da mesma forma que acontece nos objetos quotidianos, na política e nas empresas, o tripé é um modelo de sucesso. Ter três pontos de apoio independentes garante a solidez da estrutura e evita malabarismos, a procura de equilíbrios que acabam sempre por ser instáveis e precários. O equivalente empresarial do tripé político, que repousa nos poderes legislativo, executivo e judicial, estaria constituído pelos acionistas, pelos executivos de topo e pelo resto da organização. Dinheiro, liderança e ação.
A perna dos empregados, sempre a mais frágil, foi a primeira a erodir com o peso da crise. Os gestores de topo, mais ou menos alinhados ou alienados pela dureza das decisões que deviam tomar, conseguiram sobreviver melhor como elementos necessários para intermediar entre o capital e a força de trabalho. Num mundo em que proclamamos que o talento é cada vez mais importante para evoluir numa economia dominada pelo conhecimento, encurtar uma segunda perna aumenta o risco de dessincronizar as nossas empresas do conjunto das economias com que gostamos de nos comparar.
A explosão tecnológica da última década tem contribuído para comoditizar um número crescente de funções administrativas e de coordenação, numa tendência inexorável.
Mas elevar este processo à liderança das empresas, com a disseminação de gestores de marca branca, põe em risco a sua sustentabilidade estratégica, a partir da criatividade e da inovação e muito além dos automatismos simplistas do corte de custos.
O problema dos gestores ‘low cost' não são os ordenados, é a ineficácia potencial. O economicismo entende os preços, incluindo o preço do trabalho, como um mecanismo de comunicação e de transmissão de informação. E, neste caso, as mensagens que a desvalorização da liderança transmitem não devem ser particularmente motivadoras.
00:05 h
Xavier Rodríguez Martín
Económico
A radicalidade está na moda e parece estar a propagar-se da política à economia. Mas deixar voar a imaginação no domínio das propostas por parte de quem sabe que nunca terá a oportunidade de as implementar é muito diferente de gerir uma organização com o espírito de quem pratica um desporto radical. Passar da poesia das ideias à matemática da gestão exige doses acrescidas de realismo para garantir a sustentabilidade das empresas.
Da mesma forma que acontece nos objetos quotidianos, na política e nas empresas, o tripé é um modelo de sucesso. Ter três pontos de apoio independentes garante a solidez da estrutura e evita malabarismos, a procura de equilíbrios que acabam sempre por ser instáveis e precários. O equivalente empresarial do tripé político, que repousa nos poderes legislativo, executivo e judicial, estaria constituído pelos acionistas, pelos executivos de topo e pelo resto da organização. Dinheiro, liderança e ação.
A perna dos empregados, sempre a mais frágil, foi a primeira a erodir com o peso da crise. Os gestores de topo, mais ou menos alinhados ou alienados pela dureza das decisões que deviam tomar, conseguiram sobreviver melhor como elementos necessários para intermediar entre o capital e a força de trabalho. Num mundo em que proclamamos que o talento é cada vez mais importante para evoluir numa economia dominada pelo conhecimento, encurtar uma segunda perna aumenta o risco de dessincronizar as nossas empresas do conjunto das economias com que gostamos de nos comparar.
A explosão tecnológica da última década tem contribuído para comoditizar um número crescente de funções administrativas e de coordenação, numa tendência inexorável.
Mas elevar este processo à liderança das empresas, com a disseminação de gestores de marca branca, põe em risco a sua sustentabilidade estratégica, a partir da criatividade e da inovação e muito além dos automatismos simplistas do corte de custos.
O problema dos gestores ‘low cost' não são os ordenados, é a ineficácia potencial. O economicismo entende os preços, incluindo o preço do trabalho, como um mecanismo de comunicação e de transmissão de informação. E, neste caso, as mensagens que a desvalorização da liderança transmitem não devem ser particularmente motivadoras.
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Xavier Rodríguez Martín
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