Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 53 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 53 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
Privatização da CP Carga em risco de ser travada em Bruxelas
Página 1 de 1
Privatização da CP Carga em risco de ser travada em Bruxelas
Eventuais ajudas de Estado, como a transferência de activos, poderão ter chegado a cerca de 130 milhões.
O processo de privatização da CP Carga arrisca ser travado em Bruxelas se as instâncias comunitárias considerarem que a transferência de locomotivas da empresa-mãe CP para a CP Carga e outras medidas de capitalização da empresa configuram ajudas estatais.
Segundo o memorando confidencial do processo de privatização da CP Carga, a que o Diário Económico teve acesso, o futuro operador privado da empresa beneficiaria da transferência de 48 locomotivas da CP, 100% detida pelo Estado, equivalente a 110 milhões de euros, através de um aumento de capital em espécie. No final do processo de privatização, em Junho, o Governo definiu como vencedor do concurso a MSCRail, pertencente ao grupo suíço que é o segundo maior armador mundial, a MSC– Mediterranean Shipping Company. No entanto, o processo de privatização ainda não está concluído porque falta o parecer positivo da Autoridade da Concorrência, que também poderá debruçar-se sobre esta questão das alegadas ajudas estatais.
Diversos juristas contactados pelo Diário Económico escusaram-se a comentar o assunto, alegando questões “deontológicas”, mas outros, solicitando sempre o anonimato, admitiram que o problema poderá ser desencadeado desde que as instâncias comunitárias sejam alertadas para o efeito. Um cenário que deverá ganhar força com a previsível entrada em funções do novo Governo com maioria de esquerda, uma vez que os acordos celebrados entre o PS, Bloco de Esquerda e PCP/PEV estabelecem como medida prioritária a “reversão dos processos de concessão/privatização das empresas de transportes terrestres”, entre as quais se inclui a CP Carga.
O memorando confidencial de privatização da CP Carga estabeleceu ainda outras medidas de índole financeira por parte do Estado em relação à empresa em fase de privatização CP Carga. Entre estas medidas, destaca-se o prolongamento do prazo de pagamento da dívida desta empresa para com a CP por um período de 10 anos e sem quaisquer juros. A dívida em apreço é de 49,22 milhões de euros. Foi igualmente prolongado o prazo de pagamento de uma dívida de 21,99 milhões de euros da CP Carga à Refer (agora IP – Infraestruturas de Portugal) por cinco anos, com uma taxa de juro de 1,5%. A privatização implicou ainda por parte do Estado a conversão em capital da empresa de 71 milhões de euros, antes de entrar em gestão privada.
O Estado promoveu ainda uma receita extraordinária da CP Carga no montante de 20,65 milhões de euros pela venda de 14 terminais ferroviários geridos pela CP Carga e que foram transferidos para a antiga Refer, também 100% estatal. Esta operação foi concretizada nos últimos dias de 2014, que se previa ser o último exercício antes da passagem da empresa para um operador privado, não tendo sido explicados os critérios de avaliação destes activos.
Recorde-se que a CP Carga encerrou 2014 com capitais próprios de negativos de 83,5 milhões de euros. Com a transferência das locomotivas, a CP Carga passou a ter capitais próprios positivos em 26,5 milhões de euros. Com a transformação dos 71,2 milhões de euros de suprimentos em capital, os capitais da CP Carga à beira da privatização passaram a ser positivos em 87,7 milhões de euros.
Estas operações de capitalização da CP Carga, incluindo a compra por parte da Refer dos 14 terminais ferroviários, rondam os 130 milhões de euros, acrescidas das condições especiais de pagamento de dívida do futuro operador privado às empresas estatais CP e ex-Refer. Se Bruxelas considerar que estas operações configuram ajudas de Estado, a privatização da CP Carga será travada. Recorde-se que a impossibilidade de conceder ajudas de Estado a empresas públicas foi o argumento utilizado pelo Governo nos processos de privatização da TAP e dos ENVC – Estaleiros Navais de Viana do Castelo.
00:07 h
Nuno Miguel Silva
Económico
Tópicos semelhantes
» Trabalhadores da CP Carga pedem a António Costa a suspensão da privatização da CP Carga
» PCP quer reversão da privatização da CP Carga
» Governo e MSC Rail assinaram privatização da CP Carga
» PCP quer reversão da privatização da CP Carga
» Governo e MSC Rail assinaram privatização da CP Carga
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
|
|
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin