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Um Governo para quatro anos
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Um Governo para quatro anos
António Costa vai ser primeiro-ministro durante os próximos quatro anos. Habituem-se!
Muita gente aposta em eleições antecipadas, daqui a seis meses ou, no máximo, um ano. Já me enganei muitas vezes – só não se engana quem não arrisca traçar possíveis cenários políticos -, mas também já tive o instinto certo.
Neste caso em particular, diz-me o instinto que é bem provável que Costa possa ficar em S. Bento mais tempo do que se pensa. Não é um desejo. É uma impressão.
Ao ver a composição do novo Governo confirmei a ideia da crónica da semana passada: este não é um Governo de esquerda. Pode ser um Governo com o apoio parlamentar dos bloquistas e comunistas. Pode ser um Governo à esquerda daquele que a coligação de direita encarnava, mas, decididamente, não é um “Governo de esquerda” a ponto de fazer esquecer o fim do paradigma que reina em Portugal desde o 25 de novembro de 1975.
É o mesmo 25 de novembro, onde os comunistas estão afastados dos assentos no Conselho de Ministros.
Depois, nenhum Governo digno de ser considerado de esquerda teria na sua composição um membro do grupo Bilderberg. Este até tem dois. E um deles é o próprio primeiro-ministro. O outro é o anunciado ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que substituiu o antigo presidente da Fundação Luso-Americana, ex-dirigente do Bloco Central e igualmente membro do grupo Bilderberg, Rui Machete. É para a NATO ficar calma.
Também não podemos esquecer de mencionar o facto do presidente da Assembleia da República, eleito com o apoio de bloquistas e comunistas, ser outro membro do grupo dos chamados “Donos do Mundo”.
Podem contra-argumentar que o facto de qualquer um deles ter ido apenas a uma reunião anual do grupo Bilderberg não faz com que sejam membros ativos, ao serviço dos interesses financeiros mundiais e que, mesmo tendo participado em encontros à porta fechada, não são pessoas em que a democracia não possa confiar.
A minha resposta é inequívoca: faz, sim senhor. Não se pode confiar em António Costa como homem digno do jogo democrático. Nem estou a falar daquilo que ele fez no partido, onde se mudaram regras para afastar António José Seguro a meio do jogo. Nem sequer estou a apontar o dedo à forma como Costa chegou agora a primeiro-ministro.
Foi, como se diz na linguagem futebolística, “limpinho”.
Uma jogada constitucional de pleno direito. Conseguiu formar uma maioria estável dentro do Parlamento, coisa que PSD e CDS não conseguiram e, só por isso, tem por isso toda a legitimidade para governar durante quatro anos. Posso é apontar o facto de BE e PCP por terem ajudado um homem de Bilderberg a ser hoje o nosso primeiro-ministro. Compreendo que é bastante mais atrativo aos olhos dos sindicatos e população de cor vermelha, que ainda acredita nos amanhãs que cantam e outros contos de fada, que afastar Passos Coelho e Paulo Portas do tacho era uma oportunidade a não perder. Mas, e o preço a pagar por isso qual vai ser?
Vão ser mais quatro anos de governo de austeridade. Poderá haver uma outra diferença de estilo, mas não de rumo político. Poderá haver truques de ilusionismo político para enganar eleitorado de esquerda, que acreditará que está a mudar o País e que o povo está mesmo no poder, mas isso é apenas para enganar. Não acredito. Lamento, mas não acredito que algo venha a ser diferente. Dizem as vozes mais otimistas que o novo Presidente da República, que deverá tomar posse em março, vai convocar eleições antecipadas mal tenha essa possibilidade constitucional.
De novo, não acredito. O novo presidente, que tudo aponta vir a ser Marcelo Rebelo de Sousa, quer estabilidade.
E que melhor estabilidade não seria essa do que um governo com António Costa como primeiro-ministro e Rui Rio como ministro da Defesa?
Por Frederico Duarte Carvalho,
Jornalista e escritor
Publicado em: 26/11/2015 - 11:03:31
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