Aos 15 anos, Manuel Coelho lidera uma jota

Desde os 5 anos que fazia campanha pelo PS, pouco depois ficava fascinado pela capacidade de argumentação de José Sócrates. Uma década depois foi eleito para dirigir a concelhia da Juventude Socialista

Manuel Coelho tinha 5 anos e já fazia campanha em seu nome e do Partido Socialista (PS) nos sofás de casa. Aos 14, pediu ao pai para o levar à concelhia e leu os estatutos do partido e da Juventude Socialista (JS). Reviu-se e pediu para aderir. No ano seguinte, com 15 anos, candidatou-se à presidência da concelhia de Beja da JS e ganhou. Num encontro com outros jotinhas, espantados, perguntavam-lhe: "Nasceste mesmo em 2000?" Nasceu, a 19 de Setembro, em Beja.

Estes estudante, que quer licenciar-se em Direito, em Lisboa, e adora pescar à noite no seu monte alentejano, é há pouco menos de dois meses o mais novo líder mais de uma concelhia da Juventude Socialista. Mas diz que ainda está a aprender e que sem a ajuda do seu braço-direito, Ramiro Morais, de 16 anos, "não teria força suficiente" para mobilizar os jovens de Beja. Eram 20 quando entrou, agora são 40.

No final da entrevista por telefone com a SÁBADO pediu que se referissem três nomes, o de Ramiro e o dos padrinhos políticos, Conceição Casanova (que o levou ainda com 14 anos a um congresso do PS do Baixo Alentejo) e o deputado socialista, Pedro do Carmo.

Aderiste à JS com a mesma idade do António Costa. Tens no horizonte ser autarca, ministro e primeiro-ministro como ele chegou?
Para ser muito sincero (seja onde for, porque a vida não se projecta dessa maneira), eu quero sempre estar activo na defesa dos interesses de todos os portugueses e, em especial, dos baixos-alentejanos. É uma prioridade máxima.

A política sempre foi um tema à mesa?

Sim. Os meus pais sempre foram socialistas e bastante activos. Nunca me incentivaram a ir para o Partido Socialista, mas sempre foi um tema muito presente à mesa a actual situação no país, no distrito. Isto fez com que eu crescesse a ouvir as palavras deles e mais tarde mostrasse alguma vontade de actuar na política.

Aderir a um outro partido que não o PS não fazia sentido?

Os meus pais nunca me incentivaram a ir para o PS. Mas eu fui crescendo – comecei muito novo a assistir a debates – e houve certas pessoas que me puxaram mais para aquele partido. Estava o PS como Governo e puxou-me mais a ir para aquele partido. Mais tarde li os estatutos do PS, da JS. "Eu foco-me neste princípios e não noutros".

Tiveste oportunidade de ler outros estatutos?

Bastou-me ler estes.

Que pessoas te "puxaram" para o PS?

A que mais me fez acreditar no PS foi o engenheiro José Sócrates. Foi uma dessas pessoas, pelo seu nível de argumentação, a sua grande capacidade de liderança. Fez com que esta motivação crescesse.

Com que idade começaste a ter consciência política?

A minha mãe costuma dizer – porque as pessoas acham graça à minha idade e já tão participativo – que por volta dos 4 ou 5 anos, andava em cima das camas, dos sofás a dizer: "Vota PS, vota Manuel Coelho!"

Leia o perfil de Manuel Coelho na edição nº 622 da SÁBADO, nas bancas desde 23 de Março de 2016.

08:00 • Sara Capelo | FOTO: Hugo Rainho
Revista Sábado