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Lusofonia económica
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Lusofonia económica
Andamos sempre com a Irlanda na boca mas o seu segredo foi não ter medo de americanos e ingleses.
A lusofonia económica anda mal. Vejam-se as coqueluches da elite político-económica portuguesa. O Brasil está devolvido ao colapso económico, político e institucional; Angola revelou na semana passada o desastre do seu capitalismo de monocultura petrolífera: caiu o preço do petróleo e foi logo preciso chamar o Fundo Monetário Internacional. As esperanças que recorrentemente Portugal coloca no Brasil e em Angola tarde ou cedo confrontam- -se com a sua profunda disfuncionalidade social, económica e institucional. São essas disfuncionalidades que fazem esboroar rapidamente os seus aparentes êxitos económicos. O carinho por estes parceiros explica-se pelo facto de Portugal ser também um pouco como eles. O que é sobretudo visível nas elites do capitalismo rentista, que esperam, graças aos negócios com as elites idênticas desses países, perpetuar o ambiente de protecção e compadrio em que viveram até à crise. Veja-se, a título de exemplo, a história do Banco Espírito Santo e suas várias conexões angolanas (ESCOM, BESA...).
O medo que essas elites têm do capital de países mais desenvolvidos é o medo de se verem sujeitas a práticas empresariais mais transparentes e exigentes. Um exemplo que diz tudo é o da administração do recém-resolvido BANIF, cheia de medo do dinheiro espanhol mas ansiosa pelo da Guiné Equatorial: esperava certamente recebê-lo para tudo continuar como dantes, quartel-general em Abrantes. As conexões lusófonas serão muito interessantes para essas elites. Para o comum dos portugueses, interessaria mais que o país se tornasse atractivo para investimento externo vindo de países que sabem fazer melhor as coisas. Andamos sempre com a Irlanda na boca, mas o seu segredo foi esse: não ter medo de americanos e ingleses. A crise de Brasil e Angola devia ser uma oportunidade para esquecermos essas fontes de dinheiro fácil.
11.04.2016 00:30
LUCIANO AMARAL
Professor universitário
Correio da manhã
A lusofonia económica anda mal. Vejam-se as coqueluches da elite político-económica portuguesa. O Brasil está devolvido ao colapso económico, político e institucional; Angola revelou na semana passada o desastre do seu capitalismo de monocultura petrolífera: caiu o preço do petróleo e foi logo preciso chamar o Fundo Monetário Internacional. As esperanças que recorrentemente Portugal coloca no Brasil e em Angola tarde ou cedo confrontam- -se com a sua profunda disfuncionalidade social, económica e institucional. São essas disfuncionalidades que fazem esboroar rapidamente os seus aparentes êxitos económicos. O carinho por estes parceiros explica-se pelo facto de Portugal ser também um pouco como eles. O que é sobretudo visível nas elites do capitalismo rentista, que esperam, graças aos negócios com as elites idênticas desses países, perpetuar o ambiente de protecção e compadrio em que viveram até à crise. Veja-se, a título de exemplo, a história do Banco Espírito Santo e suas várias conexões angolanas (ESCOM, BESA...).
O medo que essas elites têm do capital de países mais desenvolvidos é o medo de se verem sujeitas a práticas empresariais mais transparentes e exigentes. Um exemplo que diz tudo é o da administração do recém-resolvido BANIF, cheia de medo do dinheiro espanhol mas ansiosa pelo da Guiné Equatorial: esperava certamente recebê-lo para tudo continuar como dantes, quartel-general em Abrantes. As conexões lusófonas serão muito interessantes para essas elites. Para o comum dos portugueses, interessaria mais que o país se tornasse atractivo para investimento externo vindo de países que sabem fazer melhor as coisas. Andamos sempre com a Irlanda na boca, mas o seu segredo foi esse: não ter medo de americanos e ingleses. A crise de Brasil e Angola devia ser uma oportunidade para esquecermos essas fontes de dinheiro fácil.
11.04.2016 00:30
LUCIANO AMARAL
Professor universitário
Correio da manhã
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