Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 412 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 412 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
O valor do dinheiro
Página 1 de 1
O valor do dinheiro
O valor do dinheiro é o escudo que nos protege do poder ilimitado de quem nos governa. E se é com os erros que se aprende, seria bom não os repetir ou, pior ainda, acentuá-los.
Mario Draghi esteve no Conselho de Estado e, apesar de não ser público o que disse, alguns dos presentes deixaram transparecer o que se passou. Ou seja, que Draghi repetiu o que tem dito à maioria dos governos europeus: façam reformas estruturais para terem menos dívida. Francisco Louçã reduziu a presença de Draghi no Conselho de Estado a uma exibição de poder, concluindo que a “austeridade foi um desastre”, apesar da economia portuguesa ter contraído a partir de 2009 e apenas ter revertido essa tendência a partir de 2014, precisamente quando terminou o plano da 'troika'.
As críticas da esquerda a Draghi explicam-se porque, apesar de o BCE estar a comprar dívida pública, permitindo que Portugal aguente por uns momentos as políticas do actual Governo, o certo é que a economia não arranca porque, tal como alguns economistas liberais alertaram, o dinheiro criado pelas políticas expansionistas defendidas pela esquerda fica na banca e na especulação financeira, e não chega ao bolso das famílias. Permitem que o país aguente um acréscimo de gastos, um ligeiro acréscimo do livre arbítrio do poder político, mas não o suficiente para que volte a ser absoluto como no passado.
Assim, a esquerda tem andado a pensar numa alternativa a que se dá o nome de ‘helicopter money’. O conceito passa pelo BCE criar dinheiro e entregá-lo aos Estados cujos governos reduziriam os impostos sem que houvesse acréscimo de dívida. Seria o Céu na Terra. Pelo menos para os governos que teriam rédea solta para governar sem restrições. Imagine o leitor os saltinhos de contentamento que António Costa e demais parceiros não dariam em São Bento e no Rato.
No entanto, a satisfação ficar-se-ia por aqui. É que não só o dinheiro perderia valor, porque dado em vez de ganho, com as conhecidas repercussões na inflação e no sentido de justiça que advém do trabalho e do esforço, como os governos governariam sem limites, sem qualquer controlo e escrutínio. É que o esforço liberal, que começou em Inglaterra e se estendeu a França e à Europa, passa pela separação dos poderes, mas também pela compreensão do valor do dinheiro na protecção dos cidadãos contra o exercício discricionário do poder político.
Aliás, é precisamente por isso que o ódio ao dinheiro é mais forte entre partidos extremistas, sejam de direita ou de esquerda. Veja-se o Fascismo, o Nazismo e o Comunismo. Ideologias que desprezam o dinheiro. Naturalmente que não dizem que é por este não lhes permitir governar sem restrições, mas por ser maléfico. Rebaixar o valor de algo é a melhor maneira de sobreviver. Mas nós, que já somos experientes, não devemos esquecer que, por muito que custe, o que sofremos agora é o preço dos erros do passado. O valor do dinheiro é o escudo que nos protege do poder ilimitado de quem nos governa. E se é com os erros que se aprende, seria bom não os repetir ou, pior ainda, acentuá-los.
00:05 h
André Abrantes Amaral, Advogado
Económico
Mario Draghi esteve no Conselho de Estado e, apesar de não ser público o que disse, alguns dos presentes deixaram transparecer o que se passou. Ou seja, que Draghi repetiu o que tem dito à maioria dos governos europeus: façam reformas estruturais para terem menos dívida. Francisco Louçã reduziu a presença de Draghi no Conselho de Estado a uma exibição de poder, concluindo que a “austeridade foi um desastre”, apesar da economia portuguesa ter contraído a partir de 2009 e apenas ter revertido essa tendência a partir de 2014, precisamente quando terminou o plano da 'troika'.
As críticas da esquerda a Draghi explicam-se porque, apesar de o BCE estar a comprar dívida pública, permitindo que Portugal aguente por uns momentos as políticas do actual Governo, o certo é que a economia não arranca porque, tal como alguns economistas liberais alertaram, o dinheiro criado pelas políticas expansionistas defendidas pela esquerda fica na banca e na especulação financeira, e não chega ao bolso das famílias. Permitem que o país aguente um acréscimo de gastos, um ligeiro acréscimo do livre arbítrio do poder político, mas não o suficiente para que volte a ser absoluto como no passado.
Assim, a esquerda tem andado a pensar numa alternativa a que se dá o nome de ‘helicopter money’. O conceito passa pelo BCE criar dinheiro e entregá-lo aos Estados cujos governos reduziriam os impostos sem que houvesse acréscimo de dívida. Seria o Céu na Terra. Pelo menos para os governos que teriam rédea solta para governar sem restrições. Imagine o leitor os saltinhos de contentamento que António Costa e demais parceiros não dariam em São Bento e no Rato.
No entanto, a satisfação ficar-se-ia por aqui. É que não só o dinheiro perderia valor, porque dado em vez de ganho, com as conhecidas repercussões na inflação e no sentido de justiça que advém do trabalho e do esforço, como os governos governariam sem limites, sem qualquer controlo e escrutínio. É que o esforço liberal, que começou em Inglaterra e se estendeu a França e à Europa, passa pela separação dos poderes, mas também pela compreensão do valor do dinheiro na protecção dos cidadãos contra o exercício discricionário do poder político.
Aliás, é precisamente por isso que o ódio ao dinheiro é mais forte entre partidos extremistas, sejam de direita ou de esquerda. Veja-se o Fascismo, o Nazismo e o Comunismo. Ideologias que desprezam o dinheiro. Naturalmente que não dizem que é por este não lhes permitir governar sem restrições, mas por ser maléfico. Rebaixar o valor de algo é a melhor maneira de sobreviver. Mas nós, que já somos experientes, não devemos esquecer que, por muito que custe, o que sofremos agora é o preço dos erros do passado. O valor do dinheiro é o escudo que nos protege do poder ilimitado de quem nos governa. E se é com os erros que se aprende, seria bom não os repetir ou, pior ainda, acentuá-los.
00:05 h
André Abrantes Amaral, Advogado
Económico
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin