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O sucesso do Valor
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O sucesso do Valor
Quem não procura o conhecimento é cúmplice da sua iliteracia, que por sua vez resulta em menor liberdade e qualidade de vida, sua e dos seus. O “sucesso” financeiro não é nenhuma magia negra nem está apenas ao alcance dos prevaricadores.
Portugal é hoje, fruto de 40 anos de políticas ruinosas e de uma corrupção generalizada, uma “zona de conflito”, destruído por políticas financeiras de terra queimada em que uma minoria colheu quase toda a riqueza nacional, deixando as dívidas às costas do cidadão comum, actual e futuro. Ao invés de nos insurgirmos contra tal ditame como nos digladiamos contra as injustiças dos outros, preferimos a ignorância da distracção, futebol, ‘reality shows’ e telenovelas, fictícias ou reais. Parafraseando Barack Obama num discurso recente, “a ignorância não é uma bênção!”
Quem não procura o conhecimento é cúmplice da sua iliteracia, que por sua vez resulta em menor liberdade e qualidade de vida, sua e dos seus. O “sucesso” financeiro não é nenhuma magia negra nem está apenas ao alcance dos prevaricadores. O maior e melhor investidor do mundo, Warren Buffett, atingiu este estatuto com uma regra muito básica: perseguir o valor. Regra que aprendeu com o seu mentor, Benjamin Graham, considerado o pai do investimento em valor. Ensinamento esse que o levou a ter hoje uma fortuna pessoal perto dos 70 mil milhões de dólares, sendo amiúde considerado o mais rico do mundo.
Para além desse facto, é sem qualquer dúvida o mais procurado dos oradores e conselheiros do universo financeiro. As cartas anuais que elabora em nome da sua empresa, a Berkshire Hathaway, têm sido uma referência obrigatória no sector do investimento. Há poucos dias, Buffett referiu-se a um “colega” bilionário de forma extremamente elogiosa, mas que foi um tributo a mais um investidor em valor. Buffett considerou que Jeff Bezos, fundador da gigante retalhista online Amazon, “tem feito um trabalho notável, que não conhece muitos empresários como ele e enfrentá-lo no seu próprio jogo seria como defrontar o Bobby Fischer numa partida de xadrez, o jogo estava perdido logo na primeira jogada”.
Os números corroboram a opinião de Buffett. Em 1994, aquando da sua fundação, a Amazon era apenas uma boa ideia, valia zero no imediato mas potencialmente podia tornar-se no que é hoje. Em 1997, aquando da sua entrada em bolsa, a empresa tinha 654 empregados, valia 430 milhões de dólares e facturava 16 milhões. Na mesma data, a empresa de Buffett já valia uns impressionantes 75 mil milhões. Passados 21 anos a Amazon tem 230.000 empregados, equivalente a 5% do número de trabalhadores em Portugal, vale 330 mil milhões de dólares, quase o dobro do PIB português, e factura mais de 100 mil milhões. Em apenas duas décadas, a empresa de Bezos equipara-se em valor à de Buffett e obteve um crescimento de quase 80.000% no valor das suas acções, uma média de 3.800% ao ano!
Bezos, hoje com uma fortuna próxima da de Buffet, atingiu o sucesso focando-se no valor para o consumidor, ou como Buffet afirmou, “ele pegou em artigos que sempre comprámos e descobriu uma forma de termos gosto em comprá-los”. Em 2015 a Amazon ultrapassou em capitalização bolsista a maior retalhista mundial, a Walmart. Na sua primeira carta anual, em 1997, Bezos aludiu ao princípio básico da procura pelo valor: “se tivermos 10% de possibilidade de obter um retorno de 100 vezes o nosso investimento, devemos aproveitar sempre”. Retornos dessa magnitude só ocorrem no maior valor acrescentado, não é a fabricar produtos que já existem e que outros conseguem a preços inferiores.
O maior valor acrescentado advém da inovação, das patentes, das ‘startups’, do capital de risco que investe no incerto, não do financiamento bancário que só apoia o certo, nem das fábricas ou empresas de 500 euros, mas sim de empresas que inventam produtos ou serviços de maior valor acrescentado, para depois, sim, poder pagar ordenados dignos de forma sustentada e não por decreto.
Na mesma carta, Bezos refere-se a algo extremamente importante e pelo qual me tenho batido nos últimos anos: incorporar os trabalhadores na estrutura accionista das empresas, nomeadamente através das ‘stock options’. Refere na missiva que “continuaremos a contratar trabalhadores talentosos e a compensar mais através de ‘stock options’ do que por dinheiro. Sabemos que o sucesso advém de termos uma estrutura laboral motivada, que deve pensar e agir como um dono”.
Simples, não é?
00:05 h
Marco Silva, Analista Financeiro
Económico
Portugal é hoje, fruto de 40 anos de políticas ruinosas e de uma corrupção generalizada, uma “zona de conflito”, destruído por políticas financeiras de terra queimada em que uma minoria colheu quase toda a riqueza nacional, deixando as dívidas às costas do cidadão comum, actual e futuro. Ao invés de nos insurgirmos contra tal ditame como nos digladiamos contra as injustiças dos outros, preferimos a ignorância da distracção, futebol, ‘reality shows’ e telenovelas, fictícias ou reais. Parafraseando Barack Obama num discurso recente, “a ignorância não é uma bênção!”
Quem não procura o conhecimento é cúmplice da sua iliteracia, que por sua vez resulta em menor liberdade e qualidade de vida, sua e dos seus. O “sucesso” financeiro não é nenhuma magia negra nem está apenas ao alcance dos prevaricadores. O maior e melhor investidor do mundo, Warren Buffett, atingiu este estatuto com uma regra muito básica: perseguir o valor. Regra que aprendeu com o seu mentor, Benjamin Graham, considerado o pai do investimento em valor. Ensinamento esse que o levou a ter hoje uma fortuna pessoal perto dos 70 mil milhões de dólares, sendo amiúde considerado o mais rico do mundo.
Para além desse facto, é sem qualquer dúvida o mais procurado dos oradores e conselheiros do universo financeiro. As cartas anuais que elabora em nome da sua empresa, a Berkshire Hathaway, têm sido uma referência obrigatória no sector do investimento. Há poucos dias, Buffett referiu-se a um “colega” bilionário de forma extremamente elogiosa, mas que foi um tributo a mais um investidor em valor. Buffett considerou que Jeff Bezos, fundador da gigante retalhista online Amazon, “tem feito um trabalho notável, que não conhece muitos empresários como ele e enfrentá-lo no seu próprio jogo seria como defrontar o Bobby Fischer numa partida de xadrez, o jogo estava perdido logo na primeira jogada”.
Os números corroboram a opinião de Buffett. Em 1994, aquando da sua fundação, a Amazon era apenas uma boa ideia, valia zero no imediato mas potencialmente podia tornar-se no que é hoje. Em 1997, aquando da sua entrada em bolsa, a empresa tinha 654 empregados, valia 430 milhões de dólares e facturava 16 milhões. Na mesma data, a empresa de Buffett já valia uns impressionantes 75 mil milhões. Passados 21 anos a Amazon tem 230.000 empregados, equivalente a 5% do número de trabalhadores em Portugal, vale 330 mil milhões de dólares, quase o dobro do PIB português, e factura mais de 100 mil milhões. Em apenas duas décadas, a empresa de Bezos equipara-se em valor à de Buffett e obteve um crescimento de quase 80.000% no valor das suas acções, uma média de 3.800% ao ano!
Bezos, hoje com uma fortuna próxima da de Buffet, atingiu o sucesso focando-se no valor para o consumidor, ou como Buffet afirmou, “ele pegou em artigos que sempre comprámos e descobriu uma forma de termos gosto em comprá-los”. Em 2015 a Amazon ultrapassou em capitalização bolsista a maior retalhista mundial, a Walmart. Na sua primeira carta anual, em 1997, Bezos aludiu ao princípio básico da procura pelo valor: “se tivermos 10% de possibilidade de obter um retorno de 100 vezes o nosso investimento, devemos aproveitar sempre”. Retornos dessa magnitude só ocorrem no maior valor acrescentado, não é a fabricar produtos que já existem e que outros conseguem a preços inferiores.
O maior valor acrescentado advém da inovação, das patentes, das ‘startups’, do capital de risco que investe no incerto, não do financiamento bancário que só apoia o certo, nem das fábricas ou empresas de 500 euros, mas sim de empresas que inventam produtos ou serviços de maior valor acrescentado, para depois, sim, poder pagar ordenados dignos de forma sustentada e não por decreto.
Na mesma carta, Bezos refere-se a algo extremamente importante e pelo qual me tenho batido nos últimos anos: incorporar os trabalhadores na estrutura accionista das empresas, nomeadamente através das ‘stock options’. Refere na missiva que “continuaremos a contratar trabalhadores talentosos e a compensar mais através de ‘stock options’ do que por dinheiro. Sabemos que o sucesso advém de termos uma estrutura laboral motivada, que deve pensar e agir como um dono”.
Simples, não é?
00:05 h
Marco Silva, Analista Financeiro
Económico
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