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O valor do dinheiro
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O valor do dinheiro
TANSTAAFL: ‘There ain’t such thing as a free lunch’. Não há almoços grátis. É uma frase popular que expressa a ideia de que é impossível conseguir algo sem nada em troca. Foi popularizada por Milton Friedman que a usou como título de um dos seus livros.
Faz referência a uma prática comum entre bares americanos do século XIX que ofereciam uma refeição sem nenhum custo para os clientes que consumissem bebidas. Os alimentos oferecidos eram muito salgados para quem os comesse acabasse por comprar mais cerveja. Mesmo se uma coisa aparenta ser gratuita, há sempre um custo para a pessoa ou para a sociedade no seu conjunto, embora isso possa ser um custo oculto.
Há pouco tempo o ministro da Fazenda brasileiro avisou: não há almoços grátis! Queria deixar claro que todo o serviço público gratuito é suportado com dinheiro pago pelos contribuintes e que esses recursos são finitos. Por isso devemos ter cuidado se ganharmos dinheiro, recebermos créditos ou alguma entidade nos oferecer o que quer que seja. O mais provável é que pagaremos com juros tudo o que recebermos de forma aparentemente gratuita. Este conceito é reconhecido pelos marketeers que usam essa técnica habilmente para subscrevermos cartões de crédito ou cartões de pontos. No fim de contas, tudo envolve gastarmos dinheiro.
O problema é que sempre que nos oferecem ou ganhamos algo as nossas defesas caem. Tratamos de forma mais frívola o dinheiro que é herdado, ganho na lotaria ou descoberto (ao contrário do dinheiro ganho após trabalho árduo). É o conhecido efeito ‘dinheiro no bolso’. Explica a tendência para os investidores correrem mais riscos quando investem lucros. Este léxico foi introduzido pelos casinos que falam em jogar com o dinheiro da casa. Quantas vezes já ouvi comentários como: “não perdi 1.500 euros no casino. Na realidade eu havia ganho esse dinheiro mais cedo no mesmo casino!” Ora, se pensarmos bem, trata-se de uma ilusão já que 1.500 euros são sempre 1.500 euros. O problema é que o dinheiro nunca está nu, vem envolvido numa capa emocional e por isso assumimos comportamentos irracionais face a dinheiro que descobrimos na rua ou ganhamos em jogos da sorte. ‘Easy come, easy go’! Para nós o dinheiro nem sempre vale o mesmo.
O mesmo se passa com o efeito de posse. É um fenómeno segundo o qual as pessoas exigem um preço muito mais elevado por um produto que possuam do que o preço que estariam dispostos a pagar para o adquirir. Esse efeito foi descrito como inconsistente com a teoria económica tradicional que defende que a disponibilidade para pagar por um dado produto deveria ser igual à disponibilidade para o vender. Mas somos melhores a colecionar coisas do que a desfazermo-nos delas. Este efeito afeta a posse das coisas mas também a quase propriedade em leilões (aqueles que licitam até ao fim de um leilão ficam com a perceção que o objeto é praticamente seu, aumentando o seu valor).
Numa experiência, os participantes que receberam uma barra de chocolate não estavam dispostos a trocá-la por uma chávena de café, enquanto os participantes que recebiam uma chávena de café não a trocavam por uma barra de chocolate. Confusos? Nós consideramos as coisas mais valiosas a partir do momento em que são nossas. Neste caso, nem sempre as mesmas coisas valem o mesmo.
00:05 h
João Rafael Koehler
Económico
Faz referência a uma prática comum entre bares americanos do século XIX que ofereciam uma refeição sem nenhum custo para os clientes que consumissem bebidas. Os alimentos oferecidos eram muito salgados para quem os comesse acabasse por comprar mais cerveja. Mesmo se uma coisa aparenta ser gratuita, há sempre um custo para a pessoa ou para a sociedade no seu conjunto, embora isso possa ser um custo oculto.
Há pouco tempo o ministro da Fazenda brasileiro avisou: não há almoços grátis! Queria deixar claro que todo o serviço público gratuito é suportado com dinheiro pago pelos contribuintes e que esses recursos são finitos. Por isso devemos ter cuidado se ganharmos dinheiro, recebermos créditos ou alguma entidade nos oferecer o que quer que seja. O mais provável é que pagaremos com juros tudo o que recebermos de forma aparentemente gratuita. Este conceito é reconhecido pelos marketeers que usam essa técnica habilmente para subscrevermos cartões de crédito ou cartões de pontos. No fim de contas, tudo envolve gastarmos dinheiro.
O problema é que sempre que nos oferecem ou ganhamos algo as nossas defesas caem. Tratamos de forma mais frívola o dinheiro que é herdado, ganho na lotaria ou descoberto (ao contrário do dinheiro ganho após trabalho árduo). É o conhecido efeito ‘dinheiro no bolso’. Explica a tendência para os investidores correrem mais riscos quando investem lucros. Este léxico foi introduzido pelos casinos que falam em jogar com o dinheiro da casa. Quantas vezes já ouvi comentários como: “não perdi 1.500 euros no casino. Na realidade eu havia ganho esse dinheiro mais cedo no mesmo casino!” Ora, se pensarmos bem, trata-se de uma ilusão já que 1.500 euros são sempre 1.500 euros. O problema é que o dinheiro nunca está nu, vem envolvido numa capa emocional e por isso assumimos comportamentos irracionais face a dinheiro que descobrimos na rua ou ganhamos em jogos da sorte. ‘Easy come, easy go’! Para nós o dinheiro nem sempre vale o mesmo.
O mesmo se passa com o efeito de posse. É um fenómeno segundo o qual as pessoas exigem um preço muito mais elevado por um produto que possuam do que o preço que estariam dispostos a pagar para o adquirir. Esse efeito foi descrito como inconsistente com a teoria económica tradicional que defende que a disponibilidade para pagar por um dado produto deveria ser igual à disponibilidade para o vender. Mas somos melhores a colecionar coisas do que a desfazermo-nos delas. Este efeito afeta a posse das coisas mas também a quase propriedade em leilões (aqueles que licitam até ao fim de um leilão ficam com a perceção que o objeto é praticamente seu, aumentando o seu valor).
Numa experiência, os participantes que receberam uma barra de chocolate não estavam dispostos a trocá-la por uma chávena de café, enquanto os participantes que recebiam uma chávena de café não a trocavam por uma barra de chocolate. Confusos? Nós consideramos as coisas mais valiosas a partir do momento em que são nossas. Neste caso, nem sempre as mesmas coisas valem o mesmo.
00:05 h
João Rafael Koehler
Económico
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