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… e viveram felizes para sempre.
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… e viveram felizes para sempre.
António Costa é o dependente político que satisfará todos os caprichos e exigências dos seus parceiros, assim assegurando um casamento feliz - ainda que pontuado, aqui e ali, por algum episódio de violência doméstica - e longo.
É sabido que cerca de metade dos casamentos termina em divórcio e que a duração média dos vínculos matrimoniais também já não é o que era. Quando há amor o barco equilibra-se durante mais tempo e subsiste na rota apesar das vagas e dos ventos, navegando timidamente, lentamente, à bolina, mas com segurança. Se o amor acaba – ou se nunca lá esteve –, as coisas tendem a complicar-se porque o cimento do interesse, da conveniência ou da resignação são, em princípio, catalisadores mais fracos.
Ora, o casamento a três que suporta, na Assembleia da República, o actual Governo é um casamento por conveniência, eminentemente táctico e conjuntural, destinado a vigorar por um escasso período de tempo e onde não se divisa uma centelha de paixão nem se vislumbra um farrapo de afecto. E para constatar que de amor nunca se tratou, basta recuar alguns meses e compulsar as declarações que Catarina Martins, António Costa e Jerónimo de Sousa proferiram, com mais ou menos acinte e mais ou menos cor na linguagem, acerca uns dos outros.
Porque isto é assim e está sempre esteve à vista de todos, não faltam aqueles que, à esquerda e à direita, vão vaticinando a ruptura iminente, fazendo apostas sobre as causas do divórcio, sobre os ‘timings’ mais prováveis para a separação definitiva e acerca dos membros do casal que mais dificuldades passarão depois de saírem de casa.
Por um lado, fundamentam estas convicções relativamente oraculares com a natureza do vínculo que subsiste entre os três participantes da sociedade conjugal – um vínculo anti-natura, uma parceria entre opostos, que não se compreende, que compromete a história e a relevância política e social do PS, do mesmo passo que pratica eutanásia sobre o PCP, que desta feita se vê do lado errado da barricada e, por isso mesmo, despojado de qualquer força de intervenção e de toda a sua potência social.
Por outro lado – garantem –, chegará em breve a ‘realpolitik’, como habitualmente, a impor medidas de austeridade adicionais ao Governo, dado que a Comissão Europeia não acredita no optimismo por cá reinante, as agências de ‘rating’ idem aspas, os investidores têm mais para onde olhar, a receita fiscal não cresce, o Conselho das Finanças Públicas já está sob fogo e parece que nem José Rodrigues dos Santos escapa. “Nem vai ser preciso esperar pela execução orçamental”, ouvi dizer esta semana, depois de o Bloco ter vindo a terreiro avisar solenemente que “sem uma nova estratégia para o país não é possível vencer a austeridade e sustentar o compromisso de recuperação de rendimentos em que assenta a maioria parlamentar”.
Porém, todos se enganam. Os casamentos eram longos, antigamente, porque havia dependência económica e social de um dos cônjuges relativamente ao outro. António Costa é o dependente político que satisfará todos os caprichos e exigências dos seus parceiros, assim assegurando um casamento feliz - ainda que pontuado, aqui e ali, por algum episódio de violência doméstica - e longo.
00:05 h
Luís Reis, Professor Universitário
Económico
É sabido que cerca de metade dos casamentos termina em divórcio e que a duração média dos vínculos matrimoniais também já não é o que era. Quando há amor o barco equilibra-se durante mais tempo e subsiste na rota apesar das vagas e dos ventos, navegando timidamente, lentamente, à bolina, mas com segurança. Se o amor acaba – ou se nunca lá esteve –, as coisas tendem a complicar-se porque o cimento do interesse, da conveniência ou da resignação são, em princípio, catalisadores mais fracos.
Ora, o casamento a três que suporta, na Assembleia da República, o actual Governo é um casamento por conveniência, eminentemente táctico e conjuntural, destinado a vigorar por um escasso período de tempo e onde não se divisa uma centelha de paixão nem se vislumbra um farrapo de afecto. E para constatar que de amor nunca se tratou, basta recuar alguns meses e compulsar as declarações que Catarina Martins, António Costa e Jerónimo de Sousa proferiram, com mais ou menos acinte e mais ou menos cor na linguagem, acerca uns dos outros.
Porque isto é assim e está sempre esteve à vista de todos, não faltam aqueles que, à esquerda e à direita, vão vaticinando a ruptura iminente, fazendo apostas sobre as causas do divórcio, sobre os ‘timings’ mais prováveis para a separação definitiva e acerca dos membros do casal que mais dificuldades passarão depois de saírem de casa.
Por um lado, fundamentam estas convicções relativamente oraculares com a natureza do vínculo que subsiste entre os três participantes da sociedade conjugal – um vínculo anti-natura, uma parceria entre opostos, que não se compreende, que compromete a história e a relevância política e social do PS, do mesmo passo que pratica eutanásia sobre o PCP, que desta feita se vê do lado errado da barricada e, por isso mesmo, despojado de qualquer força de intervenção e de toda a sua potência social.
Por outro lado – garantem –, chegará em breve a ‘realpolitik’, como habitualmente, a impor medidas de austeridade adicionais ao Governo, dado que a Comissão Europeia não acredita no optimismo por cá reinante, as agências de ‘rating’ idem aspas, os investidores têm mais para onde olhar, a receita fiscal não cresce, o Conselho das Finanças Públicas já está sob fogo e parece que nem José Rodrigues dos Santos escapa. “Nem vai ser preciso esperar pela execução orçamental”, ouvi dizer esta semana, depois de o Bloco ter vindo a terreiro avisar solenemente que “sem uma nova estratégia para o país não é possível vencer a austeridade e sustentar o compromisso de recuperação de rendimentos em que assenta a maioria parlamentar”.
Porém, todos se enganam. Os casamentos eram longos, antigamente, porque havia dependência económica e social de um dos cônjuges relativamente ao outro. António Costa é o dependente político que satisfará todos os caprichos e exigências dos seus parceiros, assim assegurando um casamento feliz - ainda que pontuado, aqui e ali, por algum episódio de violência doméstica - e longo.
00:05 h
Luís Reis, Professor Universitário
Económico
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