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A técnica de esticar a corda…
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A técnica de esticar a corda…
Vivem-se tempos estranhos. Os partidos anti-sistema votaram no Parlamento a favor de um Programa de Estabilidade ao arrepio das convicções que sempre apregoaram, do que consta nos respetivos programas e, mesmo, do que disseram em datas recentes - ou continuam a dizer lá fora. E festejaram.
Essa funda contradição foi pressurosamente elogiada por não poucos ‘analistas’, como a prova de que a geringonça funciona, e que não vai parar tão cedo, como ‘a direita’ desejava que acontecesse.
António Costa sorri - sorri muito - e aguça a sobranceria, com o verbo afiado. Em cima do muro já se permite ignorar quem lhe apetece, usando a tribuna do Governo num tom comicieiro e agreste, como se não fosse o primeiro-ministro em exercício mas, sim, o líder partidário em campanha.
As greves e outras paralisações avulsas, habituais em vésperas do 1.º de Maio, ficaram a marinar, com a promessa original de reaparecerem em meados do mês… sem serem contra o Governo. Presume-se que sejam procissões - com Arménio no andor -, a pedirem aos deuses fartura na colheita.
As boas almas que pastoreiam os sindicatos da Função Pública ou dos professores travaram os ímpetos e recolheram a quartéis. Não admira. Prometeu-se ao funcionalismo público trabalhar menos e receber mais. E a Fenprof, que já mandava nos professores passou a mandar na Educação, perante um ministro abúlico e timorato.
Há muito que o séquito de Mário Nogueira procurava controlar o Ministério da Educação. Agora, caiu-lhe no colo.
Se não fossem os estivadores do Porto de Lisboa (uma corporação que corre em pista própria e que sempre abusou, paulatinamente, da posição dominante), tudo nos faria sentir que o país respira harmonia celestial.
Tempos ainda estranhos porque se diz, com a mesma cara, uma coisa em Bruxelas em segredo e o seu contrário por cá, para aquietar os sobressaltados. Alguns profetas já teorizam mesmo que António Costa, ao capturar os partidos anti-sistema para o arco da governação, tem demonstrado que a proximidade do poder os ‘regenera’. Um génio, portanto.
De facto, quem ouvir hoje Catarina Martins ou Jerónimo de Sousa, descobre-lhes uma inesperada mansidão. É tudo boa gente, entre o revolucionário chique e o operariado reciclado.
Porém, há sempre um desmancha-prazeres na história. E Pedro Passos Coelho, em entrevista a este jornal, não escondeu a sua perplexidade perante a evolução das coisas. E referiu a intolerância que grassa no Parlamento, perante ideias que não sejam oriundas da troika das esquerdas.
Em jeito de desabafo, lembrou que foi insultado enquanto primeiro- -ministro e que hoje se passa o mesmo na oposição, lamentando que a comunicação social fique muda e não reaja “ao enxovalho e ao insulto gratuito”. Desafortunadamente tem razão e não está sozinho. Depois do PEC aprovado pelas esquerdas, está em curso o novo PREC. Sobejam os sinais.
António Costa deve estar persuadido de que, apesar de chefiar um Governo minoritário e sem legitimidade eleitoral própria, pode esticar a corda, porque os parceiros não têm saída. Salvo se quiserem romper com o ‘sonho’ das esquerdas. Assim, jogam às escondidas, enganam-se mutuamente, mas votam em uníssono para não estragarem a engrenagem.
O PCP já percebeu, aliás, que o seu papel na geringonça tem sido o de ir a reboque do Bloco.
Por isso, à cautela, e em contraponto às iniciativas fraturantes, os comunistas passaram à ofensiva. A ‘declaração escrita’ dos seus eurodeputados no Parlamento Europeu, pedindo a “renegociação da dívida”, foi já um passo.
Os comunistas justificam a recuperação do ‘não pagamos’ com ‘o compromisso eleitoral’ assumido nas eleições europeias, forçando o Bloco a secundá-lo. E este ‘descaiu-se’ ao lembrar, via Marisa Matias, que já está a funcionar em S. Bento um grupo de trabalho para estudar ‘precisamente’ a forma de esconjurar a dívida.
O PS não desmentiu, e engoliu em seco. O contorcionismo em política tem perna curta. O equilibrismo também.
Entretanto, vive-se a farsa. Uma versão orçamental para consumo interno, repleta de nova abundância, e outra enviada, à socapa, para Bruxelas, com mais ‘cativações’ e impostos criativos sem dar nas vistas.
Na rua, Arménio Carlos e a CGTP fazem os malabarismos que podem para garantir a nova ordem sindical. É uma espécie de ‘dança do varão’. Inconsequente.
Ao mesmo tempo sucedem-se os avisos de Bruxelas, com as débeis previsões da Primavera a prenunciarem piores invernos. O Governo desvaloriza. E António Costa não deu por nada. É o socratismo sem Sócrates, como já foi escrito. E aí temos Pedro Silva Pereira - um amigo de peito - redator da moção de estratégia de Costa para as eleições diretas do PS . Querem melhor?
Dinis de Abreu | 13/05/2016 13:35
SOL
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