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Esticar a corda
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Esticar a corda
A democracia, quando funciona, é um jogo onde se formam maiorias em torno de um objectivo, e onde essas maiorias mandatam uma minoria para as representar e atingir o fim que lhes proporcionou a existência.
No nosso sistema, são os partidos que albergam e alimentam essa minoria, agindo como intermediários entre os eleitores e o poder. Este sistema obriga a um constante escrutínio: para que os cidadãos aceitem que o sistema funciona, devem sentir que as suas necessidades são entendidas pelos partidos, e que estes orientam a acção política no bom sentido. Quando isso não acontece, espera-se que a ida às urnas sirva de momento equilibrador, premiando ou castigando os vários intermediários. O problema surge quando a distância entre os cidadãos e os seus representantes aumenta tanto que a “incomunicação” e o desinteresse se instalam. Enquanto a maioria dos cidadãos considerar que não tem razões para se envolver politicamente, tendo uma vida cívica menos ausente ou, no mínimo, dando-se ao trabalho de votar, essa mesma maioria ficará refém de quem se dispuser a aproveitar o actual sistema partidário para a representar; e este efeito tem o condão adicional de se auto-replicar, gerando insatisfação e desinteresse crescentes, reforçando a inquinação do sistema, afastando-nos ainda mais dos partidos, transformando quem nos devia representar numa mole cinzenta, impessoal e irresponsabilizável, a quem acabamos por confiar a gestão dos nossos impostos e de uma boa parte do nosso futuro. Se o sistema não conseguir produzir uma alternativa o viável, é que os cidadãos procurem outras formas de organização política. Neste processo, se a distância que existir entre os cidadãos e o poder for suficientemente grande, são os próprios valores da democracia que poderão ser ameaçados.
António Chagas Dias
00.04 h
Económico
No nosso sistema, são os partidos que albergam e alimentam essa minoria, agindo como intermediários entre os eleitores e o poder. Este sistema obriga a um constante escrutínio: para que os cidadãos aceitem que o sistema funciona, devem sentir que as suas necessidades são entendidas pelos partidos, e que estes orientam a acção política no bom sentido. Quando isso não acontece, espera-se que a ida às urnas sirva de momento equilibrador, premiando ou castigando os vários intermediários. O problema surge quando a distância entre os cidadãos e os seus representantes aumenta tanto que a “incomunicação” e o desinteresse se instalam. Enquanto a maioria dos cidadãos considerar que não tem razões para se envolver politicamente, tendo uma vida cívica menos ausente ou, no mínimo, dando-se ao trabalho de votar, essa mesma maioria ficará refém de quem se dispuser a aproveitar o actual sistema partidário para a representar; e este efeito tem o condão adicional de se auto-replicar, gerando insatisfação e desinteresse crescentes, reforçando a inquinação do sistema, afastando-nos ainda mais dos partidos, transformando quem nos devia representar numa mole cinzenta, impessoal e irresponsabilizável, a quem acabamos por confiar a gestão dos nossos impostos e de uma boa parte do nosso futuro. Se o sistema não conseguir produzir uma alternativa o viável, é que os cidadãos procurem outras formas de organização política. Neste processo, se a distância que existir entre os cidadãos e o poder for suficientemente grande, são os próprios valores da democracia que poderão ser ameaçados.
António Chagas Dias
00.04 h
Económico
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