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No comboio descendente
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No comboio descendente
As bancadas da esquerda e demasiados deputados do PSD aplaudiram de pé o que foi aprovado de cócoras.
Com vénia, peço emprestado ao grande Fernando Pessoa título, mote e tudo no escrito.
Porque não me lembra mais nada a “alegria” perjura e voraz que vai nos corredores e nos esconsos do parlamento com a aprovação (à socapa, já agora) das alterações ao regime da procriação medicamente assistida e da gestação de substituição (as chamadas “barrigas de aluguer”).
As bancadas da esquerda e demasiados deputados do PSD (esse enorme monte de nada ideológico do regime partidário Português) aplaudiram de pé o que foi aprovado de cócoras.
No final do estrambólico parto parlamentar (em que até houve votos abstencionistas do CDS), a porta-voz do Bloco, Catarina Martins, venceu repugnâncias e até foi ao lado direito do hemiciclo para dar um abraço (politicamente mortal) à social-democrata Teresa Leal Coelho.
E tudo.
Parece bonita e moderna esta união de propósitos à esquerda e à direita nas questões das alegadas liberdades individuais.
Mas não é; e abriu-se uma caixa.
O que se passou é um alibi cru perante tudo o resto que não muda há demasiado tempo, numa pasmaceira cínica, rançosa e dominada de que não nos conseguimos desatascar.
A estrondosa iliteracia ou iletrismo nacionais (apesar de todos os shoppings, dos carros topo de gama, das televisões, dos ipads e dos telemóveis…).
A inexistência de uma vaga estratégia nacional.
Todas as razões da gigantesca dívida pública e privada Portuguesa.
Um Estado malsão, mau pagador, macrocéfalo e despesista.
A crónica falta de garantias dos contribuintes.
A falta de produtividade.
A falta de industrialização.
A falta de conhecimento patenteado.
A falta de um nível elevado de escolarização.
A falta de um ensino público de qualidade.
A falta de julgamento dos responsáveis pelo colapso da banca nacional (com muitos responsáveis, a começar pelos do sistema de supervisão).
A falta de julgamento do caso Sócrates, etc. e etc..
E já que falamos das intocáveis liberdades individuais, para quando a aprovação da zoofilia, do canibalismo e da necrofilia?
Não era também livre, consensual e bonito?
Pobre povo Português, que anda tão enganado.
Acorda e vê quem te governa!
Advogado, conselheiro nacional do CDS
MIGUEL ALVIM
17/05/2016 - 07:55
Público
Com vénia, peço emprestado ao grande Fernando Pessoa título, mote e tudo no escrito.
Porque não me lembra mais nada a “alegria” perjura e voraz que vai nos corredores e nos esconsos do parlamento com a aprovação (à socapa, já agora) das alterações ao regime da procriação medicamente assistida e da gestação de substituição (as chamadas “barrigas de aluguer”).
As bancadas da esquerda e demasiados deputados do PSD (esse enorme monte de nada ideológico do regime partidário Português) aplaudiram de pé o que foi aprovado de cócoras.
No final do estrambólico parto parlamentar (em que até houve votos abstencionistas do CDS), a porta-voz do Bloco, Catarina Martins, venceu repugnâncias e até foi ao lado direito do hemiciclo para dar um abraço (politicamente mortal) à social-democrata Teresa Leal Coelho.
E tudo.
Parece bonita e moderna esta união de propósitos à esquerda e à direita nas questões das alegadas liberdades individuais.
Mas não é; e abriu-se uma caixa.
O que se passou é um alibi cru perante tudo o resto que não muda há demasiado tempo, numa pasmaceira cínica, rançosa e dominada de que não nos conseguimos desatascar.
A estrondosa iliteracia ou iletrismo nacionais (apesar de todos os shoppings, dos carros topo de gama, das televisões, dos ipads e dos telemóveis…).
A inexistência de uma vaga estratégia nacional.
Todas as razões da gigantesca dívida pública e privada Portuguesa.
Um Estado malsão, mau pagador, macrocéfalo e despesista.
A crónica falta de garantias dos contribuintes.
A falta de produtividade.
A falta de industrialização.
A falta de conhecimento patenteado.
A falta de um nível elevado de escolarização.
A falta de um ensino público de qualidade.
A falta de julgamento dos responsáveis pelo colapso da banca nacional (com muitos responsáveis, a começar pelos do sistema de supervisão).
A falta de julgamento do caso Sócrates, etc. e etc..
E já que falamos das intocáveis liberdades individuais, para quando a aprovação da zoofilia, do canibalismo e da necrofilia?
Não era também livre, consensual e bonito?
Pobre povo Português, que anda tão enganado.
Acorda e vê quem te governa!
Advogado, conselheiro nacional do CDS
MIGUEL ALVIM
17/05/2016 - 07:55
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