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Pais e Professores no Deserto

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Mensagem por Admin Qui maio 19, 2016 4:36 pm

Não nascemos pais nem mães. Um dia, na vida, deparamo-nos com esse novo estatuto. Por mais conselhos que nos deem, leituras que façamos ou recomendações de pedagogos ou pediatras que ouçamos, é com múltiplas e fantásticas descobertas quotidianas que vamos aprendendo a preparar-nos. Pais e Professores seguem o mesmo trilho da serendipidade, no deserto da Educação.

Rapidamente, descobrimos em nós, pais e mães, que o amor, a paciência, a tolerância, o cuidado, a frustração, o medo, a concentração e a responsabilidade são permanentes e irreversíveis. Aquelas crias exigem tanto de nós. Queremos o melhor para elas, claro. Sem sabermos bem de onde, há uma energia forte que cresce em nós. Instintos que, provavelmente, até ao momento da chegada daqueles pequenos seres, eram completamente desconhecidos.

Muitos pais, tão rapidamente se confrontam com a chegada das suas crias, como de imediato são obrigados a entregá-las à responsabilidade de outros, na creche, no jardim de infância, na escola. Tais instituições vão então assumir parte da educação e instrução de crianças que, ainda há tão pouco tempo, eram meros sonhos para pais e mães. Vão todos colaborar em prol do sucesso de um novo cidadão ávido de viver, de crescer, de aprender para se tornar um adulto completo e feliz.

E apenas desejamos, no entanto, que os educadores e professores dos nossos filhos sejam instigadores e inspiradores de aprendizagens. Profissionais capazes de estimular e de encorajar crianças a aprenderem, a descobrirem, a pensarem e a serem autónomos e livres.

Será que a Escola, o Currículo, a Formação dos Professores e as Políticas Educativas nos garantem estes nossos desejos de pais e de mães para os nossos filhos?

Muito se tem falado daquele país encaixado entre a Rússia e a Suécia, a Finlândia, como referencial de uma Educação de excelência, nos últimos 40 anos. E proliferam vídeos e textos e comentários nas redes sociais absurdos: “Assim deveria ser em Portugal!” ou “Ali é que se aprende!”. E procura-se imitar, copiar, plasmar um sistema educativo de uma realidade cultural muito própria num outro país com geografia, história, cultura e políticas completamente diferentes. É um erro grave e revelador de falta de respeito pela nossa própria cultura e os nossos filhos. É certo que devemos aprender com modelos de sucesso, mas, sobretudo, devemos compreender a nossa própria realidade, os nossos cidadãos, as nossas crianças e jovens, tal como fazem os finlandeses.

Ao contrário dos interesses partidários ou caprichos dos políticos em Portugal que, de 4 em 4 anos, vêm com tendências ou modas, a Finlândia vem trabalhando persistente e silenciosamente em metodologias que refletem os valores, a crenças e convicções e normas da sua própria sociedade, procurando responder às necessidades dos seus cidadãos. Respeitam o indivíduo e sacrificam a comunidade em prol das suas crianças e jovens. E isto define a identidade cultural de um país.

A Educação de um país não se compadece com prescrições e decretos avulsos. A participação ativa e empenhada de todos os seus atores é fundamental. Pais, Professores, instituições e políticos devem estar claramente concertados quanto às orientações que devem ser seguidas nas próximas décadas. Toda a sociedade beneficia ou é prejudicada com políticas educativas (in)coerentes e (ir)responsáveis. 

Uma sociedade que acredita e vivencia o “menos é mais” (less is more) evidencia valores e princípios elevados: ter uma casa confortável e funcional, com as divisões apenas suficientes para abrir o agregado familiar, sem luxos, vivendo com simplicidade; ter um carro barato e económico; poucos bens de consumo… Este é o legado de uma sociedade evoluída capaz de transmitir valores elevados para o futuro.

Em Portugal, é tempo de parar para pensar. A insana discussão em torno do ensino público e privado é, ele próprio, revelador dos interesses instituídos que nada têm a ver com as necessidades das nossas crianças e jovens de hoje e de amanhã. A banalidade, o vazio cultural e democrático e o esbanjamento de recursos na nossa sociedade são aqui bem patentes. 

Mais importante que tudo é darmos todos o nosso contributo para um país melhor, através de uma Educação firme e sustentada. Uma formação profissional de elevada qualidade de todos os professores é uma necessidade urgente, orientada para a resolução de problemas e baseada na criatividade, na inovação, no amor, valorizando o gosto pela aprendizagem, e não no objectivo primeiro de realizar exames nas escolas e avaliar escolas pelo sucesso delas. O sucesso real e efetivo de cada criança e de cada jovem é o orgulho que toda a nossa sociedade deve possuir.

A força e o poder da nossa sociedade só se alcança de forma democrática, dando a todos as mesmas oportunidades de aprender, de ser feliz, de ser autónomo, de viver melhor. É preciso, para isso, abandonar progressivamente esta cultura machista orientada para a competição e os resultados, em detrimento de uma sociedade feminina que valoriza a qualidade, a igualdade e a colaboração, tal como há muito defendemos e praticamos.

Sir Wilfred Thesiger (1910-2003), o escritor e grande explorador do maior deserto de areia, na Arábia, perante o gradual desaparecimento dos beduínos naquela vasta e dura aridez do sul da Península Arábica, lamentava: “o efeito a longo prazo da cultura americana que se estende por todos os confins dos desertos e vales será o fim da Humanidade. A nossa extraordinária avareza  pelas posses materiais, o modo como a alimentamos, a falta de equilíbrio nas nossas vidas e a nossa arrogância cultural matar-nos-á a todos dentro de um século, a não ser que aprendamos a parar e a pensar. Pode ser já demasiado tarde.”

Serve-nos este poderoso exemplo de vida de Wilfred Thesiger para nos relembrar as maiores conquistas que um ser humano pode alcançar: a liberdade. Esta liberdade alcança-se com despojo, com o mínimo indispensável, com as necessidades básicas satisfeitas, afastando-nos do supérfluo, do luxo e do peso dos bens materiais, porque, como diz o beduíno companheiro de viagem de Thesiger, “só no deserto poderia um homem encontrar a liberdade.”

José Paulo Santos

19/05/2016
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