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NOVAS POLÍTICAS, A INCOERÊNCIA DE SEMPRE
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NOVAS POLÍTICAS, A INCOERÊNCIA DE SEMPRE
Voltemos ao remoto ano de 1977 apenas para que possamos recordar que foi nessa época, num enviesado Dezembro, que um Governo minoritário do PS caiu em votação parlamentar, após ter sido formado em Abril de 1974.
Tal como o contexto atual dita no presente, existiam então protagonistas que garantiam que o mesmo PS era o único partido que não necessitava de negociar uma base maioritária de apoio, porque seria o único capaz de gerar consensos numa mescla ideológica ambivalente.
Fosse à esquerda ou à direita, os diplomas podiam ser negociados, surgindo então a conotação genérica do Partido Socialista como partido charneira, e recordando a conjuntura passada, entendemos que foi na vigência do referido Governo minoritário que se tornou inevitável o pedido de auxilio financeiro de emergência ao FMI.
Ser todo-o-terreno e negociar de forma bilateral é uma receita de sucesso? A recente história democrática do nosso País tem-nos ensinado que não.
Passadas quatro décadas podemos enumerar: Duas intervenções externas, crises financeiras, perda de competitividade, menos capital e inexpressivo desenvolvimento em determinadas áreas sectoriais. Adotámos e abraçámos, ainda, uma moeda única que partilha uma gestão comum integrada no projeto Europeu, mas se há coisa que continua a persistir, inalterável, é o quadro e a moldura do partido charneira.
Tendo como presente cenário social e económico um apregoado nevoeiro cinzento, assolado por um Lobo Mau (União Europeia), e ainda com a reminiscência das memórias de um País rural e pobre, em plena sintonia com a falta de emprego jovem e o avultado envelhecimento geracional, torna-se compreensível a empatia por uma entidade estatal protetora e omnipresente nas nossas vidas. É conveniente, no entanto, questionar se estas vicissitudes nos tornarão, de facto, independentes de nós mesmos...
Com acordos de incidência poucos comuns e que não aceitam as diretrizes de uma politica comum, só nos resta aguardar por um expectável acordo pouco estável, pouco coerente e que não foi feito para durar.
A inutilidade desta governação é proporcional à qualidade da transformação que observámos, pávidos, mas serenos, aguardando agora, uma nação inteira, que o PS dê conta da embrulhada em que se meteu.
Todos neste arco governativo serão responsáveis pelas politicas tomadas e posições defendidas, mas também por todas e qualquer uma das consequências que surgirão para o País. Espero que até lá entendam um único ponto que deveria ser de convergência: é com a Europa e com o Investimento que nos conseguimos safar.
João Fortes - Natural de Évora e licenciado pela Universidade de Évora em Turismo e Desenvolvimento, é estudante de Mestrado em Economia e Gestão Aplicadas ao Agro-Negócio. Ativista político e associativo, foi membro da AEUE e coordenador do sector de Apoio aos Núcleos da mesma.
23 Maio 2016 14:59
Tribuna Alentejo.pt
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