Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 325 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 325 visitantes :: 2 motores de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
Business as usual
Página 1 de 1
Business as usual
António Costa promoveu neste fim de semana o congresso da "homologação" do novo PS. Para garantir a bênção à sua coligação com a extrema-esquerda, impensável para os socialistas maçons que fizeram o pós-25 de Abril, Costa trouxe avalistas ao 21.º Congresso do PS. O cenário estava preparado para a entronização do PS. E funcionou. À saída já quase ninguém se lembrava de que António Costa "perdeu as eleições", como dizia o cartaz da manifestação dos colégios privados.
Na sexta-feira saiu a notícia de que a Caixa Geral de Depósitos vai ter 19 administradores, dezanove, sim. É verdade que já antes a Caixa tinha um monstruoso conselho de administração, com 14 membros. Mas 19? Dezanove! Um amador pensaria que o novo conselho de administração da Caixa iria ensombrar a festa de Costa. Nada mais errado: ali estava em causa demonstrar que Costa tinha feito o melhor para o PS e para o país.
Previsto que estava o discurso de Francisco Assis, que reproduziria perante a plateia socialista a entrevista prévia em que confirmava a sua preferência por acordos com o centro-direita e condenava os entendimentos que deixam o PS refém da extrema- -esquerda, o congresso não teve surpresas. Decorreu num ambiente morno, com poucas críticas e muita camaradagem.
O palco era dado aos convidados, que haveriam de provar que os comunistas não só não comem criancinhas como podem ser aliados de um governo democrático. Para demonstrar que o PS está longe do arquétipo da extrema--esquerda, foi convidada a "direita"(?), encarnada por José Pacheco Pereira, que fez o favor de "criticar" a falta de socialismo da moção do secretário-geral do PS.
Para garantir o carácter democrático do PS veio também Martin Shulz, o presidente do Parlamento Europeu. Até António Guterres por lá passou, com o seu casaco de quem vem de visita à "terra", afirmando as saudades que tinha de um congresso socialista. Assim como que a provar que o setor católico do PS também não se assusta tendo os comunistas e os bloquistas como parceiros.
Costuma dizer-se que o grande talento de um bom gestor é fazer brilhar, em equipa, os talentos individuais que consegue reunir à sua volta. Costa inaugurou no 21.º Congresso do PS, com mão segura, uma nova forma de gestão: trouxe os adversários até bem perto e fê-los parte do seu argumento. Assim, tanto Pacheco Pereira, com o seu habitual ódio a Passos Coelho, como o presidente do Parlamento Europeu serviram para sublinhar a mensagem deste congresso: temos um governo baseado numa coligação com a extrema-esquerda que governa ao centro. E porquê? Porque a Europa não deixa que a extrema-esquerda perturbe o seu caminho das pedras.
No domingo houve manifestação à porta do congresso. Os colégios privados foram virar as costas a Costa. E acabaram por dar uma das maiores ovações do congresso a Tiago Brandão Rodrigues, o ministro da Educação que "não cede a lóbis".
O 21.º Congresso do PS foi um passeio à beira do rio Tejo. Com Pacheco Pereira, com Martin Schulz, com Ana Drago, com António Guterres. E com uma ausência: os 19 administradores do banco público. Que provavelmente provam que há formas de convencer o bloco central de que a extrema-esquerda não é assim tão perigosa.
Ao fim do dia, a Caixa Geral de Depósitos vai ter 19 administradores. Business as usual.
06 DE JUNHO DE 2016
00:09
Inês Serra Lopes
Diário de Notícias
Na sexta-feira saiu a notícia de que a Caixa Geral de Depósitos vai ter 19 administradores, dezanove, sim. É verdade que já antes a Caixa tinha um monstruoso conselho de administração, com 14 membros. Mas 19? Dezanove! Um amador pensaria que o novo conselho de administração da Caixa iria ensombrar a festa de Costa. Nada mais errado: ali estava em causa demonstrar que Costa tinha feito o melhor para o PS e para o país.
Previsto que estava o discurso de Francisco Assis, que reproduziria perante a plateia socialista a entrevista prévia em que confirmava a sua preferência por acordos com o centro-direita e condenava os entendimentos que deixam o PS refém da extrema- -esquerda, o congresso não teve surpresas. Decorreu num ambiente morno, com poucas críticas e muita camaradagem.
O palco era dado aos convidados, que haveriam de provar que os comunistas não só não comem criancinhas como podem ser aliados de um governo democrático. Para demonstrar que o PS está longe do arquétipo da extrema--esquerda, foi convidada a "direita"(?), encarnada por José Pacheco Pereira, que fez o favor de "criticar" a falta de socialismo da moção do secretário-geral do PS.
Para garantir o carácter democrático do PS veio também Martin Shulz, o presidente do Parlamento Europeu. Até António Guterres por lá passou, com o seu casaco de quem vem de visita à "terra", afirmando as saudades que tinha de um congresso socialista. Assim como que a provar que o setor católico do PS também não se assusta tendo os comunistas e os bloquistas como parceiros.
Costuma dizer-se que o grande talento de um bom gestor é fazer brilhar, em equipa, os talentos individuais que consegue reunir à sua volta. Costa inaugurou no 21.º Congresso do PS, com mão segura, uma nova forma de gestão: trouxe os adversários até bem perto e fê-los parte do seu argumento. Assim, tanto Pacheco Pereira, com o seu habitual ódio a Passos Coelho, como o presidente do Parlamento Europeu serviram para sublinhar a mensagem deste congresso: temos um governo baseado numa coligação com a extrema-esquerda que governa ao centro. E porquê? Porque a Europa não deixa que a extrema-esquerda perturbe o seu caminho das pedras.
No domingo houve manifestação à porta do congresso. Os colégios privados foram virar as costas a Costa. E acabaram por dar uma das maiores ovações do congresso a Tiago Brandão Rodrigues, o ministro da Educação que "não cede a lóbis".
O 21.º Congresso do PS foi um passeio à beira do rio Tejo. Com Pacheco Pereira, com Martin Schulz, com Ana Drago, com António Guterres. E com uma ausência: os 19 administradores do banco público. Que provavelmente provam que há formas de convencer o bloco central de que a extrema-esquerda não é assim tão perigosa.
Ao fim do dia, a Caixa Geral de Depósitos vai ter 19 administradores. Business as usual.
06 DE JUNHO DE 2016
00:09
Inês Serra Lopes
Diário de Notícias
Tópicos semelhantes
» Big business is watching you
» Petróleo, combustíveis e preços
» Oceans Business Week: Portugal à frente na economia do mar
» Petróleo, combustíveis e preços
» Oceans Business Week: Portugal à frente na economia do mar
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin