Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 80 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 80 visitantes Nenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
A geringonça funcionará até o país gripar
Página 1 de 1
A geringonça funcionará até o país gripar
O poder une os desunidos, entorpece a crítica e instala uma espécie de amnésia colectiva confortável e estratégica.
Passaram quase dois anos desde que António Costa substituiu António José Seguro na liderança do Partido Socialista e eis o balanço: as feridas estão saradas, já ninguém fala numa cisão do partido como se chegou a comentar nos corredores quando António Costa montou a geringonça numa aliança com a esquerda mais radical, deixando a direita encurralada numa maioria relativa que dificilmente governará enquanto a geringonça funcionar. E sejamos claros: está a funcionar porque é de política que falamos há seis meses. Muito pouco de Finanças.
O Congresso do PS foi um congresso de Governo mais do que de partido. Serviu para confirmar a união em torno de um líder que chamou para a Comissão Nacional os descontentes e citou os opositores – Francisco Assis – num abraço de urso de quem sabe que, enquanto tiver o Poder, tem o partido.
Serviu para dizer que a geringonça funciona, para anunciar medidas, para reforçar o compromisso com um défice abaixo dos 3%. Serviu para responder a Marcelo Rebelo de Sousa sobre a desconfiança dos números de crescimento do Governo e lembrá-lo de que o Executivo que lidera quer uma boa relação com Belém, mas não governa com base em ex-comentadores.
Serviu para cavalgar na declaração de Marcelo de que o resultado das autárquicas é de facto um marco no ciclo político, mas que é um ciclo de continuidade e que estão reunidas as condições para que a geringonça conclua a legislatura. Quem sabe repita a proeza, dizem alguns.
Até o discurso sobre as sanções de Bruxelas foi virado a favor do Governo: já se percebeu que ninguém na Europa tem interesse em chamar a atenção para Portugal com procedimentos por défices excessivos e todos – da esquerda à direita – estão de acordo sobre a necessidade de se baterem contra essas sanções. O Presidente do Parlamento Europeu, Schultz, e Juncker alinharam pela bitola. Tudo correu bem a António Costa este fim-de-semana. A política e o engenho são a sua arte. Até Guterres voltou e com saudades de ali estar.
É difícil ser oposição por estes dias e o PSD pouco pode fazer. Os portugueses já não estão zangados com a união das esquerdas, as sondagens mostram isso mesmo. Resta-lhe a certeza ou convicção de que os números da economia vão pôr os portugueses a pedir o regresso de um D. Sebastião que salve o país de mais ‘troika’. Mas será que vão querer Passos? Que pode este PSD fazer senão esperar que a economia comece a ceder, que as execuções condenem uma geringonça que António Costa conseguiu pôr a funcionar? Pouco ou mesmo nada.
Por essa razão, António Costa ganha em todas as frentes. Se e quando precisar da direita, ela terá de ceder para ser fiel àquilo que defende: o rigor das contas públicas. E o PS que rejeitou a ideia de arco da governação é, neste momento, o arco da governação. Para os lados da Lapa, os dias vão ser longos.
00:05 h
Alexandra de Almeida Ferreira, Jornalista
Económico
Passaram quase dois anos desde que António Costa substituiu António José Seguro na liderança do Partido Socialista e eis o balanço: as feridas estão saradas, já ninguém fala numa cisão do partido como se chegou a comentar nos corredores quando António Costa montou a geringonça numa aliança com a esquerda mais radical, deixando a direita encurralada numa maioria relativa que dificilmente governará enquanto a geringonça funcionar. E sejamos claros: está a funcionar porque é de política que falamos há seis meses. Muito pouco de Finanças.
O Congresso do PS foi um congresso de Governo mais do que de partido. Serviu para confirmar a união em torno de um líder que chamou para a Comissão Nacional os descontentes e citou os opositores – Francisco Assis – num abraço de urso de quem sabe que, enquanto tiver o Poder, tem o partido.
Serviu para dizer que a geringonça funciona, para anunciar medidas, para reforçar o compromisso com um défice abaixo dos 3%. Serviu para responder a Marcelo Rebelo de Sousa sobre a desconfiança dos números de crescimento do Governo e lembrá-lo de que o Executivo que lidera quer uma boa relação com Belém, mas não governa com base em ex-comentadores.
Serviu para cavalgar na declaração de Marcelo de que o resultado das autárquicas é de facto um marco no ciclo político, mas que é um ciclo de continuidade e que estão reunidas as condições para que a geringonça conclua a legislatura. Quem sabe repita a proeza, dizem alguns.
Até o discurso sobre as sanções de Bruxelas foi virado a favor do Governo: já se percebeu que ninguém na Europa tem interesse em chamar a atenção para Portugal com procedimentos por défices excessivos e todos – da esquerda à direita – estão de acordo sobre a necessidade de se baterem contra essas sanções. O Presidente do Parlamento Europeu, Schultz, e Juncker alinharam pela bitola. Tudo correu bem a António Costa este fim-de-semana. A política e o engenho são a sua arte. Até Guterres voltou e com saudades de ali estar.
É difícil ser oposição por estes dias e o PSD pouco pode fazer. Os portugueses já não estão zangados com a união das esquerdas, as sondagens mostram isso mesmo. Resta-lhe a certeza ou convicção de que os números da economia vão pôr os portugueses a pedir o regresso de um D. Sebastião que salve o país de mais ‘troika’. Mas será que vão querer Passos? Que pode este PSD fazer senão esperar que a economia comece a ceder, que as execuções condenem uma geringonça que António Costa conseguiu pôr a funcionar? Pouco ou mesmo nada.
Por essa razão, António Costa ganha em todas as frentes. Se e quando precisar da direita, ela terá de ceder para ser fiel àquilo que defende: o rigor das contas públicas. E o PS que rejeitou a ideia de arco da governação é, neste momento, o arco da governação. Para os lados da Lapa, os dias vão ser longos.
00:05 h
Alexandra de Almeida Ferreira, Jornalista
Económico
Tópicos semelhantes
» A geringonça ameaça tornar o país… num calhambeque
» A necessidade da geringonça
» Os empresários e a geringonça
» A necessidade da geringonça
» Os empresários e a geringonça
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
|
|
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin