Vamos comprar Made in Portugal, porra !!!

O País mais atento acordou a semana passada para uma crua realidade. Afinal no primeiro trimestre de 2014, o PIB desceu 0,7 %, contrariando o ciclo de crescimento que se vinha registando desde há um ano atrás.

Já anteriormente a Ministra das Finanças tinha alertado para o facto de ser possível que isso acontecesse, como resultado da paragem temporária da refinaria de Sines. Agora a explicação oficial, já não sobre cenários mas sobre a realidade, é a mesma e até se aceita pois é a verdade.

Mas o que se pôs a nu, foi a excessiva dependência nas nossas exportações dos combustíveis refinados. A anormal contenção nas importações, devido à crise e à diminuição do poder de compra dos portugueses, foi uma das principais razões pela qual nos últimos anos, se conseguiu um equilíbrio da nossa balança de transacções. E construiu-se a ideia superficial, de que o excedente entre o que exportamos e importamos foi positivo, como não acontecia desde 1943, como resultante das políticas de restruturação da nossa economia. O que na verdade, não é nada verdade.

Afinal, está tudo preso por arames, o que até em boa verdade seria expectável, pois nada de tão estrutural se consegue mudar assim tão de repente, qualquer que fosse o governo.

O caminho é esse, mas não só. Basta começarmos a crescer e a comprar produtos no estrangeiro, que lá se vai o nosso equilíbrio da balança de transacções, agora que não podemos desvalorizar a nossa moeda (o meu amigo Manuel Godinho, lá na Serra de Serpa, deve-me estar a rogar pragas).

Portanto, ou não crescemos (o que seria lamentável), ou começamos a crescer não comprando no estrangeiro, mas sim produtos portugueses, uma vez que, parece que por ora nos vamos manter no euro.

Assim, vamos lá a comprar tomates, frutas, calçado, roupa, turismo interno, etc etc, made in Portugal, se não quisermos que daqui a pouco tempo nos aumentem mais os impostos.

 

Comprem produtos portugueses, porra !!!!, devia ser a palavra de ordem, agora que dissemos adeus à troika e estamos outra vez por nossa conta e risco.