Dia 25 de maio realizam-se as eleições para o Parlamento Europeu. Pela primeira vez estas eleições têm influência na escolha do Presidente da Comissão Europeia, o sucessor de Durão Barroso.
Neste momento a composição do Parlamento Europeu é maioritariamente constituída pelos conservadores de direita, o Partido Popular que acolhe o PSD e o CDS/PP. Este grande partido europeu, com tradição democrata cristã, que numa forte aliança com o Partido Socialista Europeu, ajudou a construir a Europa assente na proteção social, no pleno emprego e numa economia forte de criação de riqueza e bem-estar para todos. Infelizmente o Partido Popular Europeu foi fazendo uma aproximação ao liberalismo económico sendo um dos principais responsáveis pela crise que atravessamos. Hoje, temos uma Europa onde a maioria dos Estados vivem submetidos à vontade alemã que, governada por uma chanceler neo-liberal que não olha para a Europa como um território de solidariedades entre povos, mas sim como um território onde a economia alemã deve subjugar aos seus interesses os outros países, impõe as regras de funcionamento financeiro e de mercado que, obviamente, têm uma influência fortíssima na vida de cada cidadão e cidadã europeu. Graças a esta realidade europeia e conjugando-a com um Governo que, até determinada altura, se intitulava mais troikista que a troika, nos arrastou para uma austeridade que tenta agora dizer que produziu resultados mas que, na realidade, deixou o país numa situação de grande vulnerabilidade, continuando a depender da vontade dos mercados de fazer ou não fazer subir os juros até níveis insustentáveis. Vejamos alguns factos que nos devem preocupar: Quando o memorando foi assinado em 2011 os valores máximos de desemprego a atingir andavam na casa dos 13%, como sabemos estiveram próximo dos 17%, o valor máximo da dívida previsto era de 115% do PIB, hoje temos 130%, as exportações que subiram nos anteriores trimestre demonstrando que a economia estaria a crescer estagnou no primeiro trimestre deste ano. Quanto ao desemprego que tem vindo a baixar e que o Governo diz que conta com menos 40 mil desempregados/as, devemos continuar preocupados, porque emigraram 60 mil pessoas, no terceiro trimestre de 2013 foram destruídos 100 mil postos de trabalho e os tais 40 mil novos empregos não encontram correspondência no crescimento as contribuições da Segurança Social. Contudo os Estágios Profissionais, os Programas públicos de incentivo ao emprego e o emprego precário aumentaram com algum significado. Quanto à estagnação das prestações o Governo argumenta com a paragem da refinaria da GALP em Sines para manutenção e de uma paragem na produção da Auto-Europa, e a Senhora Ministra das Finanças ainda adiantou que a Páscoa este ano foi mais tarde não influenciando positivamente o primeiro trimestre. Até pode ser verdade, mas mostra bem a fragilidade do nosso crescimento económico a depender de 2 ou 3 grandes empresas e de fatores sazonais. O meu raciocínio não é fatalista, espero que o nosso país dê a volta, mas mascarar a realidade, com o beneplácito das instituições internacionais que querem a todo o custo provar que este foi o caminho certo e que Portugal é a prova do sucesso, tem riscos que nos fragilizam e nos deixam à mercê dos mercados. Só há uma forma de garantir que haverá uma mudança de facto, uma mudança para uma Europa que dirá presente, solidariamente, quando Portugal ou outro país precisar, e essa forma traduz-se na mudança de política europeia que só pode ser alcançada com uma verdadeira vitória do Partido Socialista Europeu no dia 25. Nesse dia podemos mudar Portugal. |
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
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