Somos todos Portugal

Temos a confiança que outrora nos faltou para assumirmos de vez a nossa qualidade, aproveitarmos de vez a conjuntura internacional e explorarmos o bem mais precioso do mundo neste momento: a segurança

Parece que veio tudo junto, o bom tempo, as tradicionais festas dos Santos Populares e o início do Euro. O que têm estas três coisas em comum? Pois bem, são parte daquilo que é o nosso orgulho, daquelas poucas coisas de que nós, povo humilde que somos, nos vangloriamos e cantamos aos sete ventos. E desengane-se quem acha que o turismo vai estagnar e que isto é só uma fase. Não acredito nisso. E se até há bem pouco tempo nos visitavam dois milhões e agora são dez vezes mais, isso em muito se deve ao que somos e à forma como nos veem.

É por isso que está na altura de nos unirmos, de juntos irmos mais longe, de juntarmos a força de cada português, mas não só. Não nos esqueçamos que temos muitos apoiantes, amigos e irmãos nos países de língua portuguesa e que sofrem apaixonados por nós também. Não pensem que estamos na moda só porque temos sol, praia, bom vinho e comida apetitosa. Longe disso. Existem países bem mais quentes, praias melhores, vinho e cozinhas mais premiadas. O que está a criar tanta curiosidade lá fora e nos distingue dos demais é a forma como recebemos os outros de uma forma genuína e feliz. É sobretudo o amor que colocamos nas pequenas coisas e na forma como nos relacionamos com os outros, e assim é desde os tempos dos Descobrimentos. E sabemos o que são dificuldades, ai se sabemos...!

Estamos, por isso, mais preparados que nunca para recebermos da melhor forma. Temos a confiança que outrora nos faltou para assumirmos de vez a nossa qualidade, aproveitarmos de vez a conjuntura internacional e explorarmos o bem mais precioso do mundo neste momento: a segurança. É isso que noto também na nossa seleção, segurança e confiança. Sinto entusiasmo e tranquilidade, vontade e capacidade, e estão por isso reunidos todos os condimentos para fazerem sonhar mais do que um país, um povo imenso que estará de mãos dadas connosco rumo aos objetivos a que nos propomos. Vencer sempre!

A Lisboa tradicional está a saber unir-se também ela à Lisboa moderna e cosmopolita sem perder identidade, proliferando por aí arraiais novos e divertidos a juntar às ruas e tascas mais tradicionais, criando também ela um novo movimento a ser estudado pela restauração deste país. Chegou a altura de defendermos o que é nosso porque eles gostam mesmo de nós. É assim e nós gostamos de viver assim mesmo. Sem tirar nem pôr. E somos cada vez mais orgulhosos da nossa cultura - é por isso também que a promovemos da melhor forma. Não há país mais maravilhoso que este, não há luz como em Lisboa nem pastéis de nata, pastéis de bacalhau ou bifanas. São nossos por direito.

Com a chegada do Europeu vamos ser mais nossos com mais raça e mais vontade. Sem dramatismos: se perdermos, foi só um jogo, mas esta será mais uma oportunidade para mostrarmos de que massa somos feitos, de honrarmos a nossa história, os nossos antepassados, e de lacrarmos o nosso nome em ouro. Eu acredito em ti, acredito em nós, acredito que eu e tu juntos vamos transmitir a força de que eles precisam. Podemos ser menos, mas nunca tivemos medo. Vamos à luta com tudo e vamos com o nome no peito que nos emociona. E no fim, como dizia o “Estebes”, “deixem-se de tretas, força nas canetas que o maior é PORTUGAL”!

10/06/2016
José Paulo do Carmo 
opiniao@newsplex.pt 
Jornal i