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Norte ao encontro do futuro
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Norte ao encontro do futuro
No momento em que a Região Norte volta a encontrar-se numa encruzilhada do seu futuro e da sua liderança é oportuno refletir sobre o seu posicionamento e estratégia.
A breve prazo, haverá uma nova presidência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, pelo que importa analisar e discutir o modo como evoluirão as estratégias e as políticas que foram delineadas e desenvolvidas no atual programa quadro Portugal 2020/ Norte 2020, que terão grande impacto no desenvolvimento regional e nacional ao logo da próxima década.
A difícil conjuntura nacional e europeia exige visão e concertação regional, sob pena de a Região se desencontrar com o seu futuro e comprometer, mais uma vez, a sua migração para um desenvolvimento virtuoso.
Nesta circunstância, há que ter presente a especificidade e o potencial resultantes da diversidade regional, bem como da capacidade e perseverança dos seus tecidos empresariais e institucionais. A Região é diversa no território, cujas infraestruturas viárias aproximaram, e nos seus patrimónios natural, paisagístico, monumental e cultural. É heterogénea nos seus padrões sociais e educacionais, com desigualdades, também de oportunidades, que devem ser corrigidas. É desequilibrada no desenvolvimento económico, sendo classificada como uma Região de convergência pela União Europeia. No entanto, nela coexistem municípios com indicadores de rendimento superiores à média europeia com autarquias onde esses valores são dos mais baixos da União.
Acresce que, apesar de uma centralidade e importância indiscutíveis do Porto, a Região é marcadamente policêntrica, o que confere ao seu território e tecido produtivo características particulares que têm de ser percebidas e assumidas nas opções de desenvolvimento. Essa estrutura multipolar é a matriz de uma organização social e territorial, devendo ser promovida rejeitando a mimetização do centralismo exagerado de que Portugal enferma há muito séculos e que explica parcialmente o atraso nacional face a outros países europeus.
Neste referencial, o futuro da Região e a capacidade de se congregar em torno de estratégias agregadoras, participadas e coesivas exigem uma articulação de atores políticos, públicos e privados em projetos mobilizadores capazes de desenvolverem a integridade territorial no contexto da diversidade referida.
Entendo ser este o principal desafio com que a Região está confrontada, que convoca as suas forças e interceta as suas contradições. Só poderá ser vencido com uma articulação das suas lideranças, políticas, territoriais, económicas, académicas e científicas, num processo que todos têm de percecionar como vantajoso, pelo que não compatível com práticas hegemónicas.
Se tal não acontecer, as lideranças enfrentarão o risco de correrem sozinhas ou, pelo menos, divididas, descoladas da Região, cavalgando em sucessos conjunturais que, por insustentáveis, serão efémeros e não passarão de um desperdício de oportunidades em favor de estratégias locais ou pessoais.
O Conselho Regional do Norte irá reunir na proximamente, devendo perspetivar os modos como a Região vai garantir o seu futuro e participar na sua construção. Acredito que avançaremos ancorados nas raízes históricas e sociológicas, que são nossas e das quais nos orgulhamos, e que tiraremos partido dos fatores diferenciadores associados à vocação industrial e exportadora e às empresas de referência aqui baseadas, bem como da capacidade agrária, de que os vinhos do Douro e verdes são apenas exemplos.
Acredito que nos posicionaremos de um modo cosmopolita e aberto ao mundo em termos políticos, comerciais, culturais e educacionais; que assentaremos as estratégias de desenvolvimento no conhecimento, na educação avançada e na investigação, fazendo com que o tecido produtivo tenha na valorização de saberes e na criatividade as suas vantagens competitivas; e que saberemos promover, atrair e fixar talento artístico científico e empreendedor.
Temos uma estratégia regional a RIS3-Norte, que embora possa e deva ser alvo de ajustes, motivados pela experiência de dois anos da sua implementação, foi construída de um modo participado e tem um amplo consenso nos seus vetores estruturantes.
Enquanto reitor da UMinho e membro do consórcio de universidades UNorte.pt, acredito que podemos conseguir ser uma das regiões mais competitivas da Europa se formos capazes de concretizar uma estratégia que reforce o trabalho em rede entre os diversos atores regionais.
* REITOR DA UNIVERSIDADE DO MINHO
ANTÓNIO M. CUNHA
Hoje às 00:00
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