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Paixões juvenis e outras
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Paixões juvenis e outras
Leio António de Cértima quando me fala de António Nobre e dos seus amores com “Margarida de Lucena, que residia em Coimbra com seus pais, instalados numa casa da Estrada da Beira, convivia muito com outra Margarida, mãe do estudante Vasco das Rocha e Castro, também de origem nortenha” . Mas foram amores que a mãe da sua amada impossibilitou por este estar doente.
Foi pena e para os dois foi apenas mais sofrimento.
Tudo isto faz-nos recordar os nossos encontros juvenis e as cumplicidades que os fizeram acontecer entre as ruas da cidade, ou nos bancos das escolas ou nos cafés, onde aconteciam no meio das conversas, intuídos nos olhares mais ou menos intencionais que se trocavam, fazendo acontecer por vezes namoros e até casamentos.
Aconteciam nesses tempos em que se juntavam até algarvio(a)s com trasmontano(a)s, beirões com alentejanas, gente do litoral com gente do interior, açorianos com continentais e outras junções mais ou menos (im)prováveis. Mas isso era no tempo em que os homens e as mulheres se casavam.
Agora, fruto das dificuldades da vida que tanto pioraram nos últimos anos, assistimos ao desencontro constante entre gente que até parece que tem todas as condições para serem uniões familiares duradouras. Tudo parece inquinado por uma evolução da economia que prejudica toda a vontade de assumir relações firmes. Tudo parece tão precário nas relações laborais que ninguém parece estar em condições de ter uma vida familiar saudável.
Muitos jovens casam-se mas continuam a ter dificuldades em ter uma vida normal com os filhos que desejam, precisando da ajuda dos pais ou melhor avós dos seus filhos.
Contudo, muitos não o querem ver, obrigando só e sempre os mercados de trabalho a serem a adaptação que permite ajustes no mercado de capitais, mas logo se vê que nada disto pode ser, pois nada bate certo na relação trabalho e capital. De facto, quando os mercados de capitais têm comportamentos irracionais, estes não podem ser resolvidos com mais sacrifícios de quem quer trabalhar para poder ter uma vida familiar estável. Devem por isso separar-se os problemas laborais e os de gestão de capitais para que a vida possa continuar.
Infelizmente, tal como acontece agora em França, os governantes propõem-se agravar as condições de trabalho para resolverem os problemas de um capital que parece incapaz de dar ordem aos seus movimentos. Criam-se assim focos de tensão sociais, visíveis em manifestações laborais que vemos emergir nas avenidas parisienses, e ao mesmo tempo que o clima mostra que nada parece sustentável como o mostram as inundações que agora assolam a Europa.
Ficamos assim à espera de uma mudança nas formas de gestão da sociedade e da economia que a suporta como precisamos.
1 – António de Cértima – Notícias de Anto e de Purinha, António Nobre ou a Poesia sob o signo da morte e do Amor, 1955, Lisboa, p. 98.
Por Aires Antunes Diniz
13 Junho, 2016 at 12:40
Diário as Beiras
Foi pena e para os dois foi apenas mais sofrimento.
Tudo isto faz-nos recordar os nossos encontros juvenis e as cumplicidades que os fizeram acontecer entre as ruas da cidade, ou nos bancos das escolas ou nos cafés, onde aconteciam no meio das conversas, intuídos nos olhares mais ou menos intencionais que se trocavam, fazendo acontecer por vezes namoros e até casamentos.
Aconteciam nesses tempos em que se juntavam até algarvio(a)s com trasmontano(a)s, beirões com alentejanas, gente do litoral com gente do interior, açorianos com continentais e outras junções mais ou menos (im)prováveis. Mas isso era no tempo em que os homens e as mulheres se casavam.
Agora, fruto das dificuldades da vida que tanto pioraram nos últimos anos, assistimos ao desencontro constante entre gente que até parece que tem todas as condições para serem uniões familiares duradouras. Tudo parece inquinado por uma evolução da economia que prejudica toda a vontade de assumir relações firmes. Tudo parece tão precário nas relações laborais que ninguém parece estar em condições de ter uma vida familiar saudável.
Muitos jovens casam-se mas continuam a ter dificuldades em ter uma vida normal com os filhos que desejam, precisando da ajuda dos pais ou melhor avós dos seus filhos.
Contudo, muitos não o querem ver, obrigando só e sempre os mercados de trabalho a serem a adaptação que permite ajustes no mercado de capitais, mas logo se vê que nada disto pode ser, pois nada bate certo na relação trabalho e capital. De facto, quando os mercados de capitais têm comportamentos irracionais, estes não podem ser resolvidos com mais sacrifícios de quem quer trabalhar para poder ter uma vida familiar estável. Devem por isso separar-se os problemas laborais e os de gestão de capitais para que a vida possa continuar.
Infelizmente, tal como acontece agora em França, os governantes propõem-se agravar as condições de trabalho para resolverem os problemas de um capital que parece incapaz de dar ordem aos seus movimentos. Criam-se assim focos de tensão sociais, visíveis em manifestações laborais que vemos emergir nas avenidas parisienses, e ao mesmo tempo que o clima mostra que nada parece sustentável como o mostram as inundações que agora assolam a Europa.
Ficamos assim à espera de uma mudança nas formas de gestão da sociedade e da economia que a suporta como precisamos.
1 – António de Cértima – Notícias de Anto e de Purinha, António Nobre ou a Poesia sob o signo da morte e do Amor, 1955, Lisboa, p. 98.
Por Aires Antunes Diniz
13 Junho, 2016 at 12:40
Diário as Beiras
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