Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 411 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 411 visitantes :: 2 motores de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
A ditadura dos grandes não tem fim? (Centralizo de Lisboa)
Página 1 de 1
A ditadura dos grandes não tem fim? (Centralizo de Lisboa)
Algo vai muito mal neste país em que a ditadura dos poderosos e o centralismo de Lisboa não parecem ter fim.
A liberdade de abril ainda não foi suficientemente eficaz para libertar o país do jugo centralista e monopolista dos poderes instalados em Lisboa e, em menor dimensão, no Porto. São poderes que se estabeleceram e frutificaram nos tempos mais cinzentos da velha senhora mas que continuam a dominar o país, concentrando toda a atenção dos media, arrebanhando os fundos coletivos com uma voracidade que impressiona e viciando as regras do jogo sempre em seu benefício.
Os exemplos são mais do que muitos: (1) na ciência, em que instituições que conseguem fundos internacionais altamente competitivos são repetidamente preteridas no contexto nacional; (2) na distribuição de fundos nacionais e comunitários, havendo regiões sistematicamente prejudicadas pelas escolhas políticas nacionais; (3) na cultura, em uma única instituição em Lisboa ou Porto recebe mais que os 4 municípios do quadrilátero urbano minhoto – Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos; (4) nos transportes públicos, em que todos os contribuintes pagam os sistemas de transportes de Lisboa e Porto; (5) nos media, em que o destaque é dado, invariavelmente, a eventos e personalidades menores de Lisboa em detrimento de eventos e personalidades com relevo internacional do resto do país; (6) e no desporto, em que os clubes de Lisboa (primeiro) e do Porto (depois) são sistematicamente beneficiados pelas decisões do chamado sistema.
E falemos precisamente do desporto, um campo em que as injustiças, as assimetrias e as desigualdades foram expostas de uma forma particularmente gravosa nos últimos dias. No futebol, em que soubemos que o Tribunal Administrativo reconheceu a ilegalidade das decisões que despromoveram na secretaria o Gil Vicente (de Barcelos) com objetivo de salvar quem havia perdido no campo: o Belenenses (de Lisboa). No atletismo, onde soubemos que a atleta Filomena Costa (do Jardim Serra, de Câmara de Lobos) foi preterida pela atleta Jéssica Augusto (do Sporting CP, de Lisboa) apesar de ter melhor classificação de acordo com as regras definidas pela própria Federação. No andebol, onde a Federação Portuguesa de Andebol, ao arrepio dos regulamentos, decidiu adiar, de forma unilateral e provavelmente ilegal, o jogo da final do campeonato em prejuízo óbvio e evidente do ABC de Braga e em benefício claro do SL Benfica (de Lisboa).
Todos sabemos que as decisões seriam diferentes se os emblemas implicados fossem outros. E esse é o primeiro sintoma de que algo vai muito mal neste país em que a ditadura dos poderosos e o centralismo de Lisboa não parecem ter fim. Talvez os principais responsáveis sejam aqueles que, estando fora de Lisboa e do Porto, apoiam as suas instituições em detrimento das coletividades locais; daqueles que, apoiando essas instituições poderosas, consentem com as graves injustiças que se abatem sobre as empresas, os clubes e as associações menos poderosas do resto do país; e daqueles que, tendo hoje o poder de influenciar decisões, ainda não fizeram o suficiente para catalisar a tão ansiada mudança.
Psiquiatra
Por Pedro Morgado
18/06/2016 - 08:35
Público
A liberdade de abril ainda não foi suficientemente eficaz para libertar o país do jugo centralista e monopolista dos poderes instalados em Lisboa e, em menor dimensão, no Porto. São poderes que se estabeleceram e frutificaram nos tempos mais cinzentos da velha senhora mas que continuam a dominar o país, concentrando toda a atenção dos media, arrebanhando os fundos coletivos com uma voracidade que impressiona e viciando as regras do jogo sempre em seu benefício.
Os exemplos são mais do que muitos: (1) na ciência, em que instituições que conseguem fundos internacionais altamente competitivos são repetidamente preteridas no contexto nacional; (2) na distribuição de fundos nacionais e comunitários, havendo regiões sistematicamente prejudicadas pelas escolhas políticas nacionais; (3) na cultura, em uma única instituição em Lisboa ou Porto recebe mais que os 4 municípios do quadrilátero urbano minhoto – Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos; (4) nos transportes públicos, em que todos os contribuintes pagam os sistemas de transportes de Lisboa e Porto; (5) nos media, em que o destaque é dado, invariavelmente, a eventos e personalidades menores de Lisboa em detrimento de eventos e personalidades com relevo internacional do resto do país; (6) e no desporto, em que os clubes de Lisboa (primeiro) e do Porto (depois) são sistematicamente beneficiados pelas decisões do chamado sistema.
E falemos precisamente do desporto, um campo em que as injustiças, as assimetrias e as desigualdades foram expostas de uma forma particularmente gravosa nos últimos dias. No futebol, em que soubemos que o Tribunal Administrativo reconheceu a ilegalidade das decisões que despromoveram na secretaria o Gil Vicente (de Barcelos) com objetivo de salvar quem havia perdido no campo: o Belenenses (de Lisboa). No atletismo, onde soubemos que a atleta Filomena Costa (do Jardim Serra, de Câmara de Lobos) foi preterida pela atleta Jéssica Augusto (do Sporting CP, de Lisboa) apesar de ter melhor classificação de acordo com as regras definidas pela própria Federação. No andebol, onde a Federação Portuguesa de Andebol, ao arrepio dos regulamentos, decidiu adiar, de forma unilateral e provavelmente ilegal, o jogo da final do campeonato em prejuízo óbvio e evidente do ABC de Braga e em benefício claro do SL Benfica (de Lisboa).
Todos sabemos que as decisões seriam diferentes se os emblemas implicados fossem outros. E esse é o primeiro sintoma de que algo vai muito mal neste país em que a ditadura dos poderosos e o centralismo de Lisboa não parecem ter fim. Talvez os principais responsáveis sejam aqueles que, estando fora de Lisboa e do Porto, apoiam as suas instituições em detrimento das coletividades locais; daqueles que, apoiando essas instituições poderosas, consentem com as graves injustiças que se abatem sobre as empresas, os clubes e as associações menos poderosas do resto do país; e daqueles que, tendo hoje o poder de influenciar decisões, ainda não fizeram o suficiente para catalisar a tão ansiada mudança.
Psiquiatra
Por Pedro Morgado
18/06/2016 - 08:35
Público
Tópicos semelhantes
» Analisa do poder económico e politico do centralizo de Lisboa e de Porto
» O centralizo nacional a viciar o Parlamento, o Governo, o sistema de Partidário e a informação a transmissão na Televisão, no Jornal e no Rádio
» A memoria em um ano e seis meses a trás as criticas do centralizo de Lisboa a contra do Terminal Contentores de Sines
» O centralizo nacional a viciar o Parlamento, o Governo, o sistema de Partidário e a informação a transmissão na Televisão, no Jornal e no Rádio
» A memoria em um ano e seis meses a trás as criticas do centralizo de Lisboa a contra do Terminal Contentores de Sines
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin