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Filme «A Criança N.º 44» (União Soviética)
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Filme «A Criança N.º 44» (União Soviética)
Sem “terras prometidas”, a vida será mais verdadeira; a União Soviética caminha para o fim do violento, trágico, mentiroso e devorador estalinismo que terá deixado uma durável industrialização na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, poucas décadas antes um conjunto de regiões ainda na Idade Média.
Vi, através da televisão, um filme do ano transacto, quase desconhecido, ignoro (?) a razão disso, com o título em epígrafe – conta a história de Leo Demidov que, criança criada num orfanato, em período de grande fome na Ucrânia, na década de trinta, chegou a sargento na Segunda Grande Guerra e, num acto de heroicidade perene, colocou a bandeira da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, no Reichstag – simbólico fim do nazismo em Berlim, na Alemanha, na Europa.
A narrativa apesenta-nos, posteriormente, 1953, a modernidade dos veículos estatais, negros, grandes, confortáveis, a azáfama do povo. Demidov, já oficial da polícia secreta, percebe que a brutal morte do filho de um colega e amigo, seu afilhado, não é ocasional (que o outro, Alexei, reiterada e temerosamente, afirma) – o menino terá sido assassinado por um tarado sexual, situação grave de admitir quando a União Soviética é, segundo Estaline e os seguidores, um paraíso e neste não há assassínios.
Grandes custos tem para Demidov a não abdicação da teoria de que anda um grande malfeitor à solta, a abusar de rapazes e a matá-los – é, por isso, coagido a abandonar Moscovo, despromovido, obrigado a ir para Volsk, cidade industrial, longe da capital. A mulher acompanha-o e tornam-na funcionária auxiliar de uma escola, depois de ter sido professora primária.
O superior hierárquico que o acolhe, General Nesterov, apesar da defesa da própria vida e da carreira militar, é sensível à morte de mais uma criança e admite, embora a custo, que os crimes são muitos e todos executados na linha de caminho-de-ferro de Rostov – as crianças, vemos, são aliciadas por um homem estranho que começa por conviver com elas, atrai-lhes a confiança, sobretudo através de guloseimas, feitas pelo próprio, até as matar com selvajaria.
Perseguidos, Demidov e Raisa, vêem-se obrigados a fugir do comboio onde foram metidos à força para nova deportação; na viagem, matarão, em autodefesa, numa cena dramática, os carniceiros que tentam acabar com eles – terão que fugir de uma carruagem apinhada, numa composição em andamento, na qual ainda se desfazem do brutal funcionário que tenta impedir-lhes a saída.
Peripécias várias levam Demidov de novo a Volsk, à fábrica GAZ onde o bandido labora – um destroço humano, cheio de fantasmas, um miserável que se automutila, que se metamorfoseia para cometer as maiores atrocidades sobre as crianças. O militar enfrenta e captura o monstro.
Demidov e Raisa regressam a Moscovo – um alto cargo de chefia espera-o, o justo e humano general Nesterov como companhia, a vida familiar consolidada, com duas meninas, irmãs, adoptadas pelo casal de cujo pai tinha presenciado um terrível assassínio político, numa quinta, antes da ida para Volsk. Duas meninas que se encontravam institucionalizadas.
Sem “terras prometidas”, a vida será mais verdadeira; a União Soviética caminha para o fim do violento, trágico, mentiroso e devorador estalinismo que terá deixado uma durável industrialização na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, poucas décadas antes um conjunto de regiões ainda na Idade Média.
Manuela Fonseca
Referência
http://cinecartaz.publico.pt/Filme/347747_a-crianca-n-44, consultado em 16/6/16.
Por Manuela Fonseca
Barreiro
18.06.2016 - 00:53
ROSTOS.pt
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