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O PCP parece uma barata tonta fora da sua ‘zona de conforto’
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O PCP parece uma barata tonta fora da sua ‘zona de conforto’
Jerónimo, aliás, nos últimos tempos, não anda a dizer coisa com coisa do ponto de vista político
Arredado da sua ‘zona de conforto’ de partido de protesto antigoverno, o PCP mostra-se um peixe fora de água no interior da ‘geringonça’ do poder. O desconforto é tal que o PCP chega a parecer uma barata tonta, seja a falar da CGD, de medidas adicionais de austeridade e orçamentos retifica- tivos ou da emigração de professores.
Jerónimo de Sousa veio dizer que “não é preciso nenhuma comissão de inquérito à CGD”, pois “PS, PSD e CDS podem ter a informação toda, visto que durante anos, à vez ou numa espécie de Tratado de Versalhes, geriram a CGD através de dirigentes partidários”. Mas, então, e o PCP não quer saber como chegou a CGD a este descalabro? Não lhe interessa apurar quantas centenas de milhões de euros Armando Vara e Santos Ferreira desbarataram para os bolsos de amigos em créditos irrecuperáveis? Não pretende investigar os negócios ruinosos em que Faria de Oliveira afundou a Caixa em Espanha? Não tem o PCP um pequeno sobressalto que seja quanto a mais 4 mil milhões de dinheiros públicos para a CGD? Os comunistas, que se pelam por inquéritos parlamentares, agora nada? Nem parece o velho PCP.
Jerónimo, aliás, nos últimos tempos, não anda a dizer coisa com coisa do ponto de vista político. Além da CGD, continua a verberar um OE retificativo “de regressão social”, que até Carlos César e António Costa já assumem como inevitável. E assegura que “não é a emigração que resolve o problema dos professores”, pois “as necessidades da escola pública permitem colocar professores no seu país”. É a chamada defesa do emprego fictício, ou do desemprego oculto, num país que, por falta de nascimentos, perde 15 mil a 20 mil alunos por ano, desde o início do século. Falta lucidez política a este PCP.
O que fará o eleitorado comunista no dia em que perceber que está, pela primeira vez, a sustentar um Governo que obedece religiosamente às regras de Bruxelas, que não acabou com a austeridade (até subiu impostos indiretos e mantém congeladas as promoções), que não evita níveis elevadíssimos de desemprego jovem, que nem sequer é capaz de fazer crescer a economia do país?
É isto que verdadeiramente atormenta o desorientado Jerónimo de Sousa.
jal@sol.pt
José António Lima
20 de junho 2016
SOL
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