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Casa dos horrores
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Casa dos horrores
qual é, afinal de contas, a estratégia delineada para reabilitar a saúde?
Nos últimos anos as notícias que vêm a público sobre o serviço de saúde na Região são de arrepiar. Não encontro outro termo.
Não há dia em que não seja feita uma denúncia de um instrumento de diagnóstico avariado ou dado um alerta sobre falta de medicamentos. São os tratamentos para doenças graves ou de cirurgias que não se realizam a horas, por isto ou por aquilo. Para além da carência material – por falta de dinheiro – há ainda as guerras intermináveis entre direções clínicas e a tutela, nomeações e demissões quase em simultâneo. Isto sem esquecermos o estado deplorável dos edifícios hospitalares, transformados em autênticas “casas dos horrores”, com paredes por pintar e portas destruídas, exibindo o peso da idade e a falta de adequada manutenção. A compor o ramalhete, há especialidades médicas que perderam a idoneidade para formar internos. Mas há mais: no início de junho demitiram-se 17 diretores de serviço do centro hospitalar, que alegaram falta de condições de trabalho, de pessoal e de material médico, assim como falha no pagamento de horas extraordinárias.
A saúde na Região está doente, muito doente. Atingiu um grau de debilidade que torna ainda mais vulneráveis os que dela precisam. Este assunto não é novo, mas tarda em ser resolvido.
A quem de direito convém recordar o artigo 64.ª da nossa Constituição. Está lá tudo: todos os cidadãos têm direito a cuidados de saúde de qualidade e a uma resposta adequada ao seu problema. Uma verdadeira miragem.
A saúde é uma questão demasiado séria para assistirmos, impávidos e serenos, às convulsões que têm minado o serviço regional que em tempos idos chegou a ser apontado como modelo a seguir no resto do país.
Décadas de descontrolo e desvario financeiro, de construção de infraestruturas desnecessárias e dispendiosas, de que os mais de 100 milhões de euros espatifados na marina do Lugar de Baixo é o exemplo mais gritante, levou a que se fosse adiando uma solução célere que evitasse o descalabro nos serviços de saúde. E com a saúde não se brinca. É a prioridade das prioridades. Não podemos permitir aventureirismos neste setor.
Voltando ao cerne da questão: qual é, afinal de contas, a estratégia delineada para reabilitar a saúde na Madeira? Vai ou não para a frente a construção de um novo hospital? Vamos ficar reféns dos timings do Terreiro do Paço? E até lá o que vai ser feito? O serviço regional de Saúde garante atualmente todos os padrões de segurança e bem-estar mínimo dos seus utentes? Há um plano a funcionar para minimizar a ação das temidas infeções hospitalares?
Deste lado, em Lisboa, debate-se infinitamente as reformas que são necessárias para salvar o Serviço Nacional de Saúde, sacrificado por cortes orçamentais sucessivos que colocam em causa o seu normal funcionamento, abrindo portas para a debandada generalizada de médicos e enfermeiros.
Infelizmente o que vem acontecendo no nosso país é que quem pode paga um seguro de saúde e socorre-se dos hospitais privados e, quem não tem rendimentos que lhe permita essa via, sujeita-se ao caos deplorável e aos atrasos do serviço público. A fronteira entre a vida e a morte reside, em muitos casos, neste fator.
Não podemos usar de demagogia neste campo, nem fazer política com o tema, na certeza do que é público é de todos e por isso tem de ser sempre o melhor.
Os cidadãos entregam o dinheiro dos seus impostos ao Estado, para que os governos o apliquem onde mais é necessário. Os senhores políticos, gestores da causa pública, que resolvam o problema, de forma a estancar a grave hemorragia que mina a saúde na Madeira.
Roberto Ferreira
Diário de Notícias da Madeira
Domingo, 3 de Julho de 2016
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